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Lula: 'Neymar tem medo de eu saber a dívida que o Bolsonaro perdoou dele'

Do UOL, em São Paulo

18/10/2022 20h24

Candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou Neymar, atacante do Paris Saint-Germain e da seleção brasileira, hoje (18), em entrevista ao Podcast Flow, pelo apoio do jogador ao atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Lula afirmou que Neymar — apoiador declarado de Bolsonaro — tem o direito de escolher o candidato que desejar, mas brincou ao afirmar que o jogador teria "medo" de que o candidato do PT saiba "o que o Bolsonaro perdoou da dívida do imposto de renda dele" caso seja eleito presidente.

"O Neymar tem o direito de escolher quem ele quiser para ser presidente. Eu acho que ele tá com medo se eu ganhar as eleições, eu vá saber o que o Bolsonaro perdoou da dívida do imposto de renda dele. Eu acho que é isso que ele tá com medo de mim", iniciou Lula.

"Obviamente o Bolsonaro fez um acordo com o pai dele. Ele agora tá com problema no imposto de renda na Espanha. Mas isso não é o um problema do presidente. É um problema da Receita Federal e não meu", completou o ex-presidente.

O candidato se refere ao encontro entre Neymar pai, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, em 2019, para conversar sobre um processo que cobrava R$ 69 milhões em impostos e multas da família Neymar. O intuito da reunião era tentar diminuir o montante a ser pago. O caso ainda não foi resolvido e a dívida de cerca de R$ 8 milhões segue correndo na Justiça.

Neymar declarou seu apoio a Jair Bolsonaro no fim de setembro, quando apareceu dançando e cantando uma música em alusão ao político. Um dia antes, Bolsonaro visitou o Instituto Projeto Neymar Jr., na Praia Grande (SP). Na ocasião, o jogador de futebol agradeceu pelo carinho.

Caso queira exercer seu direito ao voto, Neymar terá que vir ao Brasil no dia 30 de outubro. O atacante não transferiu o título de eleitor desde que foi para a Europa. O local de votação do jogador é em Santos, como consta no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo o Ministério de Relações Exteriores, "os eleitores que votam no Brasil não podem votar em trânsito no exterior".