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Atleta do Arema fala sobre tragédia na Indonésia: "Foi um massacre"

Estádio Kanjuruhan, após confusão entre polícia e torcedores do Arema, na Indonésia - Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images
Estádio Kanjuruhan, após confusão entre polícia e torcedores do Arema, na Indonésia Imagem: Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

03/10/2022 16h30

No último sábado (1), após o clássico entre Arema e Persebaya, torcedores da equipe mandante invadiram o campo e uma tragédia sem precedentes aconteceu no Estádio Kanjuruhan, na Indonésia. Até o momento, fala-se em 125 mortos, sendo 32 deles crianças.

O atacante Abel Camará, do Arema, falou com a ESPN de Portugal sobre o ocorrido e relatou a apreensão que viveu durante a confronto entre policias e torcedores. "Infelizmente [vi pessoas mortas]. Elas tentavam fugir do gás e da polícia, algumas tentaram entrar no nosso vestiário, mas colocamos mesas e cadeiras para não derrubarem a porta", disse o atleta.

Apesar do reforço na entrada, aos poucos, alguns torcedores adentraram o local. "Vi sete ou oito mortos no chão do nosso vestiário", relembrou. A razão do óbito da maioria das vítimas foi por sufocamento ou por terem sido pisoteadas.

Durante a entrevista, Abel comentou que o clima era tenso mesmo antes do dérbi começar. "O ódio foi crescendo para este jogo, falava-se mais em matar do que ganhar o jogo", lamentou.

Justamente por isso, a partida limitou-se a ter torcida única. O jogador acredita que realmente só tinham torcedores do Arema, o que não foi suficiente para impedir que uma tragédia acontecesse.

"Havia muito sangue, tênis e roupas no chão, foi um massacre", afirmou o atleta ao relatar a saída dos jogadores, quando os ânimos foram controlados.

De acordo com brasileiros que atuaram pelo Arema no duelo, o elenco ficou no vestiário por cerca de cinco horas.

Por conta do episódio, os jogos do campeonato local foram cancelados e não têm previsão de volta. De acordo com Abel, os atletas da equipe estão abatidos e aguardam os desdobramentos.

"Precisamos aguardar o comunicado do presidente da confederação. Quando todos estivermos mais calmos, vamos sentar e ver o que é melhor. Fala-se que o clube não deve jogar com a presença de torcedores", explicou.