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Como VP driblou improvisos e amadureceu o Corinthians a tempo da final

Corinthians se adaptou às circunstâncias em 2022 e joga a final mesmo sem ter o estilo de Vítor Pereira - Fernando Moreno/AGIF
Corinthians se adaptou às circunstâncias em 2022 e joga a final mesmo sem ter o estilo de Vítor Pereira Imagem: Fernando Moreno/AGIF

Do UOL, em São Paulo

12/10/2022 04h00

Vítor Pereira conseguiu o que queria em 2022: manter o Corinthians vivo pelo tempo que conseguisse para ganhar tempo, fortalecer o time e brigar por um título nesta reta final de temporada. Mesmo em um ano cheio de complicações, o Alvinegro tem uma final de Copa do Brasil para jogar hoje (12), contra o Flamengo, a partir das 21h45 (de Brasília).

O plano deu certo a duras penas. VP chegou prometendo um jeito de jogar, mas logo se corrigiu, obrigado a se adaptar ao calendário brasileiro. Não à toa já admitiu publicamente que, por aqui, "nem de longe é o técnico que foi em outros países".

O elenco também sofreu com lesões, perdeu titulares importantes e mudou de cara várias vezes, mas ainda assim sobreviveu para disputar um título. Por tudo isso, internamente a aprovação do trabalho de VP é unânime. O clube entende que tirou o máximo de uma temporada difícil e agora busca o título para coroar esta caminhada.

Susto com calendário mudou a rota

Logo na apresentação, ainda em março, Vítor Pereira disse que queria o Corinthians dominante, com muita posse de bola e marcando no campo de ataque. É este o seu estilo, mas a prática esnobou a teoria. "Gosto de ganhar com qualidade de jogo, mas ganhar é fundamental", ponderou de cara. Foi uma espécie de previsão.

No começo de julho, no jogo mais ilustrativo de todos os problemas, o Corinthians eliminou o Boca Juniors da Libertadores mesmo com 11 desfalques na Bombonera. Na fase seguinte alguns titulares voltaram, mas a transpiração já não serviu, pois a inspiração do Flamengo foi superior.

"Cheguei aqui, e o calendário e o elenco me deram um choque de realidade. Seria impossível jogar 90 minutos da forma como quero. Não tenho elenco para dar resposta a este calendário jogando desta forma. São muitos lesionados e [estou] meio perdido em um jogo que ainda não é aquela minha forma de jogar. Ainda não tive esta oportunidade no Corinthians."
Vítor Pereira, em setembro, durante palestra em evento da CBF

Saídas, chegadas e entrosamento atrasado

Desde a chegada de VP, quase meio time do Corinthians mudou. O primeiro a sair foi Jô, afastado por indisciplina em junho. Em seguida João Victor foi vendido ao Benfica (POR), Gustavo Mantuan foi trocado com o Zenit (RUS), e Willian rescindiu para voltar à Inglaterra. Todos tinham papéis importantes no elenco quando saíram.

Dos titulares atuais, Fausto Vera chegou apenas em julho; Balbuena e Yuri Alberto só estrearam em agosto. Renato Augusto chegou a ficar seis semanas fora por lesão. Fagner teve contusões seguidas e foi desfalque em 16 jogos. Maycon talvez tivesse mais tempo em campo se não tivesse sofrido lesões seguidas nos últimos meses — ele retornou a campo há quatro dias.

Tudo isso fez o entrosamento atrasar. Quando o time deu sinais de absorver aquelas ideias prometidas por VP, era tarde, já não estava à altura do Flamengo na Libertadores e ainda perdeu terreno na briga pelo Brasileirão com o Palmeiras.

"Comecei a treinar de uma forma, vi que não dava; depois de novo, mudando para ter resultados, porque quem não tem resultados é mandado embora. Se chegar aqui com ideias muito bonitas, mas quatro ou cinco derrotas seguidas, acabou: é viagem de volta para Portugal."
Vítor Pereira, em setembro, durante palestra em evento da CBF

Adaptação para avançar no mata-mata

Esta Copa do Brasil é um exemplo claro, pois o Corinthians teve de se reinventar a cada fase para chegar à final. Teve um jogo dominante e outro de retranca contra o Santos, depois dominou a bola para eliminar o Atlético-GO, mas contra o Fluminense fez o contrário e jogou nos contra-ataques. O próprio VP ainda admite que o time "não tem a sua cara", mas que o título pode ser o que falta para dar o salto de qualidade.

"É fazer um bom jogo em casa, no nosso melhor nível contra uma equipe que tem argumentos, mas nós também temos. Eles também têm de jogar aqui em Itaquera, o que não é fácil. Jogar diante da nossa torcida não é fácil. Se olharmos para orçamento ou investimento, poderemos pensar que tem algum [favorito], mas final é final. E numa final tudo pode acontecer."
Vítor Pereira, no último sábado (9), projetando a decisão da Copa do Brasil

Ficha técnica

CORINTHIANS x FLAMENGO

Competição: Copa do Brasil, jogo de ida da final
Data e horário: 12 de outubro de 2022, às 21h45 (de Brasília)
Local: Neo Química Arena, em São Paulo-SP
Árbitro: Bráulio da Silva Machado (Fifa/SC)
Assistentes: Kleber Lucio Gil (Fifa/SC)
VAR: Guilherme Dias Camilo (Fifa/MG)

Times prováveis:

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Gil e Fábio Santos; Fausto Vera, Du Queiroz e Renato Augusto; Gustavo Mosquito (Adson), Róger Guedes e Yuri Alberto. Técnico: Vítor Pereira.

FLAMENGO: Santos; Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; João Gomes, Thiago Maia, Arrascaeta e Everton Ribeiro; Gabigol e Pedro. Técnico: Dorival Júnior.

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