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Rogério Ceni lamenta possível saída de jovens 'de graça' do São Paulo

Do UOL, em Porto Alegre

21/10/2022 04h00

Rogério Ceni lamentou a possibilidade de perder Luizão e Igor Gomes em fim de contrato para 2023. Segundo o treinador, é natural que jogadores deixem o clube, mas não sem deixar recursos financeiros. Em entrevista coletiva após a vitória por 3 a 1 contra o Coritiba, o técnico ainda falou sobre a disputa por vaga na próxima Libertadores e das marcas da derrota na final da Sul-Americana que ainda seguem presentes no dia a dia do Tricolor.

"Encaro [as saídas] como uma coisa normal. Lamento a forma que saem. Era para o clube faturar um bom dinheiro com esses jogadores. O conceito de aproveitar Cotia é gerar receita para os momentos mais difíceis. O que mais lamentamos é um jogador jovem como Luizão, com contrato finalizando em janeiro, saindo livre. O Igor, com contrato acabando em março, podendo sair livre. Lamentamos, porque é através dessa geração de recurso que se consegue montar novos times, contratações, pagar dívidas. É baseado nisso que se investe quase R$ 30 milhões por ano em Cotia", disse o técnico.

Confira os principais trechos da coletiva de Rogério Ceni

G8 e Libertadores 2023

"O planejamento será muito parecido, independente da campanha. Se eu almejo a vaga e quero? Com certeza. Eu quero chegar na posição mais alta que pudermos chegar dentro do campeonato. Hoje são seis equipes que brigam por duas vagas na Pré-Libertadores. E a cada rodada, a cada resultado, teremos um novo parâmetro".

"Almejamos a melhor colocação, o melhor time. Se eu almejo conquistar a Libertadores? Almejo, mas sou realista. Eu vejo que hoje o São Paulo não é favorito para uma conquista de Libertadores. Agora, se pudermos estar lá, e se tornar fortes desde o começo do ano para disputar, é o que estamos buscando".

Rendimento do time

"Se pegar todos os jogos no Morumbi, em todos o São Paulo dessa maneira. Talvez a exceção seja com times muito alternativos. Mas o São Paulo domina quase todos os jogos, tem mais finalizações que o adversário. Fora de casa é que não conseguimos, concordo, exercer este domínio. E até certo ponto é natural. Temos um elenco parecido com grande parte do campeonato. Concordo que o resultado é meio imprevisível. Eu concordo que ninguém aposta no São Paulo em muitos jogos, mas também nunca entrega o São Paulo, não se dá por vencido, até mesmo em jogos grandes, como foi contra o Palmeiras. Somos um time que compete muito. Tem dias que cria muito e faz, outros que cria e não faz. Mas o São Paulo é dominante quase sempre, finaliza mais, cruza mais, normalmente, tem mais escanteios. Nem sempre vencemos, é verdade, precisamos de muitas chances para fazer os gols. Hoje, até o minuto 84 demos poucas chances para o Coritiba. No 84 fomos ceder. Tem que ter uma concentração a mais na bola parada. Mas criamos mais umas três ou quatro chances claras de gol. O time produz".

Paz após derrota na Sul-Americana

"Eu acho que paz não é a palavra certa, mas a frustração fica para a gente. Temos que seguir. Jogamos contra o América-MG e vencemos, o Botafogo não tivemos um resultado bom, apesar de não ter feito um jogo ruim, a chuva atrapalhou muito o que queríamos construir. O Palmeiras pelas circunstâncias foi heroico. Um primeiro tempo bom, com boas oportunidades, mas depois com um a menos e depois com dois a menos. Mas vejo o time tentando jogar bem, fazer o melhor, pressionar o adversário e fazer com que o resultado aconteça. A paz consigo mesmo se refere à frustração que gerou a derrota para del Valle".

Patrick

"O Patrick participa de muitos lances decisivos. Mesmo quando não faz grandes jogos, perde muito a bola e cede contra-ataque... Fisicamente ele ainda pode melhorar, e acho que vai depois de uma pré-temporada, mas ele participa de muitos lances decisivos, fazendo gols, dando assistências, jogadas individuais. Eu digo que o Patrick arrasta muito bem. Não é tanto um jogador de toque de bola, mas faz jogadas como a do segundo gol, parte para cima na força, arrastando e vai".

Projeção de Pontos para Libertadores

"Não sei dizer, gostaria de saber. Nem parei para pensar nisso. Eu preciso viver jogo e pós-jogo. Estamos concorrendo com muita gente. É muito universitário para pouca vaga na faculdade. Precisamos ganhar no domingo. Se a vitória vier, faremos novamente uma análise. Mas é impossível prever com tanta gente disputando a vaga. Precisamos vencer, nem pela pontuação, mas por nós mesmos, precisamos da maior pontuação até o fim do campeonato".

Equilíbrio fora de casa

"São raros... O Palmeiras é equilibrado dentro e fora. Fora isso, os times são desequilibrados. O Coritiba tem 34 pontos, 32 em casa e dois fora. Para todo mundo é mais difícil fora de casa. Não sei se é psicológico, torcida, arbitragem pressionada. Não sei. Até melhoramos, vencemos América-MG e Ceará fora, que nos dá uma esperança de vencer o Juventude, que não tem vencido mas empatado muito em casa e tirado ponto de muita gente. Não sei dizer um fator. Talvez evoluir defensivamente e fora de casa se está mais exposto, as equipes criam mais coragem de atacar você. Temos que nos defender melhor fora de casa, como foi contra o Palmeiras, por exemplo. Jogar como jogamos no Morumbi, mas defender de uma forma mais consistente".

Saída de jovens

"Encaro como uma coisa normal. Lamento a forma que saem. Era para o clube faturar um bom dinheiro com esses jogadores. O conceito de aproveitar Cotia é gerar receita para nos momentos mais difíceis. O que mais lamentamos é um jogador jovem como Luizão, com contrato finalizando em janeiro, saindo livre. O Igor, com contrato acabando em março, podendo sair livre. Lamentamos, porque é através dessa geração de recurso que se consegue montar novos times, contratações, pagar dívidas. É baseado nisso que se investe quase R$ 30 milhões por ano em Cotia".

"Se o Pablo Maia tiver uma proposta extraordinária, é legal pro clube e pro garoto. Mas desconheço qualquer proposta pelo Pablo. Igor e Luizão, acabam os contratos, que eu saiba ainda não houve renovação, então pode acontecer de perdermos esses jogadores".

"O que me frustra como treinador, é que o grupo que eu participei conquistou coisas muito importantes aqui. E talvez me frustra não conseguir entregar os mesmos títulos como treinador. Mas eu sou extremamente grato a estar aqui trabalhando. Eu gosto de trabalhar com garotos, se tiver jogador bom da base, eu prefiro. Eu prefiro valorizar o clube, Cotia, que é o maior investimento do clube nos últimos anos. Se tiver alguém para o time, eu gosto. Mas de repente tenha alguma posição que não esteja pronto em Cotia que tenhamos que contratar, até para trazer uma experiência"

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