Três times em 120 dias e só quatro vitórias: como foi o ano doido de Lisca
O ano de 2022 de Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, popularmente conhecido como "Lisca Doido", foi bastante maluco em termos futebolísticos para o treinador.
Depois de passar quase dez meses sem clube ao pedir demissão do Vasco ainda em 2021, o gaúcho foi apresentado pelo Sport no dia 30 de junho. O clima era de otimismo, e o clube pernambucano brigava pelo G4 da Série B do Campeonato Brasileiro.
Hoje, quase 120 dias depois, o cenário para Lisca mudou completamente, e o céu de brigadeiro se transformou em uma tempestade rápida — e destruidora.
Ontem, ele foi demitido do Avaí após uma sequência de seis derrotas consecutivas na Série A, fato que afundou a equipe catarinense na penúltima colocação do torneio.
Neste meio tempo, o treinador ainda comandou o Santos — e também não conseguiu mostrar números empolgantes.
Em quase quatro meses, Lisca disputou 19 jogos: venceu quatro, empatou seis e perdeu nove, totalizando um aproveitamento de pouco mais de 31%.
No Sport, polêmica e vaias
"Não foi fácil chegar aqui. São 30 anos de luta e me sinto um privilegiado hoje de ser treinador do Sport". Foi com essa frase que Lisca se apresentou ao Sport ainda em junho. A missão não era simples: recolocar o time na elite do futebol nacional.
A estreia, diante do Vasco fora de casa, foi aceitável: 0 a 0. Depois, uma vitória diante do Londrina em Pernambuco e outro empate, também como visitante contra o Operário, deixaram os torcedores satisfeitos.
O problema, de fato, começou no dia 18 de julho, dia do duelo do Sport contra o Vila Nova na Ilha do Retiro.
Minutos antes da partida (que acabou em 0 a 0), as notícias sobre o acerto de Lisca com o Santos começaram a pipocar na imprensa, e a ação gerou reação: revoltados, torcedores protestaram dentro do estádio e arremessaram líquidos em direção ao gaúcho.
Apesar de confirmar que era "técnico do Sport" na entrevista coletiva pós-jogo, o técnico pediu demissão no dia seguinte e partiu, de fato, para o litoral paulista.
No Santos, falta de evolução
A tal "oportunidade de ouro", citada no dia de sua apresentação ao Santos, durou apenas (ou longos) 53 dias.
A empolgação inicial de treinar o clube de Pelé cessou após dois empates no início da maluca trajetória: 0 a 0 contra o Fortaleza e 2 a 2 ante o Fluminense.
Mesmo com duas vitórias (contra Coritiba e São Paulo), a equipe paulista não conseguiu desempenhar um futebol empolgante e sucumbiu diante América-MG, Goiás e Ceará — além de empatar com o Cuiabá.
Antes mesmo de uma nova pressão de torcedores, como no Sport, Lisca agiu de maneira menos insana: em comum acordo com a diretoria, optou pelo desligamento dizendo não ver uma "evolução" na equipe.
A saída surpreendeu até mesmo os jogadores do Santos e foi consumada após uma rápida passagem pelo RH do clube.
No Avaí, caos total
Dois dias após deixar a Vila Belmiro, Lisca já tinha uma nova camisa para defender: a do Avaí. O tempo nos últimos trabalhos virou motivo de questionamento por parte de jornalistas de Florianópolis.
"Todo mundo quer um trabalho de médio ou longo prazo, mas a nossa vida não é assim. Te confesso que há muito tempo eu não estava fazendo isso, não tinha saído de um clube para ir para outro. Era uma premissa minha. [...] Espero fazer esses 12 jogos e permanecer no ano que vem", respondeu ele ao chegar na Ressacada.
Na estreia, a única alegria: vitória do Avaí de 1 a 0 sobre o Atlético-MG há pouco mais de um mês, fato que levou os torcedores à loucura.
Os últimos 40 dias, no entanto, foram caóticos, e o time catarinense perdeu os seis jogos consecutivos — marcando apenas dois gols e sendo vazado em 16 oportunidades.
A direção avaiana, decepcionada ao ver o clube na penúltima posição do Campeonato Brasileiro, tomou a decisão de desligar Lisca que, agora, espera uma nova oportunidade — doida ou não.
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