'Muito triste', VP deixa papo de renovação com o Corinthians para depois
A derrota para o Flamengo na final da Copa do Brasil deixou Vítor Pereira entristecido em sua entrevista coletiva, no Maracanã. O técnico do Corinthians deu respostas mais curtas do que o habitual, admitiu o abalo pelo vice-campeonato e preferiu deixar para depois as conversas com o clube sobre renovação ou não do contrato para o ano que vem.
"Depois deste jogo era o timing que queríamos para ter uma conversa com o Duílio [Monteiro Alves, presidente], com a direção, e vou ter esta conversa com eles. Como vocês devem calcular, não vou anunciar alguma coisa em público se ainda não tive uma conversa com o presidente para definir as coisas com ele. Não posso fazer isso", falou o treinador, quando questionado sobre o assunto.
Sobre a final, em si, o treinador tentou ser conciso. Preferiu não abrir a coletiva com a tradicional resposta longa sobre sua análise tática da partida e usou frases curtas do começo ao fim.
"Não vou falar muito. Dou os parabéns à nossa torcida pelo apoio, aos jogadores pelo que fizeram em campo hoje, um grande jogo. Pênaltis são pênaltis, e acabamos perdendo a final desta forma. É o futebol, [vamos] seguir em frente", lamentou Vítor Pereira. "Fizemos um jogo competente e me orgulho. Dos jogadores e da torcida. Isso é que me deixa muita pena: esses 33 milhões mereciam ganhar, nosso trabalho merecia, mas é o que é. O futebol é assim."
VP montou o time com uma linha de cinco defensores, com Lucas Piton no lado esquerdo. Em seis minutos, porém, Pedro abriu o placar para o Flamengo e desmontou os planos. O lateral ficou sem função em campo e ainda por cima errando muito, por isso foi trocado por Adson no intervalo, e aí o Alvinegro melhorou. O bom segundo tempo rendeu o empate com Giuliano, e depois o Corinthians chegou a ter vantagem nos pênaltis, mas perdeu a taça após Fagner e Mateus Vital desperdiçarem as cobranças.
"O que posso dizer? É uma tristeza muito grande. Orgulho daquilo que fizemos, do projeto que fizemos nesta Copa, e uma tristeza muito grande porque gostaríamos muito de dar uma alegria à nossa torcida e não foi possível. Estamos todos muito tristes, mas o futebol é isso: algumas vezes se ganha, em outras se perde. Hoje perdemos desta forma inglória. Fizemos um grande jogo aqui no Maracanã, mas é o futebol", afirmou Vítor Pereira na coletiva.
Veja as outras respostas de VP:
Escolha por Lucas Piton
"O Piton era no sentido de ter largura para jogar contra um losango. É difícil ter largura [no campo] jogando contra dois jogadores completamente aberto. O objetivo era deixar o Róger [Guedes] mais à frente para criar problemas em termos de transição, com Yuri [Alberto] numa linha mais à frente. E variar bem o jogo de um lado para outro, fazê-los correr atrás da bola. Penso que foi conseguido, pena foi sofrer aquele gol, e o plano B era voltar ao 433 habitual, ter a bola e ir para cima. Conseguimos, e depois foi uma tristeza grande. É seguir em frente. A torcida tem que se sentir orgulhosa, eu estou orgulhoso.
É pior perder desta forma?
"Custa perder assim, mas custaria mais se estivéssemos aqui e não jogássemos nada. Como ouvi muitos comentaristas dizendo que só estaríamos para nos defender, mas viemos para jogar e ganhar, este era o objetivo: fazer nosso jogo, colocar dificuldades ao Flamengo. Isso ficou claro."
Decisão nos pênaltis
"O pênalti é uma questão também de trabalho. Não acredito muito? Para mim não é uma questão de sorte, é ter a tranquilidade, a paz de espírito sob pressão para decidir bem e executar bem. Eles conseguiram marcar um a mais que nós e venceram. Damos os parabéns e lamentamos pelo que fizemos. Poderíamos mais, mas é o futebol."
Balanço do trabalho neste ano
"Tivemos um período grande com muitos jogadores lesionados, dez jogadores importantes fora, que nos dão qualidade de jogo. E estivemos sempre na luta pelos primeiros quatro lugares. Conseguimos chegar às quartas da Libertadores e à final da Copa [do Brasil], mas no final são os títulos que contam. Este foi nos pênaltis. A equipe teve um período em que não jogou o que pode jogar, o que joga neste momento, o que é normal porque tivemos os lesionados. Foram dez desfalques contra o Flamengo, contra o Palmeiras muitos não jogaram, depois chegaram outros jogadores, outros saíram, e neste momento viemos aqui bater com o Flamengo, na casa deles, de igual para igual. Este é o jogo que podemos jogar."
Encaixe tático da final
"Vi tudo que imaginei: o Flamengo tem dificuldades de defender a largura [do campo]. Quando se passa a primeira linha de pressão, eles têm dificuldades. Mas também se tornam perigosos quando partem porque os jogadores de frente, a qualquer mínimo espaço, conseguem criar situações de gols e fazer gols. Fizemos um jogo muito competente, de qualidade. Tivemos mais posse de bola e iniciativa do que eles, usamos as laterais, fizemos que corressem atrás de nós, e foi assim que acabou o jogo."
Identificação com o Corinthians
"Gosto muito, gosto muito? O Corinthians é um clube que me identifiquei desde cedo, com o espírito, no sentido do povo. Por isso esta tristeza. Gosto muito do clube, sinceramente, gosto muito. Não vou falar aqui do meu futuro, vou falar com o Duílio, e vocês não vão ouvir da minha boca -vão ouvir da dele."
Planejamento para 2023
"O trabalho que fazemos não é só pensar no presente, é também pensar no futuro. O Corinthians tem um trabalho de base feito, que vai crescer e ser mais forte no futuro, sem dúvida nenhuma. Comigo ou sem."
Reta final do Brasileirão
"Esta parte final do campeonato vai ser muito difícil, sem dúvidas nenhuma. Tínhamos como objetivo claro ganhar esta Copa e nunca escondemos isso dentro do grupo. Este era o nosso título e não foi possível. Agora temos que buscar forças porque daqui a dois dias já temos que viajar outra vez. Temos que nos recompor da paulada que levamos, não há dúvida nenhuma de que foi uma pancada forte, mas temos que ter condições de discutir o jogo com o Santos."
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