5 ações de Renato Gaúcho que colocaram o Grêmio na rota da Série A

Renato Gaúcho foi contratado para acabar com a instabilidade e colocar o Grêmio no caminho da Série A. E é exatamente isso que está fazendo. Com um mês de clube na atual passagem, Portaluppi tomou atitudes, promoveu mudanças e está muito perto de atingir o objetivo de conduzir o Tricolor à elite.

O cálculo para deixar a Série B para trás tem jogos decisivos nas próximas rodadas. Dependendo do resultado que conquistar contra o Londrina, no próximo sábado (8), o acesso pode ocorrer matematicamente no duelo seguinte, contra o Bahia, na Arena.

Confira 5 ações de Renato que levam o Grêmio para rota da elite:

Novo posicionamento para Lucas

A principal novidade tática entre o time de Roger Machado e o de Renato Gaúcho está no meio-campo. Lucas Leiva deixou de atuar como volante e foi adiantado. Hoje mais próximo de um meia, o jogador de 35 anos reencontrou o posicionamento do início da carreira e o rendimento cresceu. Nos últimos jogos em casa, Lucas apareceu na área e marcou gols.

"Ele ajuda bastante, é um jogador muito dinâmico, apesar da idade, e inteligente. Jogando de volante, precisamos de jogadores mais rápidos na frente da área. Ele sabe se movimentar, por isso o coloquei mais avançado, chegando mais perto do Diego [Souza], ou do Elkeson, o que estiver jogando. Ele tem uma inteligência muito grande. Quando sente a jogada pelos lados, entra na área com qualidade. É uma coisa que eu cobrava muito do Jean Pyerre [atualmente no Avaí]. Ele sabe muito bem fazer isso. Está criando, chegando na área... É importante o posicionamento, mas só achei o lugar pela inteligência dele", disse Renato.

Tranquilidade na torcida

Quando optou por demitir Roger e contratar Portaluppi, o Grêmio tinha por desejo claro reatar com a torcida, que xingava e vaiava o time a cada novo tropeço. O 'escudo' contra um ambiente ruim surtiu efeito, na avaliação interna. Bastou a chegada de Renato para o ambiente mudar totalmente na Arena, e isso se reflete na confiança que o grupo tem para jogar. Hoje em dia, os atletas estão mais seguros para tentar, errando ou acertando, com o respaldo de ter no banco de reservas o maior ídolo da história gremista.

"Confiança é tudo. Essa confiança eu passo para eles durante a semana. Apesar de não termos muito tempo, eles entenderam minha forma de trabalhar. Valorizamos a posse de bola no campo do adversário, tentamos sufocar eles. É mérito dos jogadores. Eu já tinha trabalhado com a maioria deles [na última passagem pelo Grêmio]", comentou o técnico.

Recuperação de criticados

Um dos principais atributos de Renato Gaúcho como treinador sempre foi recuperar jogadores em baixa, que recebiam críticas da torcida ou mesmo da imprensa. Nessa passagem pelo Grêmio não está sendo diferente. A utilização com respaldo de jogadores antes alvos de xingamentos dos aficionados ocasionou um crescimento evidente no rendimento deles. Edilson e Diogo Barbosa, autores das assistências na vitória sobre o CSA são exemplos disso. Até Thiago Santos, que não era utilizado por Roger em jogos em casa para que as vaias não atrapalhassem também os companheiros em campo, já não é tão criticado assim.

"O Diogo [Barbosa], o Thiago [Santos], o Lucas [Leiva], jogadores com quem a torcida talvez não estivesse satisfeita... É o que eu sempre digo, não quero saber do passado. Falei que o torcedor tinha que abraçar o grupo, e é isso que eles têm feito. Todos têm jogado bem", explicou Portaluppi.

Escudo contra batalha eleitoral

Sempre que há uma eleição em andamento, o grande temor dos clubes de futebol é que a política interfira no time. As definições para o futuro podem abalar jogadores que não sabem se ficarão ou não para a próxima temporada, e até treinadores cujos contratos são facilmente rompidos. Neste ponto, também, Renato Gaúcho foi importante.

O treinador blindou seu elenco sobre toda movimentação externa do clube. Além disso, pelo posto de ídolo que ocupa, não sofre influência do que vier a ocorrer no pleito presidencial de novembro. Os principais candidatos ao posto hoje ocupado por Romildo Bolzan Júnior, inclusive, já se manifestaram favoráveis à permanência de Portaluppi em 2023.

Cobrança forte, folgas e concentração

Não é o 'estilo boleiro' que impede Renato Gaúcho de cobrar forte o elenco. Como ele gosta de dizer, o fato de 'entender o que o jogador precisa' não molda suas atitudes apenas para elogios. O antigo camisa 7 costuma gerir seus elencos entre cobranças e afagos, dosando folgas e concentrações antecipadas. Está sendo exatamente assim nesta arrancada para Série A.

Ao mesmo tempo que elegeu o jogo contra o Sampaio Corrêa, na rodada 32, como 'descartável', orientando seus jogadores pendurados a forçarem suspensão, preservando os veteranos e dando um fim de semana de folga ao elenco, ele também antecipou o regime de concentração na volta e cobrou forte do elenco pela vitória contra o CSA, que acabou vindo. Ao mesmo tempo que elogia publicamente, Renato também cobrou bastante os jogadores após a queda para o Novorizontino.

"Não tem bobeira, se bobeou, vai sair [do time]. Eu cobro bastante deles [jogadores]. Temos que definir logo a subida para Série A, senão as coisas podem dificultar. Não tem que bobear, a cada rodada é uma decisão. Nosso objetivo é muito grande e em hipótese alguma vou admitir isso. Os jogadores têm consciência e ninguém vai sentar e esperar acontecer. A cobrança tem sido grande e não vai ser numa hora dessas que eles vão se acomodar", finalizou o treinador.