Torcedora freta avião e faz rifa para acompanhar Athletico na Libertadores
Acompanhar de perto a final da Copa Libertadores 2022, em Guayaquil (EQU), é sonho de consumo de boa parte das torcidas de Athletico e Flamengo, mas a logística e o custo têm deixado os fãs desolados. Pensando nisso, torcedoras apaixonadas pelo Furacão, que retornou à decisão da competição após 17 anos, estão tentando viabilizar a viagem para acompanhar de perto a disputa pelo título, em 29 de outubro. No caso deste grupo de paranaenses, a escolha ousada foi o fretar um voo e a realizar uma rifa com objetivo de arrecadar recursos — os prêmios são poltronas no avião.
A ideia do fretamento partiu de Roberta Salles, empresária do ramo de turismo e intercâmbio. Apaixonada pelo Athletico, a torcedora já havia viabilizado um voo nessas condições para a final da Copa do Brasil entre Furação e Internacional, em 2019.
No caso da cidade equatoriana, existem diversas dificuldades de logística, entre elas os voos com muitas escalas e a falta de hospedagem na cidade, o que inviabiliza permanecer em Guayaquil por um período maior que não seja o famoso bate e volta.
Em contato com o UOL Esporte, Roberta explicou que o investimento para cada pessoa é de R$ 11 mil. E, mesmo com o preço salgado, é inferior ao custo dos bilhetes aéreos de Curitiba a Guayaquil (com muitas escalas). Até o momento, 215 dos 245 lugares já estão ocupados. Além da dificuldade em relação à hospedagem na cidade, muitas pessoas procuraram a opção porque querem voltar a tempo de participar do segundo turno das eleições presidenciais, que vai ocorrer no dia seguinte à final.
"Como nós sabíamos que a final seria em Guayaquil e o atleticano é sempre bem maluco, eu já vinha falando com a empresa proprietária do avião que queria reservar um voo para a final da Libertadores. Começamos a conversar em março. Assim que conseguiram, recebi uma lista no Twitter de quase 400 pessoas interessadas, mas eu sabia que nem todos fechariam. No dia de pagar, 50 pessoas saíram da lista. Por isso, fizemos a rifa para movimentar o voo. Atualmente, faltam 30 lugares para fechar o voo. Caso a gente não consiga, já está acertado que vamos pagar essa diferença entre nós", explicou.
Ganhadora da rifa vai representar o pai
Quando a ideia da rifa surgiu, as organizadoras do voo pensaram em um valor acessível e tinham poucas expectativas de conseguir vender um alto número de bilhetes. A primeira movimentação foi de disponibilizar 500 números a R$ 25 cada para o sorteio de uma vaga no voo. No entanto, a notícia foi se espalhando e, ao final, foram vendidos 2036 números. Pelo sucesso do sorteio, o grupo resolveu ampliar a quantidade de premiados e quatro vagas foram sorteadas, sendo uma delas para a gestora comercial Karina Yuri.
Ela perdeu o pai, o Sr. Yuki, em 2017, quando ele estava em outro no Japão. Desde então, ela vai aos jogos do Athletico com uma faixa em homenagem à memória do genitor, o que ocorrerá agora também em Guayaquil.
"Quando passamos para a final, imediatamente comecei a fazer as pesquisas, voos, hotéis, opções de ônibus, porém tudo muito longe da minha condição financeira. Então, surgiu o voo fretado da Roberta, nossa 'agente oficial de viagens'. Por mais contas que eu fizesse, o orçamento não fechava, e eu já estava conformada em assistir de casa mesmo. Comprei dois números de imediato na rifa. No penúltimo dia comprei mais um, mas confesso que comprei mais para ajudar a fechar outra uma cota. Foi a última vaga sorteada [que ela ganhou]", contou.
Como ainda restam 30 vagas no avião, Roberta pretende fazer uma rifa final para arrecadar mais recursos e dar oportunidades a mais um atleticano de acompanhar in loco a partida, uma vez que muitos torcedores estão buscando opções mais complexas para chegar à cidade. Alguns têm pesquisado voos para outros locais, a fim de tentar chegar a Guayaquil pela estrada, e não possuem hospedagem garantida.
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