'Hexômetro' dispara com Neymar livre, Vini Jr. entrosado e Militão lateral
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Era um amistoso, mas os 3 a 0 do Brasil sobre Gana, em Le Havre (França), já teve elementos de Copa do Mundo. Além do cerimonial da Fifa, o jogo incluiu a nova configuração do banco de reservas, com 15 lugares, e as inéditas camisas 24, 25 e 26, que na seleção brasileira foram dadas a Firmino, Pedro e Rodrygo.
Criar esse ambiente de Copa era uma das intenções da comissão técnica. Sem poder enfrentar rivais europeus, a ideia era testar alternativas táticas contra um adversário que também se prepara para o torneio no Qatar. Deu certo: os testes de Tite não apenas funcionaram, mas empolgaram a torcida no Stade Océane. Na França, casa da atual campeã mundial, a seleção foi aplaudida antes, durante e depois da vitória por goleada.
O clima de Copa do Mundo também era visto em campo. Se em outros amistosos a seleção brasileira demorava alguns minutos para engrenar, desta vez a história foi diferente: quando Marquinhos fez 1 a 0, aos nove minutos do primeiro tempo, o Brasil já tinha levado perigo com Paquetá e Richarlison, em dois lances que ilustram bem o que Tite queria ao escalar cinco jogadores ofensivos.
Como jogador central, Richarlison se posicionava entre os zagueiros rivais e servia como referência no ataque. Quando a seleção brasileira tinha a bola, Neymar e Paquetá se aproximavam do camisa 9, com Vini e Raphinha abertos. Um ataque de cinco homens que complicava a marcação de Gana, que defendia com quatro.
Outro dispositivo tático ensaiado nos treinos e colocado em prática foi a saída de bola com linha de três, em que Militão —que jogava como lateral direito—, ia para o centro ajudar Thiago Silva e Marquinhos, enquanto Alex Telles se deslocava para fazer dupla com Casemiro no meio.
O equilíbrio no meio-campo dava liberdade para Neymar e Paquetá. Pela esquerda, o camisa 10 buscava as linhas de passe com Vini Jr. Na direita, Paquetá encontrava Raphinha. No centro, sempre duas opções na área.
A dois meses da estreia na Copa do Mundo, contra a Sérvia, o repertório ofensivo mostrado contra Gana animou. Principalmente com a liberdade de Neymar e Vini Jr. —aplaudido sempre que tocava na bola. Mas também com Militão, seguro na nova função de lateral.
Os aplausos e sorrisos de uma arquibancada predominantemente francesa não deixaram dúvidas: se no Stade Oceáne houvesse um "Hexômetro" para medir a confiança na seleção brasileira, ele teria disparado.
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