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Por que Inter celebra vice-liderança e esfria luta por título do Brasileiro

O Inter de Braian Romero (foto) está satisfeito com o segundo lugar na tabela - DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Inter de Braian Romero (foto) está satisfeito com o segundo lugar na tabela Imagem: DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/10/2022 16h00

O Internacional diminuiu ainda mais a diferença para o Palmeiras. No fim de semana, a vitória contra o Botafogo deixou a distância para o líder em oito pontos. Mas o discurso gaúcho não é de briga ponto a ponto pelo topo. Satisfeito com o vice-campeonato, o Colorado comemora, e tem suas razões para isso.

Não é apenas a pontuação elevada que deixa o clube do Sul contente, mesmo sem brigar diretamente pelo título. A campanha acima do esperado, a chance de quebrar um recorde e a estabilidade atingida constroem as razões da equipe gaúcha.

Acima do esperado

Quando estabeleceu seus objetivos no início da temporada, o Internacional definiu que deveria ficar entre os seis primeiros colocados do Brasileirão. Assim, além de uma premiação interessante, garantiria vaga na próxima Libertadores.

Depois de falhar nas metas nos três campeonatos que disputou no ano (Copa do Brasil, Sul-Americana e Gauchão), o segundo lugar está cima do planejado no Beira-Rio. Por isso, ainda que o título fosse excepcional, o vice já é visto como bom o suficiente. Vale premiação perto de R$ 30 milhões e vaga direta na fase de grupos da competição de clubes mais importante do continente no ano que vem.

Recorde particular

O Inter, ainda, persegue seu recorde particular. Com 60 pontos, faltam 10 para igualar a maior pontuação já atingida no Brasileirão de pontos corridos disputado com 20 equipes. Com mais seis jogos pela frente (18 pontos em disputa), igualar ou bater tal marca já significaria um feito para a equipe de Porto Alegre.

Fim da instabilidade

Mano Menezes sorri durante Flamengo x Inter, jogo do Campeonato Brasileiro - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

O passado recente não é positivo para o Inter. Depois de acabar o Brasileiro passado em 12º, com cinco derrotas nos últimos seis jogos, o clube precisava de uma resposta, que não veio no início deste ano. O começo de 2022 foi catastrófico, com queda na primeira fase da Copa do Brasil e eliminação antes da final do Gauchão para o rival, Grêmio.

A chegada de Mano Menezes, a arrancada que coloca o time invicto nos últimos 12 jogos (11 no Brasileiro) e a boa campanha realizada até agora já dão argumentos para celebração. Mesmo que o título pudesse antecipar etapas na recuperação do status do clube, o segundo lugar — pela segunda vez nas últimas três edições do Brasileiro — já compõe um ambiente amplamente positivo.

Foco no objetivo atingível

Se mudar seu foco para brigar pelo título, o Internacional pode perder atenção no objetivo real, que é conquistar vaga na próxima Libertadores diretamente na fase de grupos. Este pensamento é repetido nos bastidores do clube. Ao criar um ambiente para lutar com o Palmeiras, o Colorado pode tentar forçar vitórias quando eventualmente um empate pode ser positivo também. E acabar sem uma coisa nem outra.

Neste sentido, seria melhor manter os pés no chão e atingir a meta mais próxima do que lutar por algo distante que acabe atrapalhando o caminho.

Pedro Henrique, do Inter, comemora gol contra o Avaí pelo Brasileirão -  R.Pierre/AGIF -  R.Pierre/AGIF
Imagem: R.Pierre/AGIF

Palmeiras não vai oscilar

Não bastassem todos os motivos para não se empolgar com a disputa pelo título, tem um que é definitivo: o Palmeiras. Dono de uma campanha muito boa até agora no Brasileirão, o time de Abel Ferreira pode ter até tropeçado recentemente, mas mantém margem considerável.

Além disso, é consenso que uma oscilação tão grande a ponto de colocar o Inter como postulante é algo praticamente impossível de se esperar.

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