Com uma campanha decepcionante em 2022 após ter sido multicampeão no ano passado, o Atlético-MG tem apenas a conquista da vaga à Libertadores como objetivo para o restante da temporada. A vitória por 2 a 0, hoje (01), diante do Fluminense, pela 29ª rodada do Brasileirão, encerrou a sequência de três jogos sem vencer da equipe alvinegra, que, com o resultado, conseguiu se manter próxima do G6. Após a partida, o técnico Cuca celebrou o triunfo diante dos cariocas, mas fez questão de ressaltar que o time precisa de um melhor desempenho se não quiser terminar o ano fora da competição continental.

"Era um jogo perigoso, que na entrada a torcida já pediu raça para o time todo. É um grito que mostra que a torcida não está contente. E tem razão. É gostoso vê-los comemorando, festejando uma vitória que há tanto tempo a gente não tinha em casa. Pegar confiança é isso, é ganhar, colocar a bola dentro da casinha. Agora é ser humilde. É uma vitória, estamos felizes, mas estamos atrasados no campeonato. Temos que procurar encorpar essa vitória em cima de outros resultados, como na quarta-feira contra o Santos", disse.

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Essa foi a primeira vitória de Cuca como mandante desde que assumiu o time no final de julho. Até então, o último resultado positivo da equipe em Belo Horizonte havia sido no dia 5 de julho, diante do Emelec, pelo jogo da volta das oitavas de final. Na ocasião, o Galo venceu o jogo por 1 a 0, quando Tony Mohamed ainda era o treinador. De lá para cá foram oito jogos em casa - sendo sete no Mineirão e um no Independência sem vitórias - somando quatro derrotas e quatro empates.

"A vitória num momento delicado e complicado que a gente vive é o melhor remédio que tem. Por mais otimista que a gente seja, quando vem uma sequência de maus resultados, você vai ficando pessimista, vai se abatendo. A alegria nas nossas casas não é a mesma. Porque tem cobrança, você acorda, não tem mais sono. Não sou eu, somos nós, os jogadores também se sentem assim. Vem um cansaço mental porque você está bem fisicamente, mas está pesado (mentalmente) Sempre a vitória vem em boa hora, mas tinha até passado da hora. Não podíamos ficar tanto tempo sem vencer em casa como estávamos", completou o técnico.

O Atlético volta a campo contra o Santos, na próxima quarta-feira (5), na Vila Belmiro, às 19h (de Brasília) na tentativa de emplacar mais um resultado positivo na reta final da competição.

Veja outros trechos da coletiva de Cuca:

Análise do jogo

"Nós jogamos uma partida dificílima na quarta-feira até quase meia -noite, não deu tempo de treinar. Foi só na conversa para jogar outra partida tão difícil quanto a do Palmeiras porque são estilos diferentes. Se nós tivéssemos feito dois gols no Palmeiras como fizemos hoje não seria nada anormal. Mas infelizmente não aconteceu. Hoje nós iniciamos marcando forte, em cima, mesmo sendo um horário diferente, um calor muito intenso, e sabendo que o Fluminense tem uma saída de bola muito qualificada, nós marcamos em cima. Acho que fomos superiores uma meia hora e o Fluminense teve uma melhora dos 30 para frente, quando fizeram o gol anulado. Estava perigoso, mas apareceu o Everson. Nós fizemos o gol no momento exato, era a bola que a gente queria, atraindo o Fluminense e tendo a velocidade e eles na característica deles, com muita posse de bola e jogadores perigosos. No segundo tempo, nós tivemos o controle maior do jogo, um posicionamento bem ajustado. No final, nós tivemos 14 ou 15 conclusões, o Fluminense teve menos. Esse tipo de jogo não era para ter a posse de bola, era para ter a eficácia em fazer os gols e, graças a Deus, hoje aconteceu".

Regime de concentração

"Quando o jogo é à tarde, a gente concentra. Quando é à noite, se for concentrar, a ansiedade aumenta. Hoje o jogador é muito profissional, dorme cedo, fica em casa. Se ele estiver filho pequeno, a gente está sempre à disposição para concentrar. Confiamos muito no profissionalismo deles. Como o jogo era 15h, treinamos ontem de manhã e procuramos armazenar o máximo de energia, na alimentação, na concentração. Fizemos uma preleção grande porque não tivemos tempo para treinar. Foi bom. Quando o resultado vem, sempre é melhor".

Formação com Otávio e Allan

"Mexemos no Pavón, no Alonso. Foram quatro mudanças, 40% do time. É importante para recuperar a performance física porque o desgaste é grande. É confiar no grupo, não só nos 11 que a gente tem. Cada jogo é uma estratégia. Quarta-feira que vem vamos pensar no melhor que a gente tem de escalação para jogar com o Santos".

Vai repetir o time contra o Santos?

"Vamos ver, hoje é uma coisa. Amanhã vamos folgar, curtir um domingo que há muito tempo a gente não tem de alegria e de alívio. Depois vamos pensar no time. Quando o jogador entra bem, a gente vai ganhando opção e eles vão ganhando confiança".