O encontro entre Flamengo e Atlético-MG, hoje (15), às 20h30 (de Brasília), no Maracanã, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, colocará Dorival Júnior e Cuca frente a frente em momentos opostos na temporada. Enquanto o treinador Rubro-Negro está em duas finais no G4 da competição nacional, o comandante alvinegro não faz nem de longe a mesma campanha que levou o Galo a ser campeão mineiro, brasileiro e da Copa do Brasil do ano passado.

Curiosamente, o posto hoje ocupado por Dorival bem que poderia ser de Cuca. Quando a cúpula flamenguista optou pela demissão de Paulo Sousa, o treinador foi procurado justamente pelo trabalho realizado à frente do Galo no ano anterior. No entanto, Cuca declinou do convite garantindo que não tinha a intenção de voltar à área técnica em 2022.

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"Devido aos constantes rumores envolvendo o nome de Cuca sobre um possível retorno ao Flamengo, o treinador e seu empresário, Eduardo Uram, garantem que não há essa possibilidade devido a um planejamento já traçado por Cuca para este ano. Não só em relação ao aspecto profissional, na busca por uma reciclagem e atualização de carreira, como também pessoal, totalmente envolvido em seu projeto social em Curitiba", apontou trecho de comunicado enviado pelo estafe de Cuca à época.

O cenário, porém, caiu por terra no mês seguinte quando acertou o retorno ao Atlético. No clube mineiro, Cuca chegou como uma espécie de salvador da pátria, após o time cair cedo na Libertadores e na Copa do Brasil sob o comando de Turco Mohamed.

"Venho aqui comunicar meu retorno, dessa vez de forma oficial. Tive um chamado da diretoria e, momentaneamente, vou interromper meu projeto, mas não podia deixar de atender esse pedido da diretoria e da massa", explicou o treinador.

Esperançosa, a cúpula atleticana recorreu ao técnico com a expectativa de que o ano ainda pudesse ter um saldo positivo no Brasileirão, mas a realidade é que a equipe não engrenou e, atualmente, se encontra fora do G6 em busca de uma vaga para a Libertadores do ano que vem.

Em 14 jogos sob o comando de Cuca, o Atlético conseguiu apenas quatro vitórias e acumula resultados frustrantes, como as derrotas para Avaí e Atlético-GO. Além disso, o time é apenas o 12º melhor mandante do Brasileirão, sendo que no ano passado um dos grandes trunfos da equipe era a força jogando em Belo Horizonte.

Apesar do retrospecto, a diretoria não projeta uma nova mudança no comando técnico. Como restam apenas sete rodadas para o término do Brasileirão, o clube avaliou que uma mudança nesta altura da competição pode atrapalhar mais do que ajudar.

Dorival assume o Fla e recupera o time

Após a recusa de Cuca, o Flamengo, por sua vez, recorreu a Dorival Júnior, à época no Ceará. O Rubro-Negro vivia crise e precisava de respostas quase imediatas em meio à pressão interna e da arquibancada. O time, na ocasião, beirava a zona de rebaixamento.

A contratação não contou de imediato com a aprovação em massa da torcida, que ainda tinha desconfianças quanto ao nome escolhido. Após algumas escorregadas iniciais, Dorival conseguiu achar o encaixe, adotou a estratégia de uma escalação nos pontos corridos e outra nos mata-matas, e viu o Fla deslanchar.

No Brasileiro, o time da Gávea chegou a se colocar como postulante ao título, mas a queda de desempenho nas últimas rodadas fez o Palmeiras abrir vantagem praticamente irreversível. Na Copa do Brasil e Libertadores, por outro lado, o topo do pódio se mostra em um horizonte ao alcance das mãos.

Copa do Brasil foi determinante para os dois times

Dorival considera que justamente um duelo com o Atlético-MG, adversário de hoje, foi o responsável pela "virada de chave" na temporada. Ele indicou o jogo da volta das oitavas de final da Copa do Brasil, ficou conhecido como "jogo do inferno", foi essencial para a alteração no cenário — os cariocas venceram por 2 a 0 e avançaram no torneio.

"Acredito que não foi a segunda partida que proporcionou a virada, mas sim a primeira, a derrota no Mineirão fez com que fosse apresentada uma situação que os jogadores abraçaram, tiveram competência para resgatar o que havia acontecido anteriormente. Foi importante, perceberam que poderíamos estar mais ativos e presentes do que vinha acontecendo. É uma conjugação de fatores para inverter um processo que vinha acontecendo, infelizmente. Não procuramos culpados, mas sim propor uma nova situação. Houve aceitação e confiança naquilo que estava sendo mostrado. A partir disso sim tivemos novas condições em todas competições", disse, durante o sorteio dos mandos dos jogos finais.

Para o Atlético, por outro lado, o duelo marcou a queda de Turco Mohamed que a diretoria alvinegra tanto evitou. O treinador argentino segurou um mês de pressão quando conseguiu dar resultados expressivos, mesmo sob muita crítica em relação ao desempenho da equipe, que demonstrava muitas dificuldades em campo.

Justamente contra o Flamengo, quando o Galo venceu o Rubro-Negro tanto no Brasileiro como no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil, os ânimos da torcida - que pedia insistentemente pela demissão do treinador - acalmaram-se. Porém, a eliminação no jogo da volta foi o estopim para a diretoria alvinegra, que muito relutou em trocar o comando técnico no meio da temporada.

FICHA TÉCNICA:

ATLÉTICO-MG x FLAMENGO
Competição: Campeonato Brasileiro - 32ª rodada
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Dia e hora: 15 de outubro de 2022 (sábado), às 20h30 (horário de Brasília)
Árbitro: Ramon Abatti Abel
Assistentes: Fabricio Vilarinho da Silva (Fifa) e Thiaggo Americano Labes
VAR: Thiago Duarte Peixoto

ATLÉTICO-MG: Everson; Guga, Nathan Silva, Alonso e Dodô; Allan, Otávio e Nacho; Zaracho (Ademir), Keno e Hulk (Sasha). Técnico: Cuca

FLAMENGO: Santos; Varela, Pablo, Fabrício Bruno e Ayrton Lucas; João Gomes, Matheuzinho e Victor Hugo; Marinho, Cebolinha e Matheus França. Técnico: Dorival Jr