Diniz vê 'um pouco de moda' em onda de técnicos estrangeiros no Brasil
O técnico Fernando Diniz, do Fluminense, afirmou que a chegada de treinadores estrangeiros no futebol brasileiro "tem um pouco de moda".
Em entrevista concedida hoje ao "ESPN FC", programa dos canais Disney, o comandante justificou sua posição ao abordar a questão da efetivação de interinos nos últimos anos.
"A chegada dos estrangeiros tem uma certa naturalidade e um pouco de moda...Há cinco ou seis anos, a moda aqui era lançar os interinos. Aí, Jorge Jesus e [Jorge] Sampaoli foram bem e achamos que a receita era trazer estrangeiros", iniciou.
"Lá fora, há treinadores bons e ruins. Aqui também. É só ver o Dorival Júnior: ele ficou quase dois anos sem trabalhar e agora está aí fazendo sucesso no Flamengo. Se fosse um cara que viesse de fora, a repercussão seria maior do que é. A gente fala menos do que deveria. Ele é um grande treinador e uma grande pessoa, mas a gente valoriza pouco", prosseguiu ele, que diz ser "totalmente aberto" à novas culturas no esporte.
Diniz ainda elegeu qual dos estrangeiros mais agregou "taticamente" no futebol local. "O Sampaoli não ganhou título, mas dos estrangeiros que vieram, foi o que deu mais contribuição tática para nós. Ele é ótimo e valorizamos menos ele porque ele não ganhou título importante."
Bode expiatório?
Ainda na conversa com a ESPN, o técnico negou que tenha problemas de relacionamento com jogadores e disse que acaba por ser "bode expiatório" em situações específicas.
"O meu trabalho é a minha relação com os jogadores e o interesse genuíno de ajudar eles. As pessoas às vezes colocam um selo inadequado. Na imprensa mesmo: há relatos de muitas entrevistas de jogadores que gostam de mim, mas se às vezes acontece a oportunidade de colocar um bode expiratório, acontece sobre mim."
Por fim, ele ressaltou a "inteligência" do jogador brasileiro e disse que, além da parte tática, há como evoluir em atributos psicológicos.
"O mais importante é o estabelecimento de boas relações com os jogadores: são elas que vão determinar o resultado e o desenvolvimento dos jogos. Isso eu tento estabelecer o mais rápido possível. Minha intenção é melhorar os jogadores. Tenho uma aderência muito rápida. O jogador é um ser extremamente inteligente e sensível. Pode faltar cultura e escola, mas inteligência não falta. As pessoas passam por momentos de insegurança", finalizou Diniz à ESPN.
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