O Flamengo conquistou o título da Copa do Brasil na quarta-feira (19) ao superar o Corinthians nos pênaltis depois do empate em 1 a 1 no Maracanã, mas a atuação recebeu críticas dos torcedores que já estão na expectativa pela final da Libertadores no dia 29 contra o Athletico-PR em Guayaquil. Mauro Cezar Pereira afirma que é uma característica rubro-negra a cobrança por um futebol ofensivo quando se tem time para isso e ressalta que o clube é o único grande do país que é sempre cobrado além do resultado.
No Posse de Bola #273, ao lado de Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi e Juca Kfouri, Mauro Cezar afirma que passada a comemoração do título, alguém na direção do Flamengo deveria falar com Dorival Júnior para tentar entender a forma como o time recuou diante do Corinthians. Ao mesmo tempo, ele contesta a tese de que para o Corinthians tenha que ser sempre mais difícil quando o clube poderia produzir mais pelos jogadores que tem.
"O Corinthians, com a faca no pescoço porque estava perdendo, mostrou que tem sim capacidade de jogar de uma outra maneira. Eu acho saudável que a torcida do Flamengo consiga fazer as duas coisas e isso aconteceu, comemorou, tirou sarro do adversário, mas cobrou. O que aconteceu quarta-feira no Maracanã é, acabou, ganhou, comemorou? No dia seguinte chamar o Dorival em uma sala e falar 'o que foi aquilo? Você mandou os jogadores recuarem? Que negócio é aquele?'. Aquilo foi um absurdo", diz Mauro Cezar.
"O que me chamou a atenção realmente, e isso não me surpreende, eu sei que o Flamengo é o único grande clube do futebol brasileiro em que a cobrança existe da imprensa e da própria torcida porque tem que jogar e tem que jogar bem, o Corinthians sempre tem essa narrativa do 'sou maloqueiro e sofredor'. Vão sempre com essa narrativa como se fosse sempre funcionar dessa maneira e já há anos que não acontece, não está ganhando nada o Corinthians, e tivesse que ser sempre assim. Isso vira muleta para o time jogar um futebol aquém do que pode".
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Mauro Cezar: Corinthians ganhou o 'troféu The Voice'
Torcedores corintianos chamaram a atenção nas redes sociais para a forma como o grito que mais ecoava no Maracanã durante o segundo tempo da partida entre Flamengo e Corinthians pela final da Copa do Brasil era a do clube visitante, isso pelo que se acompanhava na transmissão da TV. Mauro Cezar ironiza o que chamou de 'troféu The Voice' do clube paulista.
"O Corinthians ganhou o 'troféu The Voice' porque a torcida cantou mais alto no Maracanã. Como não cantou em Itaquera porque o Flamengo dominou o jogo em São Paulo e aí você escutava a torcida do Flamengo. Outra coisa, escutar torcida por televisão não é escutar torcida no estádio. Na televisão você acha que o microfone ambiente não tem operador de áudio regulando aquilo e que no momento em que o time visitante está dominando ele não quer dar um sobe som? Óbvio que ele vai dar um sobe som para o time que a torcida está gritando, está apoiando. Aí para o campeoníssimo é o 'troféu The Voice', a torcida cantou mais alto".
Arnaldo Ribeiro: Everton Ribeiro é o jogador mais subestimado do país
Um dos responsáveis pela jogada que abriu o placar para o Flamengo no Maracanã e também cobrador de pênalti na decisão que deu ao clube rubro-negro o título da Copa do Brasil, Everton Ribeiro é apontado por Arnaldo como o jogador mais subestimado do Brasil e destaca que ele deve ir à Copa do Mundo do Qatar pela seleção brasileira por ter característica que nenhum outro atleta da posição tem no país.
"Um jogador que eu computo o mais subestimado do país, Everton Ribeiro. O que esse sujeito joga é uma enormidade, ele é um jogador que viabiliza o coletivo, é o patinho feio do quarteto, desse e do outro, é o cara que levou o Cruzeiro ao bicampeonato em 2013 e 2014, ele dita o ritmo, ele defende, ele arma e ele chega para fazer. O Everton Ribeiro é um colosso, por isso que vai para a Copa do Mundo, porque o Brasil não tem um jogador como ele, com a característica, nem jogando na Europa, ele é um jogador diferente".
Arnaldo: Flamengo quase se complicou por formação de elenco populista
Com o elenco apontado como o melhor do país, o Flamengo precisou improvisar volantes no segundo tempo da partida contra o Corinthians no Maracanã pela Copa do Brasil e ainda ganhou uma preocupação em relação a Thiago Maia para a final da Libertadores. Arnaldo Ribeiro critica o que chamou de formação de elenco populista por parte da diretoria e considera que isso poderia ter custado o título na quarta-feira (19).
"Por conta de uma formação de elenco defeituosa desde o início, uma formação de elenco mais para a torcida do que para time, populista, torta e equivocada, o Flamengo que é melhor do que qualquer outro time do Brasil quase perdeu uma final, porque os problemas de formação se elenco se colocaram justamente na partida decisiva e isso estava óbvio. Quando o Flamengo começa a temporada, ele tinha como dupla de volantes, o Flamengo quis fazer uma temporada sem volante. O Flamengo flertou, mesmo que o Dorival tenha acertado o time, com uma formação completamente frágil defensivamente para viabilizar quatro jogadores maravilhosos".
Juca Kfouri: Corintiano teve o gostinho da vitória que foi subtraído no final
Pelo lado do torcedor corintiano, a derrota nos pênaltis depois de estar em vantagem e de um jogo no qual conseguiu buscar o empata saindo atrás do Flamengo no Maracanã, deixou a frustração pelo título perdido na Copa do Brasil. Juca Kfouri afirma que não tinha expectativa de título, mas acabou triste justamente por ver que no segundo tempo o Corinthians mereceu ganhar.
"Havia muito tempo que eu não ficava triste com uma derrota do Corinthians e eu fiquei triste. O paralelo que eu faço foi com a derrota do Brasil na Copa de 1986 depois do jogo com a França. Eu não tinha grande expectativa, sentei para ver o jogo certo de que o Flamengo venceria, achei no começo que o Flamengo iria golear e depois, aos poucos, o jogo foi se equilibrando. O quarto tempo da final foi corintiano e causou um gostinho da vitória que foi subtraído no fim com o Rodinei fazendo o gol".
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