Ex-promessa de Cruzeiro e seleção brasileira tenta 'renascer' na Tailândia
Uma das principais promessas das categorias de base do Cruzeiro na década passada, o atacante Judivan precisou recalcular a rota de sua carreira para voltar jogar em alto nível depois de uma grave lesão sofrida em 2015 e que o tirou dos gramados por mais de dois anos. Com possibilidade real de ser contratado pelo Chelsea na época, o jogador passou por diversas cirurgias, chegou a voltar a defender o Cruzeiro, mas hoje vive na Tailândia onde joga pelo Nadur Yougsters.
Aos 27 anos, Judivan busca uma sequência de jogos para tentar retomar a carreira após passagens sem muito brilho pelo América-MG, CSA, Tombense, Paraná e Botafogo-SP. Antes de se transferir para o time tailandês, ele ainda passou uma temporada no futebol de Malta, onde defendeu o Gzira United, sendo essa sua primeira experiência fora do país em busca de uma retomada.
Em contato com o UOL Esporte, Judivan contou um pouco sobre a decisão de se transferir para mercados alternativos a essa altura da carreira em busca de uma retomada após cinco cirurgias no joelho esquerdo entre 2015 e 2017.
"Sempre tive a vontade de jogar em outro país, de conhecer outras culturas e surgiu a oportunidade de sair e foi quando fui para Malta. Estava em fim de contrato no fim do Botafogo-SP, quando houve a proposta, queria jogar. Consegui por lá a voltar a ter confiança, fazer gols. O que sempre precisei era ter uma sequência de jogos, fiquei muito tempo parado e, infelizmente, não tive isso nos clubes do Brasil", explicou.
Como é o futebol tailandês?
Recém-chegado ao Nadur Yougsters, Judivan explicou que o desafio local é jogar um futebol que exige mais dos atletas fisicamente, já que o contato físico e a forção são as principais características deste mercado.
"Tem sido incrível. É um país de uma cultura totalmente diferente do que estamos acostumados no Brasil. Tenho me adaptado bem e o futebol é bem diferente do que conhecemos no Brasil. É mais a parte física, tem muito contato, mas tenho ido bem nos jogos. Tem outros dois brasileiros aqui, um que está há quatro anos e outro que veio junto comigo. Leva um pouco de tempo para entender a cultura, o estilo de jogo que eles gostam, mas tenho tido muito suporte para me adaptar", disse.
Relação com o Cruzeiro
Judivan chegou a fazer parte do elenco do Cruzeiro de 2020, após voltar de empréstimo do Paraná. Na ocasião, o clube passava pelo início da reconstrução em busca do retorno à elite da Série A, mas o atacante foi muito pouco aproveitado até que teve a rescisão definida em setembro daquele ano.
Mesmo não tendo permanecido no clube para ajudar a conquistar a vaga de volta à Série A, Judivan revelou que segue acompanhando o time na competição e que até sofre um pouco com o fuso horário para conseguir ver os jogos.
"Acompanho praticamente todos os jogos do Cruzeiro. Por conta do horário, muitas vezes não posso assistir, mas às vezes fico até um pouco mais tarde. Guardo com muito carinho os torcedores do Cruzeiro. Sempre que estou em BH eles chegam, pedem para tirar fotos. É especial e é um clube que guardo com muito amor e agora vai voltar para onde não deveria ter saído", completou.
A lesão
Judivan sofreu uma entrada violenta enquanto defendia a seleção brasileira sub-20 no Mundial da categoria na Nova Zelândia em junho de 2015. O autor da falta dura foi o zagueiro Maurício Lemos, da seleção do Uruguai. Na ocasião, além de ser um dos destaques do Brasil, Judivan vinha recebendo chances gradativas no Cruzeiro, que havia sido bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 , e até havia participado de jogos da Libertadores.
Ainda na Nova Zelândia, o atacante teve uma lesão no ligamento cruzado posterior do joelho diagnosticada. O jogador iniciou o tratamento, mas teve uma sequência de procedimentos cirúrgicos, processos inflamatórios e reações do corpo, que o levaram a cinco cirurgias no total. Após o período de recuperação, ele retornou aos gramados apenas em novembro de 2017 pelo Cruzeiro.
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