Presidente da CBF cobrará punições a racismo em reunião com a Fifa
Enquanto uma banana era arremessada no gramado, Gianni Infantino, presidente da Fifa, estava em um dos assentos da tribuna de honra do amistoso entre Brasil e Tunísia, em Paris. Perto dele estava o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, com quem o mandatário do futebol mundial terá uma reunião amanhã (28). O cartola brasileiro quer aproveitar a ocasião para cobrar algum tipo de punição à manifestação racista protagonizada no estádio Parc des Princes.
A reunião entre Ednaldo e Infantino estava marcada previamente e não foi agendada como resposta ao episódio na capital francesa. Mas é uma ocasião na qual o dirigente usará para marcar posição.
"Dessa vez vi com os meus olhos. Isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas", disse Ednaldo.
O episódio ocorreu após o segundo gol do Brasil, marcado por Richarlison. O atacante não viu o arremesso da banana e disse depois da partida que não sabia como reagiria se tivesse percebido o que ocorreu na hora. As informações vindas de Paris dão conta de que a segurança do estádio não conseguiu identificar o autor da ação de imediato.
"Que possam reconhecer esse torcedor e punir ele, porque é difícil. A gente viu o caso do Vinicius Jr. recentemente e agora acontece isso dentro de um estádio. Que possam punir esse cara aí e que possa servir de lição para não fazerem isso", disse Richarlison.
Por mais que o ato racista tenha ocorrido em um amistoso, tecnicamente a CBF pode acionar as instâncias jurídicas da Fifa para avaliar a questão. Se o processo existir e eventualmente houver punição por parte do Comitê Disciplinar, a sanção não abrangeria a Copa do Mundo, mas teria que ser cumprida da mesma forma, segundo advogado desportivo ouvido pelo UOL.
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