'Climão' entre Abel e Cuca chama atenção antes de Atlético-MG x Palmeiras
Em contagens regressivas bem diferentes, Palmeiras e Atlético-MG se encontram na noite de hoje (28), no Mineirão, às 21h45, pelo Brasileirão.
O jogo marca a primeira vez que as duas equipes vão se reencontrar 50 dias depois de uma partida que colocou o técnico Abel Ferreira, do time alviverde, no meio de uma polêmica com colegas brasileiros — e que teve Cuca, treinador do clube alvinegro, como pivô, em 10 de agosto, na volta das quartas de final da Libertadores. O comandante da equipe paulista, entretanto, não estará na beira do campo hoje porque cumprirá suspensão.
Para o Palmeiras, líder isolado do Brasileiro, o jogo desta quarta-feira é o de número 11 numa contagem regressiva que o clube espera que culmine na conquista do título nacional.
Para Cuca, o confronto é menos um na lista de jogos que o treinador imagina que possam ser seus últimos como técnico do Atlético na atual passagem. O técnico tem contrato até o fim da atual temporada, e ainda não há uma definição sobre seu futuro no comando do time.
"O Atlético está perto de virar SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Pode ser que nem me queiram para 2023, com os números ruins como estão. Os números são horríveis, de fato. Eu não vou ficar com esses números ruins aqui. Vou mexer o doce e fazer isso virar, podem me cobrar", disse ele em entrevista coletiva há dez dias
Desde a eliminação diante do Palmeiras, Cuca conquistou apenas duas vitórias e dois empates nas seis partidas que fez no comando do Galo: 44% de aproveitamento.
Abel Ferreira e o Palmeiras conquistaram três vitórias, quatro empates e perderam apenas uma vez em oito partidas, com 54% de aproveitamento, somando jogos da Libertadores e do Brasileirão.
Polêmica surgiu em entrevista coletiva
A polêmica entre Abel e Cuca surgiu porque o português declarou, sem ironia, que o Palmeiras conseguira empatar o jogo de volta da Libertadores por 0 a 0, mesmo com dois a menos — Danilo e Scarpa foram expulsos — porque o técnico do Galo cometera um erro estratégico: não atacar o Palmeiras pela parte central do seu campo defensivo.
"Ele tinha os pontas por fora, os dois laterais abertos, os zagueiros por trás, mas poucos jogadores por dentro do nosso bloco. Isso, para nós, foi mais fácil de controlar", declarou o português na ocasião.
Dias depois, em tom de desabafo, Cuca viria a alfinetar o técnico alviverde citando atitudes do treinador no dia do empate pela Libertadores, depois de vencer o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro, fora de casa — 1 a 0.
"Se a derrota vem para eles nesse jogo, vocês estavam cobrando as duas expulsões, as seis caídas do goleiro no mesmo canto, o treinador que não ficou para os pênaltis, etc. Mas quando se ganha, tudo é perfeito. Parabéns para o Abel, parabéns para o Palmeiras. Boa sorte. Pronto, falei!", disse ele na época.
Colegas saíram em defesa de Cuca
A fala de Abel gerou reação de dois técnicos brasileiros.
"É uma sacanagem o cara dizer que enxergou mais do que o Cuca. É uma falta de respeito", disse Jorginho, à época no Atlético-GO, atualmente no Vasco.
Jorginho já não havia gostado de ouvir de Abel que seu time era bom ofensivamente, mas fraco na parte defensiva, depois de o Palmeiras vencer o Atlético-GO por 4 a 2, pelo Brasileirão, em 16 de junho.
"Vocês ouviram uma aula aí na semana passada, que tem que botar gente dentro do bloco e não pode só jogar fora do bloco, então vamos trabalhar isso", ironizou também Mano Menezes, do Internacional, fazendo menção ao português.
Dias depois, Mano contemporizaria o episódio, elogiando o treinador do Palmeiras durante participação no podcast "Hoje Sim".
"Sem fazer comparação, eu gosto mais do que o Palmeiras do Abel faz, para meu estilo de ver futebol, de entender como um time deve se comportar, como deve se estruturar como equipe. Para citar um time no Brasil, eu acho que tudo que está acontecendo com o Palmeiras é muito justo por tudo que é feito tanto como clube, como construção", disse.
Abel silenciou, Cuca amenizou o tom
Abel preferiu se calar sobre o tema. Ao UOL Esporte, um membro do estafe do técnico disse que o português apenas lhe disse que nunca havia brigado com um colega de profissão, e que não seria agora que isso iria acontecer.
Já Cuca convocou uma entrevista coletiva para colocar panos quentes na questão.
"Eu não sabia da entrevista do Abel. No outro dia, que nós perdemos o jogo, a gente levantou cedo. Nem dormir nós dormimos direito. Viemos para cá (Belo Horizonte) tentar nos organizar da melhor forma para jogar contra o Coritiba. E não me ative à entrevista coletiva do Abel. Ele (repórter), naquele jogo, lá em Curitiba, me falou da entrevista. Eu não sabia da entrevista", afirmou.
"Abel, em muita coisa que ele falou, tem razão. Quando ele falou que só consegui atacar as extremas, porque ele estava fechado, que deveria ter atacado as costas dos volantes dele, ele tem toda razão. Foi o que eu tentei com o Sasha, foi o que eu tentei com a entrada do Nacho, mas nós não achamos esse espaço", disse Cuca, com vontade de colocar fim na questão.
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