Ex-promessa do Santos vive 'choque' na Série D e busca recomeço em 2023
Diogo Vitor era uma das grandes promessas das categorias de base do Santos, foi procurado pelo Real Madrid B e tinha a carreira agenciada por Wagner Ribeiro, um dos empresários mais conhecidos do Brasil. Atualmente, o meia-atacante está no ASA de Arapiraca.
Sem agente, o Menino da Vila está com 25 anos e disputou a Série D do Campeonato Brasileiro. O contrato termina no fim de 2022 e ele busca nova oportunidade para a próxima temporada.
Marcado por problemas de indisciplina e flagrado em exame antidoping por uso de cocaína em 2018, Diogo tenta dar um novo sentido para a sua carreira. Mesmo com apenas sete jogos pelo ASA e nenhum gol, a avaliação do clube alagoano é positiva.
"O Diogo é um ser humano espetacular, trabalhador, e que teve um resgate de sua carreira no ASA em 2022. Posso dizer que ele voltou e vai figurar na elite do futebol nacional. Ele joga muita bola e resgatou sua carreira conosco. 2023 promete muito para esse atleta", disse Rogério Siqueira, presidente do ASA, ao UOL Esporte.
"Ele está limpo. O ASA o contratou e ele veio, trabalhou dignamente, recebeu seus salários bem menores do que o de costume e ajudou o clube na temporada. Agora ele segue sua profissão e o ASA agradece pelos serviços prestados", completou o mandatário.
No ASA, Diogo Vitor viveu um "choque". Sem empresário e fora da região Sudeste pela primeira vez, o garoto precisou andar com as próprias pernas e esteve ciente que, se derrapasse, poderia ficar sem o sustento para a sua família.
Mesmo sem a melhor das estruturas no ASA, Diogo teve boa postura e agora tenta uma nova oportunidade para 2023. Ele cuida da própria carreira e espera ser procurado por clubes de outras divisões. Depois de disputar a Série D, o objetivo é pelo menos beliscar uma Série B.
Visões distintas
Antes de partir para Arapiraca, Diogo Vitor atuou pelo Maringá. O clube paranaense é gerido por empresários que conheceram o meia-atacante no Santos e acharam que a aposta valia a pena.
No Maringá, porém, Diogo "não foi atleta", pelo que ouviu o UOL Esporte. Ele se manteve longe das drogas, mas nunca ficou no peso ideal e só disputou uma partida do Campeonato Paranaense.
Antes do Maringá, Diogo Vitor passou por um período curto no Corinthians e no Cruzeiro. Em ambos os clubes, ele não chegou a atuar e também foi alvo de reclamações pela postura indisciplinada.
Diogo manteve o hábito da época do Santos de faltar a treinamentos ou se dedicar pouco. Os quilos a mais, ganhos no período de punição de 18 meses sem jogar por uso de cocaína, nunca foram superados.
Garoto problema
A trajetória de Diogo Vitor no Santos foi marcada por polêmicas desde a base. Funcionários do departamento amador do Peixe costumam dizer que o atleta tem "várias avós". Em um caso emblemático, ele justificou uma falta por causa da morte da avó. Quando a comissão técnica ligou para a casa do jogador, a avó atendeu.
Em 2016, Diogo Vitor era esperado para treinar com o elenco profissional do Santos na pré-temporada, mas alegou dor de dente, recusou tratamento e ficou em Minas Gerais por quatro meses. Quando voltou em maio, ele se recondicionou fisicamente e contou com o apoio dos companheiros para conseguir uma chance com o então técnico Dorival Júnior. O treinador aceitou, escalou o atleta em duas partidas, mas o jogador sumiu novamente.
Quando se reapresentou, Diogo foi rebaixado para o Santos B, onde manteve o histórico de indisciplina. Em agosto, enviou uma foto dos seus olhos e alegou estar com conjuntivite. O Peixe o chamou para exames e ele não foi, acumulando mais uma semana de faltas. Em fevereiro de 2017, sumiu por três meses.
Diogo Vitor sumia e voltava, e sempre encantava os treinadores pelo seu talento. Em 2018, Jair Ventura foi mais um a tentar reabilitar o jovem. E ele reestreou pelo profissional com gol num clássico contra o Corinthians, no Pacaembu. Rápido e habilidoso, passou a ganhar mais chances e atuou oito vezes... Até ser flagrado por uso de cocaína em exame antidoping.
Diogo Vitor cumpriu 18 meses de suspensão e foi assessorado pelo Santos para tratamento e reabilitação. Quando o gancho acabou, no fim de 2019, ele se reapresentou e contou com o apoio de Walter Casagrande e Mano Brown, mas nada adiantou. Depois de inúmeras chances, o Peixe rescindiu o contrato em março de 2020.
Desde o fim do vínculo com o Santos, Diogo Vitor esteve no Corinthians, Cruzeiro e Maringá, sempre com algum empresário e "padrinhos". Agora, no ASA e à espera de um novo clube, o Menino da Vila está por conta própria. Seu passado pesa contra, mas ele ainda confia e tenta escrever um novo futuro.
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