Jovens do Santos crescem e reforços perdem espaço na busca por meio ideal
A criação no meio-campo é um problema que acompanha o Santos desde o ano passado, tanto que o clube trouxe Ricardo Goulart na virada da temporada para tentar resolver o problema do setor. A tentativa não deu certo, outros nomes chegaram e, agora, o técnico Orlando Ribeiro recorre ao jovens da base, uma tradição na Vila Belmiro, para tentar encontrar a solução.
Na vitória de ontem (10), por 4 a 1 sobre o Juventude em casa, na 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, o treinador iniciou com Lucas Barbosa sendo o 'camisa 10', apesar que, na prática, ele atuou junto de Marcos Leonardo no ataque. No intervalo, ele identificou o problema e colocou em campo Ed Carlos, que encontrou um grande passe para o gol de Marcos Leonardo e foi bem na etapa final.
A opção por mais atletas que vieram do sub-20 tem uma explicação simples. O treinador, que comandava esta categoria até a saída de Lisca, acredita que estes atletas já conhecem melhor sua filosofia de trabalho.
"Facilita quando precisamos explicar alguma coisa. Como estou há pouco tempo no profissional, temos que ganhar tempo. Eles já conhecem a nossa ideia, facilita dentro de campo", comentou.
O jogador de 21 anos mostrou ser uma boa alternativa para o setor, mas não vinha sendo aproveitado na equipe principal. Vice-campeão da Copinha em janeiro, sob o comando do treinador, Ed Carlos só fez sua estreia há duas rodadas, ao atuar pouco mais de 10 minutos contra o Internacional. Também entrou já nos acréscimos contra o Atlético-MG.
Assim como Ed, Sandry veio a campo após o intervalo para acertar o meio-campo. O camisa 6 vinha sendo preterido por Bustos e Lisca e, aos poucos, retoma sua condição de suplente imediato no time.
A noite de ontem ainda marcou a estreia do boliviano Miguelito. Grande promessa da base, o jogador atuou como um atacante pela direita, porém também pode ser utilizado no meio-campo.
Contratações somem
A ascensão dos jovens contrasta com o 'sumiço' de alguns nomes. Bruno Oliveira, que chegou no início da temporada, assim como Goulart, entrou em campo apenas duas vezes no returno — contra Ceará e Coritiba — e nem chegou a somar 20 minutos em campo.
O caso mais emblemático é do argentino Carabajal, contratado no meio do ano. O atleta entrou já como titular e manteve esse status em seus quatro primeiros jogos, mesmo sem nenhum gol ou assistência. Porém, não pisou no gramado nas últimas cinco partidas do Santos.
Zanocelo, que teve sua compra aprovada no final de setembro, vive situação semelhante. Titular com os treinadores anteriores, o meio-campista chegou ao terceiro jogo seguido sem nenhum minuto.
"A minha preocupação maior é com quem não está no time. Temos que estar sempre orientando. Ele saiu, pois precisávamos atacar um pouco mais, ter mais meias e atacantes. A característica dele é diferente, mas isso não quer dizer que não vai ter mais oportunidades", avaliou Orlando Ribeiro ao falar sobre Zanocelo.
A lista ainda pode incluir Luan. Apesar de ele ter desencantado diante do Athletico-PR, saiu de campo nos dois jogos seguintes e, contra o Juventude, não recebeu uma oportunidade.
O que a vitória indica?
Na coletiva, o treinador foi sucinto, mas mostrou que a goleada pode trazer respostas importantes para a reta final da temporada. Mesmo sem indicar qualquer possibilidade manutenção entre os titulares, ele indicou que os jovens que entraram resolveram.
"No início, não era para começar com o Ângelo pela direita. Eles confundiram um pouco e depois ajustaram. Da maneira como colocamos, saiu o gol. A mexida é o conhecimento do grupo. Com isso, vamos ganhando mais experiência. Com a ajuda de todos, vamos conhecendo mais o grupo e vai tentar solucionar o problema que aparecer durante o jogo", disse.
Os acertos em campo do treinador também devem se refletir no rendimento dos atletas. Pois, Orlando acredita que "uma vitória com um saldo de gols deste traz confiança. Eles sabem que são capazes e isso ajuda muito para os próximos jogos", declarou.
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