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A fábrica quebrou? Grêmio rompe 'linha de produção' que gerou R$ 250 mi

Ferreira, do Grêmio, sofreu com lesões e não conseguiu sequência no time - DONALDO HADLICH/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Ferreira, do Grêmio, sofreu com lesões e não conseguiu sequência no time Imagem: DONALDO HADLICH/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

21/10/2022 04h00

Uma linha de produção estava estabelecida na Arena do Grêmio. O Tricolor produzia um atacante para o lado do campo, utilizava, vendia, e já tinha outro preparado para assumir a vaga. O fluxo de lucro técnico e financeiro era celebrado nos gabinetes do clube sempre que possível. Até agora. A 'fábrica' gremista, que já rendeu ao menos R$ 250 milhões, parece ter perdido o molde e o elenco sofre com poucas opções.

É fácil elencar jogadores que fizeram parte da produção tricolor. Pedro Rocha, Everton Cebolinha e Pepê se enquadram claramente no sistema de formação, utilização e venda. Luan, ainda que não atuasse sempre pelas pontas, também poderia estar entre os citados.

Com Pedro Rocha, que despontou em 2016 e foi vendido ao Spartak Moscou, da Rússia, o Tricolor movimentou 12 milhões de euros. A sucessão foi Everton Cebolinha, que brilhou com a camisa azul, branca e preta e pela seleção brasileira, sendo negociado em 2020 com o Benfica, de Portugal, por 22 milhões de euros. Neste momento, quem já estava pronto para assumir vaga era Pepê, que também deu retorno técnico ao time gaúcho antes de sair para o Porto, também português, numa negociação de 15 milhões de euros em 2021.

Ou seja, considerando apenas o trio, o Tricolor recebeu 49 milhões de euros (R$ 250 milhões na cotação atual).

Mas olhar para o passado recente é perceber que não houve sucessor para Pepê. O seguinte na fila seria naturalmente Ferreira, que deu retorno técnico nas oportunidades recebidas inicialmente, mas conviveu com problemas fora de campo. As frequentes lesões e algumas polêmicas em renovações de contrato brecaram a ascensão do atacante, que disputou só 15 jogos e marcou apenas um gol em 2022 por repetidos quadros clínicos.

Hoje, Renato Gaúcho conta com pontas de outro perfil. Guilherme, ainda que tenha sido formado no clube, já deixou a base há muito tempo e passou por diversas equipes, no Brasil e no exterior, até retornar, no meio deste ano.

Biel, que é jovem e promissor, não pertence ao Grêmio e atua no clube emprestado pelo Fluminense. Sua sequência em 2023 é improvável e dependerá da compra dos direitos ao fim do contrato.

Outro ponta contratado foi Janderson. No início do ano, por indicação de Vagner Mancini, o Tricolor buscou o jogador no Corinthians, após empréstimo ao Atlético-GO. Sem grande brilho em Porto Alegre, ele conviveu mais tempo com a reserva do que com a titularidade.

Sem muitas alternativas, Portaluppi já precisou utilizar Thaciano por ali. O antecessor, Roger Machado, tinha feito o mesmo com Campaz.

Mas e os jovens?

A pergunta é simples e direta: Mas o Grêmio não produziu nenhum jogador da função recentemente? Até sim, mas não tiveram sequência e acabaram sendo negociados. Jhonata Robert, ainda que tivesse outra característica, poderia aparecer como nova aposta gremista, mas vive um calvário. Sofrendo com lesões graves, ele esteve em campo apenas por 24 minutos no ano (pelo time principal) e tem previsão de completar um período de 16 meses afastado. Sua volta é prevista apenas para o ano que vem.

Elias também poderia ser o novo 'produto' gremista, mas não recebeu tantas chances assim. Depois de um bom Gauchão, no qual marcou cinco gols, ele foi emprestado ao New York Red Bulls, dos Estados Unidos, pelo qual já fez dois gols e deu uma assistência em sete partidas.

Gui Azevedo também foi candidato neste processo, mas viveu realidade semelhante. Atualmente ele está em seu segundo período de empréstimo. Depois de defender o Coritiba e voltar, foi cedido ao Criciúma, pelo qual fez nove partidas.

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