Por que o título da Sul-Americana é chave para o futuro de Ceni no SPFC
Rogério Ceni está de bem com a torcida. A diretoria renovou seu contrato e diz não cogitar a saída. O treinador, entretanto, não está certo como técnico do São Paulo para a temporada 2023. Ele mesmo disse, em entrevista coletiva concedida após a vitória sobre o Ceará, que "precisa" do título da Copa Sul-Americana para permanecer. Na verdade, a continuidade do trabalho de Ceni está amarrada tudo que a conquista traz com ela.
O Tricolor chutou para longe o jejum de títulos com a conquista do Paulistão de 2021, quando Hernán Crespo era o técnico, mas perdeu a chance de vencer o bicampeonato estadual nesta temporada com Ceni no comando. A final da competição sul-americana diante do Independiente Del Valle (EQU) representa uma chance que o São Paulo não tem há dez anos — conquistar um título internacional — e o técnico sabe a frustração que representaria não erguer tal taça.
Ceni quer o título para ficar na memória do torcedor como campeão pelo clube em que foi ídolo como jogador. Mas não é só isso. O treinador sabe a importância da premiação da competição e de garantir uma vaga direta na Libertadores para o planejamento do Tricolor para 2023. O situação financeira do clube, o reestabelecimento de sua estatura no cenário nacional e a chegada de reforços que permitam que construa de fato o projeto que imagina para o São Paulo são os pontos mais abordados nas entrevistas do comandante na atual passagem pelo Morumbi.
O treinador foi claro ao afirmar que não sabe se o atual São Paulo está preparado para voltar à Libertadores. E com Ceni tem sido assim. Desde que voltou ao Tricolor, nunca deixou de criticar publicamente o que pensava estar errado, principalmente na estrutura do clube. Foi essa postura que reconquistou o torcedor após bronca inicial por seus elogios à torcida do Flamengo enquanto treinou o time carioca.
Com o torcedor ao seu lado, Ceni seguiu o modo 'sincerão'. Abriu várias vezes a delicada situação financeira do clube, mas nem por isso deixou de insistir inúmeras vezes por reforços. Pontas de velocidade e habilidade, citados ontem, são o sonho de consumo de Ceni e nunca chegaram - Marquinhos, que tinha essa característica, foi negociado, uma situação recorrente e quase inevitável na situação financeira atual do clube. Para jogar a Libertadores, o técnico quer reforços com essas características e sabe que a premiação da Sul-Americana pode ajudar.
""Eu preciso da vitória (na Sul-Americana), os jogadores precisam da vitória, o clube precisa desse planejamento para 2023. Não sei se o clube está pronto para voltar a uma Libertadores em 2023 no sentido técnico-financeiro. Mas nós precisamos do momento, do título, da vaga, e nós vamos descobrir se estamos prontos para montar uma equipe. Quando eu falo montar, não digo que ninguém vai embora. Eu preciso de jogadores com outras características que alguns aqui não têm. Independentemente dos que vão renovar, dos que vão ficar, dos que vão abrir mão um pouco de salário, baixar para continuar, isso faz parte. Se a gente conseguir esse feito, que seria muito importante, algumas características nós não temos em alguns jogadores. Por exemplo: hoje, quando estávamos com um a mais e o Ceará veio para cima, se nós tivéssemos dois jogadores com boa velocidade e habilidade nós poderíamos ter puxado vários contra-ataques. É nesse sentido", disse Ceni.
O São Paulo de Rogério Ceni vem sofrendo com a irregularidade, mas chegou na final do Paulistão, na semifinal da Copa do Brasil e está na final da Copa Sul-Americana, ainda que tenha passado por diversas dificuldades pelo caminho.
Mesmo com apoio do torcedor e a confiança da diretoria, Rogério Ceni deixou aberta a possibilidade de deixar o clube no fim do ano, caso as metas não sejam atingidas. Em um dos vários recados que costuma mandar para torcida, imprensa e diretoria, o treinador indica que a final do dia 1 de outubro pode definir que tipo de 2023 o São Paulo terá e quem estará no comando.
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