A um mês da Copa do Mundo, relatório aponta abusos trabalhistas no Qatar
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A Anistia Internacional, organização não governamental (ONG) voltada para a proteção dos Direitos Humanos, publicou nesta quinta-feira (20), faltando exatamente um mês para a Copa do Mundo de 2022, um relatório sobre as condições trabalhistas no Qatar. Os abusos praticados no país estão sob olhares de todo o planeta desde que o país recebeu o direito de sediar o Mundial.
O relatório da Anistia Internacional aponta para evoluções nos últimos cinco anos, mas destaca problemas na aplicação das regulamentações. Os principais prejudicados nas relações trabalhistas são imigrantes. Centenas de milhares de pessoas saíram de outros países para atuar em projetos relacionados à Copa do Mundo. Muitos desses trabalhadores sofrem com salários atrasados, não recebem folgas e operam em ambientes inseguros, entre outros problemas.
Devido à pressão internacional direcionada ao país e à Fifa, o Qatar passou por reforma trabalhista em 2017. Entre as promessas, estava o fim do sistema kafala, em que um "patrocinador" - geralmente o patrão - detém os passaportes de imigrantes. O governo catari também criou leis para proteger os trabalhadores das condições climáticas extremas. No entanto, de acordo com o relatório, os aparatos legais não possuem a efetividade necessária e os abusos persistem "de maneira significativa".
"Com a Copa do Mundo se aproximando, a missão de proteger trabalhadores imigrantes da exploração está no meio do caminho, enquanto a compensação para aqueles que sofreram abusos mal começou", declara Steve Cockburn, diretor de justiça econômica e social da Anistia Internacional.
A ONG apresentou um plano de ação, com dez passos, para melhorar a situação dos trabalhadores no Qatar. A investigação de mortes nas construções para a Copa do Mundo, a permissão para a criação de sindicatos, o fim definitivo do sistema kafala e a compensação de abusos históricos estão entre os pontos sugeridos pela Anistia Internacional.
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