Debate por chapa única e SAF esquenta eleição do Fluminense; veja cenário
Faltando cerca de um mês, as eleições do Fluminense ganham contornos importantes ao longo das semanas. Hoje (25), o atual mandatário do Tricolor, Mário Bittencourt, apresenta oficialmente a chapa que vai concorrer novamente ao cargo. Além dele, os também advogados Ademar Arrais, Marcelo Souto e Rafael Rolim tentam disputar o mandato no triênio 2023-2025.
É unanimidade nos bastidores a força do atual presidente na busca pela reeleição. Até por isso, os candidatos da oposição tentam se movimentar nos bastidores para formação de uma chapa única. Algumas conversas já aconteceram ao longo dos últimos dias para tentar alinhar a melhor maneira no posicionamento conjunto.
Ontem (24), os três pré-candidatos e Celso Barros, vice-presidente eleito e afastado da atual gestão desde 2019, se reuniram em evento organizado por Ademar Arrais. Entre os assuntos, houve debate sobre a reestruturação financeira do Fluminense e a SAF, ponto comum entre todos, seguido por um debate.
Celso Barros, vale lembrar, declarou apoio a Arrais, mas defende fortemente uma chapa única para derrotar o antigo aliado. O ex-presidente da Unimed Rio vinha alinhando nos últimos meses qual seria sua postura nessa eleição e aguardava Pedro Antônio, nome visto como mais forte pela oposição, mas que decidiu não concorrer.
De acordo com o Estatuto do clube, toda eleição deve acontecer impreterivelmente na segunda quinzena de novembro. Apesar de a preferência ser por um sábado, há chance de ser durante a semana. O Fluminense já reservou o dia 26 para o pleito, mas aguarda confirmação por parte do TRE para utilização das urnas eletrônicas para tornar oficial.
Os candidatos
Parte do grupo político "Tricolor de Coração", Mário Bittencourt encabeça a chapa "Com Amor e Com Vigor". Hoje (25), às 19h30, faz o lançamento da candidatura no Salão Nobre de Laranjeiras para finalmente oficializar como poderá ser a próxima diretoria. Como rompeu com Celso Barros ainda nos primeiros meses de gestão, o vice-presidente deverá ser alguém que já está no clube atualmente.
Ex-advogado do clube nas gestões David Fischel, Roberto Horcades e Peter Siemsen, ele também já foi gerente de futebol com Horcades e vice de futebol com Peter. Em 2019, foi o presidente mais votado da história do Fluminense em eleição antecipada para a saída de Pedro Abad.
Primeiro a oficializar a pré-candidatura, Ademar Arrais, de 51 anos, é do grupo político "Ideal Tricolor". Foi conselheiro do Fluminense nas gestões David Fischel, Roberto Horcades e Peter Siemsen. Nesse último caso, chegou a ser vice-presidente de planejamento estratégico. Também coordenou a campanha de Celso Barros na eleição de 2016.
Já Marcelo Souto, de 36 anos, pertence ao "Esperança Tricolor". Foi conselheiro na gestão Pedro Abad e chegou a ser pré-candidato em 2019, mas não conseguiu as assinaturas suficientes para registrar a chapa.
Por fim, Rafael Rolim, de 43 anos, não está vinculado e nenhum grupo. Ele não fez parte de cargos ou foi conselheiro, mas fez parte da chapa de Ricardo Tenório na eleição de 2019 e seria o vice-presidente jurídico em caso de vitória. Atualmente, atua como subprocurador-geral do Estado do Rio de Janeiro. Sem Pedro Antônio, acabou sendo lançado. Os dois, inclusive, passaram o último ano estudando o clube com o objetivo de entender os cenários para migração para a SAF.
Vão se unir?
A unanimidade entre os candidatos de oposição do Fluminense é que existe o objetivo maior de tirar Mário Bittencourt do cargo. Por isso, os pré-candidatos têm conversado para tentar chegar a um denominador comum, ou seja, escolher o nome que representaria essa chapa única. Dentre os players políticos recentes, Ricardo Tenório, que concorreu à eleição de 2019, tem aparecido pouco nos bastidores políticos do clube desde então.
Fato é que, apesar de algumas divergências menores no plano, tornar o clube SAF é o ponto de acordo. Enquanto Mário aguarda os estudos da BTG e os investidores para avaliar se venderá ou não o controle do clube, os outros pré-candidatos acreditam que esta é a única forma de "salvar" o Fluminense.
O prazo para registro das chapas com 200 assinaturas de sócios é entre 1º e 15 de novembro. Nesta eleição, a estimativa é que cerca de 20 mil sócios estejam aptos a votar, mas o número é sempre mais baixo. Vale lembrar que não haverá o voto online, como disse Mário Bittencourt ao UOL Esporte.
"Um pré-candidato de oposição e alguns outros opositores entraram na Justiça. Já havíamos buscado um parecer técnico-jurídico, que apontou dificuldades. Aguardamos a decisão judicial para entender como seguir. A Justiça decidiu, na semana passada, pela impossibilidade da adoção do voto online sem que haja uma mudança no estatuto. Agora estamos encaminhando a questão internamente para ver como proceder".
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