Cuca e Caetano divergem sobre montagem do elenco do Atlético-MG para 2023

Na sétima colocação no Brasileirão e com risco de não disputar a próxima edição da Libertadores, o Atlético-MG faz uma temporada muito abaixo do que se esperava, visto que era apontado como um dos candidatos aos principais títulos de 2022 devido à campanha avassaladora no ano passado. O fraco desempenho do time gera dúvidas de como será o 2023 do Galo, que vai inaugurar a Arena MRV. Existe divergência até mesmo dentro do clube quando o assunto é a construção do elenco.

Para a próxima temporada qual o caminho que o Atlético deve seguir: reformulação ou apenas ajustes?

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A torcida aguarda que muita coisa mude na Cidade do Galo para o ano que vem. Muitos jogadores que foram importantes em 2021, ano do Triplete Alvinegro — Brasileirão, Copa do Brasil e Mineiro —, não estão repetindo o desempenho. Ainda sem saber se seguirá no cargo, o técnico Cuca está no lado de quem defende que sejam feitas trocas no grupo.

"Vamos buscar essa vaga direta, se Deus quiser, faltam seis jogos. Depois vai entrar o trabalho do diretor de futebol que é um dos, se não o mais competente do Brasil, que é o Rodrigo [Caetano]. Ele vai entender no futuro o que é necessário para que o Galo no ano que vem volte a ser o Galo de 2021, ainda que não seja com os mesmos nomes. Naturalmente você vai tentar sempre uma melhora do seu plantel", comentou o treinador, após a derrota para o Flamengo por 1 a 0, no Maracanã.

Não foi a primeira vez que Cuca deixou escapar que o elenco do Atlético precisa ser modificado. Em junho, antes do retorno do treinador à Cidade do Galo, o colega Lisca revelou uma conversa que teve com Cuca em janeiro, semanas depois de o Alvinegro ser campeão brasileiro e da Copa do Brasil.

"O Cuca já tinha me falado lá no curso [da CBF] que esse ano vai ser difícil. É muito difícil dar sequência, são tantas vitórias, ele ganhou tudo. É o desgaste do dia a dia. Tem muita coisa do vestiário que não sai para fora. Imagina administrar um grupo onde todo mundo quer jogar. Tem que ver as histórias que ele me contou, mas não posso contar aqui para vocês", disse Lisca, durante entrevista ao podcast Dus 2.

No entanto, a permanência de Cuca para 2023 ainda não está garantida. Com contrato até o fim do Brasileirão, o futuro do treinador na Cidade do Galo será decidido nas próximas semanas.

Diretor quer ajustes

Para o diretor de futebol do Atlético-MG, Rodrigo Caetano, a resposta é ajustar. Inclusive, o dirigente já descartou qualquer possibilidade de uma grande reformulação no elenco.

"Primeiro, eu não defendo uma palavra que no futebol custa caro, de alto risco: reformulação. Não vou compactuar com isso, já assumo minha posição. A tendência é que aqueles que ficarem, certamente boa parte do elenco, é recuperar o alto nível para disputar a liga maior que é o Campeonato Brasileiro", disse Rodrigo Caetano, em entrevista ao programa Os Donos da Bola, da Band Minas.

A última grande reformulação no elenco do Atlético foi feita na temporada 2020. Naquele ano, 32 jogadores deixaram a Cidade do Galo e outros 18 foram contratados. Já em 2021, por exemplo, apenas seis reforços chegaram ao Atlético. Nesta temporada foram oito contratações, além do zagueiro Junior Alonso, negociado com o Krasnodar, mas que retornou ao clube dois meses depois, por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.