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Diniz elogia Matheus Martins em reação do Fluminense, mas pede paciência

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

23/10/2022 20h22

O técnico Fernando Diniz fez elogios a Matheus Martins após o clássico com o Botafogo. Para o treinador do Fluminense, o jovem atacante foi "determinante" para que o Tricolor pudesse arrancar o empate no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Por outro lado, ele citou que jovens jogadores passam por um processo de amadurecimento e é preciso ter paciência para que possam atuar na plenitude.

Na tarde de hoje (23), pelo Campeonato Brasileiro, o Alvinegro chegou a abrir vantagem de 2 a 0 no placar. Acionado no segundo tempo, Matheus Martins sofreu o pênalti que foi convertido por Ganso e fez o gol de empate.

"O poder de reação aconteceu muito, se analisar friamente, por causa da qualidade individual do Matheus Martins. A gente não estava jogando mal, estávamos com a posse, mas ele entrou e já fez a jogada do pênalti, outra jogada importante, depois já o gol. A entrada do Matheus, da maneira que entrou, foi determinante. Não estávamos jogando mal, estávamos precisando de uma coisa diferente que ele acabou entregando para a gente. Depois do gol de pênalti, não só o Matheus, que jogou bem, mas o time cresceu, a torcida veio junto... A torcida foi fator preponderante para empurrar o Botafogo, fazer o segundo gol e ter até chance de fazer o terceiro", disse.

Antes titular, Matheus Martins começou no banco contra o Avaí e diante do Botafogo. Durante a entrevista coletiva, Diniz citou que os jovens jogadores passam por um processo de amadurecimento, e ressaltou a questão emocional envolvida nisso.

"Jogar em time grande é extremamente difícil. Existe um processo emocional e até social para os jogadores poderem suportar aquilo que o torcedor, às vezes, exige. E o torcedor tem de torcer. Estamos aqui para ser vaiados, elogiados e temos de saber suportar isso. Mas a gente, internamente... O torcedor vem aqui e temos de entregar ao torcedor as coisas. De preferência, entregar vitórias, e se for jogando um bom futebol, melhor ainda, e quando isso não acontece, o torcedor se manifesta. Temos de saber entender o torcedor e temos de entender o jogador. Não é fácil para o jogador de 18, 19 anos, receber uma vaia da torcida. É difícil para qualquer pessoa, tem de ter muito equilíbrio emocional. Com os meninos temos a ilusão que vão vir prontos de Xerém para cá, e se tiver um momento ruim, vai reagir bem e vai dar conta. É extremamente difícil. Então, o Martins saiu, voltou bem. É o processo do Calegari. No Fluminense, não tem jogador ruim. Jogador bom mesmo é o jogador que está com confiança", afirmou.

"Às vezes, quando vem a crítica da torcida... E vai vir sempre. Se o torcedor achar que tem de vaiar, vai vaiar. Ninguém vai controlar a torcida. A torcida está aí para se manifestar do jeito que ela achar que deve. Para os jogadores amadurecerem, tem de passar por esse processo. Às vezes a gente, internamente, se perde naquilo que acontece do lado de fora. E os jogadores precisam de respaldo, de dizer que estamos aqui. Como aconteceu com o Martins hoje. Ele poderia ter entrado e jogado mal, mas é o mesmo Martins. O Calegari pode ter certeza que é um grande jogador, e outros tantos que a torcida, às vezes, em determinado momento, [torcida] pega no pé e tal. Mas aqui não tem jogador ruim. Não é todo dia que o Martins vai entrar e desequilibrar como desequilibrou hoje. Temos de ter cuidado. Gosto de fazer isso, esse processo de preparar jogadores. Conforme o time vai crescendo, os jogadores conseguem ter uma estrutura emocional maior e conseguem jogar mais perto da plenitude", completou.

O comandante do Fluminense lembrou o caso do lateral-direito Samuel Xavier, que era alvo de críticas e, atualmente, vem sendo elogiado:

"Vocês sabem muito bem que o Samuel Xavier, por exemplo, era extremamente criticado quando cheguei aqui. O fato de o time ir ganhando, tivemos um momento bom, foi o tempo que o Samuel conseguiu ir jogando, sedimento, deu tempo de a torcida ver a qualidade. E todos que estão aqui têm essa condição, só não sabemos quais que vão conseguir passar por esse processo. Mas, internamente, temos de saber que vão vir críticas de fora e temos de dar condições para o jogador avançar. Se não, perdemos todo mundo. Internamente, temos de saber lidar com essas situações, e o jogador de futebol profissional se forma assim".

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Vaias ao goleiro Fábio

"Fábio é um jogador extremamente importante para o time. É um personagem que tem seu nome marcado na história do futebol brasileiro. Acho que esse momento foi uma coisa que o Fábio falou em relação à cobrança que vem do torcedor, e alguns jogadores sentem, mas ele é um jogador totalmente identificado com o Fluminense. O torcedor pode ter certeza que o Fábio respeita muito o clube e a torcida, e a gente espera... Fábio gosta muito daqui, trabalha muito, entrega muito, experiente e que se dedica para poder entregar vitórias ao torcedor"

Renovação condicionada à vaga na Libertadores

"Não tem absolutamente nada a ver com isso. Minha permanência no Fluminense... O time está se aplicando ao máximo para conseguir as vitórias. Falando do jogo, fizemos um bom primeiro tempo tivemos perto de abrir o placar, mas o Botafogo quem conseguiu abrir o placar. No segundo tempo inverteu um pouco. A gente levou o segundo gol cedo e deu uma instabilidade emocional. Depois reagimos, empatamos e tivemos a chance de virar. Pelo que aconteceu no jogo, o empate foi justo, mas o Fluminense teve mais chance de vencer"

Nathan na vaga de Manoel no intervalo

"Poderia não ter mexido, mas se for ver a história do jogo, o nosso time, atrás, quase não teve trabalho. Estava com muita posse, mas precisava empatar o jogo e colocar jogadores no campo do Botafogo. Nino e Manoel estavam tendo de construir o jogo. O Andrá constrói e, com o Nathan, ajudava. A ideia foi essa de mudar. O time não estava mal e pensei em não mudar, mas mudar acho que nos aproximaria. O gol do Botafogo foi um gol que não podemos tomar nunca, arremesso lateral no campo de ataque do Fluminense, gol totalmente evitável. A análise tática fica comprometida porque o emocional muda muito. O jogo com mudança emocional grande, equipe conseguiu se equilibrar, o Botafogo teve contra-ataque, mas teve poucas chances claras. Ficamos mais abertos porque o Martinelli estava saindo da posição como se fosse segundo. Depois, isso foi corrigido.

Com a entrada do Matheus Martins, desequilibrou e mudou o jogo completamente. Estávamos perto de fazer o terceiro. Talvez, se tivesse mais tempo teríamos conseguido por aquilo que estávamos fazendo"

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