Grêmio sofre em Série B turbulenta e quase não deixa legado para 2023
O Grêmio está de volta à Série A. Neste domingo (23), venceu o Náutico e está matematicamente na elite do futebol nacional. Mas a Série B não deixou um legado ideal. Claudicante na temporada, o Tricolor trocou treinadores, não teve grandes destaques e ficou com pouco a ser aproveitado no ano que vem.
"Falei antes, era obrigação nossa colocarmos o Grêmio de volta na Série A. O torcedor vem sofrendo há um ano e pouco, mas agora o Grêmio voltou para o seu devido lugar. Então chega de colocarmos amadores no clube, essa que é a realidade. Nosso presidente tem de colocar a mão na massa, seja quem for, e fazer um time forte, para que nosso torcedor não sofra mais. E que possa voltar a conquistar títulos, é o sonho de todo torcedor", disse Renato Gaúcho.
Sem time: Grupo 'capenga' e passando por reformas
O grupo gremista nunca esteve totalmente montado na temporada. Por mais estranho que possa parecer, se passou um ano de futebol sem que o elenco gremista estivesse com as peças ideais para serem aproveitadas pelo treinador que estava no comando. E isso se explica na formação dele.
Quando caiu, o Tricolor optou por manter Vagner Mancini, que abriu a temporada na expectativa de que a sequência melhorasse o rendimento da equipe. Com ele, chegaram jogadores como Janderson, Benítez, Nicolas e Bruno Alves.
Mas Mancini teve vida curta no time. Depois da demissão, Roger Machado foi contratado e ainda teve a oportunidade de agregar jogadores de seu agrado na janela de transferências. Ganhou a seu pedido, atletas como Rodrigo Ferreira, Guilherme, Thaciano e Biel.
Porém, o antigo lateral também não ficou e Renato Gaúcho concluiu o serviço de recolocar o Tricolor na elite. Com a janela de transferências fechada, não ganhou novos jogadores e fez questão de repetir, mais de uma vez, que o elenco não havia sido montado por ele e que faltavam peças para jogar como gostaria. Um grupo que passou por três comandos, termina o ano sem atender completamente nenhum deles.
Sem rumo: Trocas de treinador e direção saindo
Foram muitas trocas de rumo ao longo de 2022. Vagner Mancini carregava como argumento para ficar a arrancada que quase evitou a queda no ano anterior. Mas não conseguiu se libertar da marca de ter sido o técnico no rebaixamento. Vaiado pela torcida a cada insucesso da equipe, acabou demitido em fevereiro.
Roger Machado chegou escorado no bom futebol que seu time jogava entre 2015 e 2016. Ele até conseguiu dar um padrão de atuação para a equipe, encontrou alternativas, testou formações e foi responsável por quase toda campanha de acesso. O que pesou contra foram os infortúnios longe de casa. Com rendimento ruim como visitante e longe da briga pelo título da segunda divisão, a direção gremista percebeu uma oscilação no fim da competição e decidiu trocar de comando para os últimos 10 jogos. Roger caiu no início de setembro.
Junto de Roger também caiu o vice de futebol Denis Abrahão e o diretor de futebol Sergio Vasques. A revolução no departamento deixou arestas e abriu caminho para o comando de Renato Gaúcho.
Portaluppi chegou encarregado de completar o ano, mas sem qualquer indicação sobre o ano que vem. Até porque o clube passará por eleições em novembro e somente a nova cúpula que poderá definir os rumos para o ano que vem. Se no campo quase não há legado, nos gabinetes menos ainda.
Sem novidades: Acesso sem destaques
Individualmente, a Série B do Grêmio se encerra sem destaques. O principal nome na campanha foi um velho conhecido e que nem tem sequência como atleta garantida. Diego Souza, autor de 14 gols, deve terminar o ano como artilheiro da temporada. Mas, aos 37 anos, já disse que pensa em aposentadoria e passará por uma cirurgia no fim deste ano.
Entre os jovens ficou a frustração com Ferreira. Sofrendo com lesões, o camisa 10 do Grêmio disputou apenas 15 jogos na temporada e fez um mísero gol. Talvez a principal notícia positiva tenha sido a consolidação de Bitello, que começa 2023 com status de titular praticamente incontestável.
Peças do elenco sobre as quais havia expectativa também oscilaram. Campaz nunca mostrou o futebol que o clube acreditou que ele teria ao pagar quase R$ 20 milhões por seus serviços. Villasanti, por sua vez, viveu bons e maus momentos.
Entre as contratações, a imensa maioria foram decepções. Janderson, Elkeson, Rodrigo Ferreira, Benítez (negociado após a saída de Mancini), todos foram abaixo do esperado. Nicolas, Bruno Alves, Lucas Leiva, Guilherme, Biel, Edilson, todos tiveram destaque eventual, mas não chegaram a indicar esperanças para o ano que vem.
E agora?
O discurso de ambos os candidatos à presidência fala em reformulação. No elenco, nos processos do clube, nas relações internas. Os dois concordam, aparentemente, apenas em manter Renato Gaúcho. O técnico, entretanto, disse que só mais tarde poderá conversar sobre isso e não garantiu que fica. Com tanto a mudar e um ano que se avizinha complicado, o Grêmio fecha seu terceiro ciclo de segunda divisão praticamente sem levar nada e tentando achar forças para começar de novo.
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