Libertadores: Guayaquil convive com violência, e governo reforça segurança
Prestes a sediar a final da Copa Libertadores, entre Flamengo e Athletico-PR, a cidade de Guayaquil, convive com uma onda de violência. Recentemente, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou estado exceção — situação oposta ao estado democrático de direito em situações de suspensão de direitos causada por descontrole institucional. A medida ficou em vigor entre agosto e 14 de outubro.
O estado atual da segurança no país ganhou ainda mais evidência após a jornalista Vanessa Robles, da "TeleAmazonas", ser vítima de uma tentativa de assalto enquanto gravava em frente ao estádio Monumental Isidro Romero Carbono. Em 2021, outro repórter já havia sido alvo de roubo na região.
A preocupação com a segurança é um dos principais tópicos abordados pela prefeita de Guayaquil, Cynthia Viteri, em suas declarações recentes. Na última segunda-feira (24), Christian Chérrez, diretor-executivo da CSCG (Corporação para a Seguridade Cidadã de Guayaquil) disse que a equipe policial para o evento está sendo reforçada, assim como outras medidas vêm sendo tomadas.
"10 mil policiais estão chegando e viajarão por Guayaquil para garantir a segurança. Foram instaladas 736 novas câmeras de segurança para monitorar a cidade", afirmou.
Além do aumento do contingente, Chérrez garantiu que a segurança contará com militares que acompanharão as delegações de Flamengo e Athletico-PR nos caminhos percorridos por elas durante a estadia na cidade.
Índices assustam, mas sede foi mantida
O caos social teve uma grande disparada por causa do narcotráfico, com assassinatos, guerras de gangues, atentados com explosivos, assaltos, entre outros crimes que estão crescendo ano a ano. Segundo as autoridades, entre janeiro e agosto de 2022, 861 pessoas foram assassinadas.
Mesmo diante dos índices de violência crescentes e da preocupação quanto à garantia da segurança dos clubes e dos turistas, a Conmebol optou por manter a final em Guayaquil.
A decisão da Libertadores é vista como importante economicamente para o país. A prefeita Cynthia Viteri calcula que a cidade receberá cerca de 50 mil turistas e arrecadará cerca de US$ 50 milhões (R$ 268 milhões) com o evento.
Casos recentes
Nos últimos dias, dois casos em Guayaquil ganharam destaque no "El Universo", um dos principais jornais da região, além da tentativa de assalto à repórter da "TeleAmazonas".
No sábado (22), cerca de 50 homens fecharam uma rua com um carro atravessado para um velório de uma pessoa que havia sido assassinada. Durante a realização da cerimônia, um outro veículo com três pessoas pediu para que a passagem fosse liberada. As imagens mostram, aproximadamente, 30 pessoas chegando próximas ao automóvel — algumas armadas — e, em seguida, agredindo e roubando os ocupantes, que fugiram depois.
Na última segunda-feira (24), uma operação militar apreendeu sete bananas de dinamite presentes dentro de um carro que era dirigido por um homem.
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