O que a Globo fez para mudar prêmio Craque do Jogo e evitar novo caso Sidão
Sidão ganhou um processo contra a Globo por causa do constrangimento sofrido na eleição de "Craque do Jogo", que acontece após as partidas transmitidas pela emissora. A empresa foi condenada a pagar R$ 30 mil ao atleta depois do episódio marcante, mas agiu rápido para mexer no sistema de votação e evitar novos casos de humilhação a partir de movimentos na internet.
O quadro "Craque do Jogo" surgiu em 2019. Em 12 de maio daquele ano, o Santos ganhou do Vasco pelo Brasileirão com falha do goleiro. Em uma campanha feita nas redes sociais durante a partida, Sidão foi escolhido o destaque. Seguindo o protocolo do quadro, a emissora fez ao vivo a entrega do troféu ao jogador, visivelmente abatido com a situação.
No mesmo dia, a Globo agiu. Publicou uma matéria em seu site pedindo desculpas ao jogador e mudando o formato da votação do "Craque do Jogo". Desde então, os comentaristas da transmissão, geralmente uma dupla, votam, com peso 1 para cada. A decisão do público na internet tem o mesmo valor e, ao final da soma, é definido o destaque da rodada. Em caso de empate, o narrador dá o voto de minerva.
Com esse modelo, a Globo não evita as brincadeiras do público, mas impede que aconteça novos constrangimentos. Também em 2019, o volante Aírton, que defendia o Fluminense, foi expulso na partida contra o Athletico.
A internet o escolheu como o melhor em campo, mas Júnior e Sandro Meira Ricci, que trabalhavam na transmissão, votaram em Rony, atacante do Palmeiras que à época estava no Furacão. A pegadinha, portanto, não foi para frente.
No processo vencido por Sidão em primeira instância, a qual o UOL Esporte teve acesso, a defesa da Globo argumenta que a emissora reconheceu o erro, se desculpou com o jogador e mudou o formato ainda no dia do episódio, a fim de evitar novos constrangimentos.
"Logo após ter tomado conhecimento dos fatos em debate, a Ré [Globo] não somente procedeu à alteração do regulamento da premiação, a fim de também computar a opinião técnica dos comentaristas, como também, e em absoluta boa fé e respeito ao jogador, formalizou a ele um pedido de desculpas", diz um trecho do processo.
"Sem deixar de reconhecer a opinião do público, a mudança no formato tem o objetivo de premiar os jogadores que tiveram atuação de destaque em cada partida", afirmou a Globo na ocasião, em matéria publicada em seu site. "O Grupo Globo aproveita para pedir desculpas a Sidão pela situação de constrangimento ao fim do jogo no Pacaembu. O goleiro é um profissional de alto nível no futebol brasileiro que estava em seu ambiente de trabalho depois de uma jornada difícil. Reconhecemos que a entrega do troféu não foi adequada na ocasião e agradecemos a educação de Sidão no momento de tensão".
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Globo em primeira instância e, por isso, cabe recurso. O UOL procurou a assessoria de imprensa da emissora para falar sobre o processo. A equipe de comunicação afirmou que a empresa não comenta "casos sub judice". As assessorias jurídica e de imprensa do jogador também foram procuradas, mas não se manifestaram até o momento. A matéria será atualizada caso as partes se pronunciem.
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