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Do banco à seleção: Como Dorival e auxiliar de Tite recuperaram Pedro

Atacante Pedro, do Flamengo, em treino da seleção brasileira - Lucas Figueiredo/CBF
Atacante Pedro, do Flamengo, em treino da seleção brasileira Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Thiago Arantes

Colaboração para o UOL, em Le Havre (FRA)

20/09/2022 15h23

Sentado diante dos jornalistas para sua primeira entrevista coletiva após o retorno à seleção brasileira, o atacante Pedro não disfarça a alegria de estar de volta. Entre a última convocação, em novembro de 2020, e os chamados para os amistosos contra Gana e Tunísia, o jogador do Flamengo viveu uma fase complicada da carreira.

E foi justamente a expectativa de voltar a vestir a camisa amarela que o ajudou a não desistir. "Estou muito feliz por poder voltar à seleção, foram momentos de altos e baixos, mas eu sempre tive uma fé dentro de mim que eu poderia voltar para cá", afirmou o centroavante.

Sem espaço no Flamengo durante grande parte do período em que ficou afastado da seleção, Pedro voltou a dizer que pensou em deixar o clube carioca. "No começo deste ano eu vinha jogando menos, nem entrei em um jogo da Supercopa contra o Atlético-MG, e ali eu pensei em rever a minha carreira. Mas eu continuei trabalhando no Flamengo, recuperei o meu mental, e hoje me sinto mais preparado depois de ter passado por tudo isso", disse.

A recuperação de Pedro passa por dois personagens importantes: Dorival Júnior, técnico do Flamengo, e Cléber Xavier, auxiliar-técnico de Tite na seleção.

"A chegada do Dorival foi muito boa para mim, porque me deu confiança. Ele me falava que se eu trabalhasse, voltaria à seleção", contou Pedro, que passou do banco de reservas a principal jogador do ataque rubro-negro durante a temporada, com destaque para os 12 gols na campanha que levou o clube à decisão da Libertadores.

Durante os dias mais difíceis, ele também sempre teve o respaldo da comissão técnica da CBF.

"Mesmo distante eu sempre mantive contato com o Cléber (Xavier). Às vezes ele mandava mensagem, daí você vê ele falando ali, mesmo sem estar jogando muito, isso acende que tem uma chance para voltar. Eu sempre tive dentro de mim essa chama de voltar pra seleção", explicou.

Nesta terça-feira, Pedro ainda não participou de todo o treinamento com o restante do elenco. Como ele e Everton Ribeiro chegaram apenas na noite de segunda-feira, ambos assistiram de fora ao coletivo entre titulares e reservas. Dois principais concorrentes de Pedro a uma vaga na Copa, Roberto Firmino e Matheus Cunha, treinaram entre os suplentes. Os titulares da atividade foram Vinicius Jr, Raphinha e Richarlison, com Neymar atuando como meia.

Nos bastidores da seleção, comenta-se que Pedro sai na frente dos concorrentes por suas características únicas, já ressaltadas por Tite em entrevistas recentes: o atacante do Flamengo é o jogador que mais se aproxima do modelo de camisa 9 de "referência", o que daria ao treinador uma opção a mais para situações específicas de jogo.