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Após noite mágica, Endrick passeia com a família: "Minha inspiração"

Endrick celebra gol marcado para o Palmeiras contra o Athletico - Gabriel Machado/AGIF
Endrick celebra gol marcado para o Palmeiras contra o Athletico Imagem: Gabriel Machado/AGIF

Do UOL, em São Paulo

26/10/2022 16h18

Nome da vitória do Palmeiras sobre o Athlético-PR na noite de terça-feira (25), Endrick, de apenas 16 anos, está com a família curtindo os dois dias de folga que a equipe ganhou. Foi aos pais e ao irmãozinho Noah, de dois anos, que o atleta dedicou seu primeiro gol no profissional. "Meus primeiros gols na equipe principal do Palmeiras dedico à minha família, que é minha inspiração, minha educação e minha proteção", disse o atleta no Twitter.

Quando chega em casa, dos treinos, da escola, dos passeios e viagens, Endrick pede bênção aos pais. A mãe, Cíntia, conta com exclusividade ao UOL que diariamente reitera ao filho que ele não deve perder a humildade. Humildade, essa, que faz Endrick ser -mesmo tão jovem- tão querido pelas torcidas.

Não é só quem torce pelo Palmeiras que tieta e vibra com o fenômeno Endrick. Após a partida de terça-feira, que aconteceu na casa do Athletico-PR, o jogador foi aplaudido por torcedores do time rival, e ficou no gramado para tirar fotos com quem estava na arquibancada athleticana.

Na noite em que se aproximou do título, o Palmeiras viu se espalhar o brilho de Endrick. O gol marcado pelo jogador de 16 anos fez com que ele se tornasse o atleta mais jovem a balançar as redes com a camisa do clube, com 16 anos, 3 meses e 4 dias. O antigo detentor da marca era Juliano que, aos 16 anos, 11 meses e 23 dias, marcou em um jogo da Copa Mercosul de 1998.

O primeiro gol do Palmeiras na partida, fruto de uma roubada de bola belíssima de Endrick, no entanto, foi consagrado para Gustavo Scarpa. Não importa. A noite foi do garoto brasiliense.

Sucesso da Copinha

Quando atleta da base, mesmo antes de assinar o contrato profissional com o Palmeiras, o menino já era um destaque. Depois da Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano, nem na Europa Endrick passava despercebido. A mãe, firme na fala, insiste que Endrick olhe no olho das pessoas sempre que elas falam com ele. "Tem que ser educado, cumprimentar por igual desde o porteiro até o presidente", conta Cíntia.

Adolescente, Endrick é calado, tímido, mas cumprimenta e se despede dos pais com beijos e um tímido "eu te amo". Cíntia não dá moleza, nem nunca deu. Para que o menino começasse no Palmeiras, a família saiu de Brasília e veio morar em São Paulo sem qualquer recurso. O período díficil os pais de Endrick relembram nesta reportagem.

"Quando a gente tinha acabado de chegar em São Paulo, o Endrick, nessas brincadeiras de criança, machucou um coleguinha. Caiu em cima dele, e o pai do menino veio me falar. Vê se pode? Morri de vergonha, briguei com o Endrick. Onde já se viu? Deixei de castigo. Só que ele era pequeno, não tinha celular, nem videogame. Precisava tirar alguma coisa dele, era castigo, afinal de contas. Bom, tirei o futebol. Ele jogaria a Copa Nike no dia seguinte, e eu simplesmente disse: 'Não vai jogar'", relembra a mãe.

Os homens do Palmeiras se desesperaram. Ligaram e tentaram convencer a mãe de que o menino precisava jogar, afinal, ele era o principal atleta entre os pequenos da base. "Ligaram até para mim, lá em Goiás", relembra Douglas. "Falei 'Mulher, como assim o Endrick não vai jogar? Você está louca?'", ri. A mãe foi irredutível:

"Antes de ser atleta do Palmeiras, ele é meu filho. E meu filho está de castigo, não vai jogar. Pronto, acabou". E não jogou mesmo.

Corrida maluca lá fora

Não é só no Brasil que o menino tem feito sucesso. O colunista do UOL Esporte Bruno Andrade, especialista no mercado da bola, afirma que o PSG pretende oferecer 30 milhões de euros (cerca de R$ 156 milhões) para contratar o jogador — a equipe francesa enviou Luis Campos, diretor esportivo, para assistir ao jovem de 16 anos na vitória por 3 a 0 sobre o Avaí, no último sábado (22), pelo Campeonato Brasileiro.

Antes do PSG, o Barcelona também já havia feito uma investida inicial ao jogador, mas não progrediu nas conversas. Uma matéria publicada pelo jornal espanhol Marca, na manhã de terça-feira, garante que o Real Madrid entrou nessa 'briga louca' por Endrick e já traçou uma estratégia para levar vantagem contra os concorrentes.

Endrick fez seu primeiro contrato profissional com o Palmeiras em julho, depois de completar 16 anos. Ele assinou por três anos com multa rescisória de 60 milhões de euros — aproximadamente R$ 312 milhões. Apesar do assédio, Endrick só pode deixar o Palmeiras rumo ao futebol europeu em julho de 2024, quando terá completado 18 anos. O Marca afirma que o Real Madrid é o time em vantagem na corrida pela contratação da joia.