Nem mesmo a presença do Flamengo, dono da maior torcida do continente, foi capaz de levar grande contingente de torcedores a Guayaquil (EQU), palco da final da Copa Libertadores 2022. Estimativas preliminares apontavam que 14 mil brasileiros compraram ingressos para a decisão entre o time carioca e o Athletico-PR, o que é pouco para um estádio com capacidade para 59 mil pessoas.

A solução encontrada pela Conmebol para evitar novo fiasco de público na decisão de sábado (29), assim como aconteceu nas edições 2021 e 2022 da Copa Sul-Americana, foi doar ingressos. Mas nem por isso a entidade que controla o futebol da América do Sul pensa em mudar o modelo adotado desde 2019.

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De acordo com apuração do UOL Esporte, a final única da Libertadores seguirá pelo menos até 2026. Para realizar qualquer mudança na competição, a Conmebol precisa rever alguns acordos comerciais e publicitários que já estão assinados. Até mesmo o contrato com a televisão teria de ser revisado, já que o acordo assinado neste ano e com duração até 2026 foi pelo torneio decidido em apenas um jogo. Por se tratar de uma mudança de grande impacto em todos os pactos já firmados, não é algo simples de ser feito.

Outro ponto que a Conmebol leva em consideração é o técnico. Nas últimas dez edições da Libertadores com a final em dois jogos, em oito vezes o time que fez o segundo jogo como mandante ficou com o título. O Grêmio, em 2017, e o Estudiantes, em 2009, foram os únicos que levantaram a taça como visitante nesse recorte de dez edições. Tanto que o presidente da confederação, Alejandro Dominguez, é um dos principais defensores da final única.

Como cerca de 13 mil flamenguistas e pouco mais de 1,2 mil torcedores do Athletico-PR compraram ingressos para a decisão deste sábado, a solução encontrada pela Conmebol foi distribuir ingressos. Entradas extras sem custos foram disponibilizadas para torcedores dos clubes brasileiros e também para sócios do Barcelona de Guayaquil, proprietário do estádio Monumental Isidro Romero Carbo, palco da partida entre os times brasileiros.

A estimativa da Conmebol é que a final da Libertadores tenha público de 40 mil pessoas após as medidas tomadas recentemente.

Não lotou em Lima e Montevidéu

Não há dúvidas de que se a Libertadores fosse decidida em dois jogos o Maracanã e a Arena da Baixada estariam completamente lotados. Assim também seria nos anos anteriores. No entanto, mais uma vez, a final do maior torneio de clubes da América do Sul não será disputada num estádio lotado. Foi assim em Lima, em 2019, e também em Montevidéu, no ano passado. Na edição de 2020, decidida em janeiro de 2021, Palmeiras e Santos se enfrentaram no Rio de Janeiro apenas para convidados, já que não era permitida a presença de público nos estádios por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus.

A Conmebol não tem o hábito de divulgar os números exatos em seus eventos, apenas aproximados. Em 2019, de acordo com a confederação o público foi de 59 mil pessoas para Flamengo x River Plate. O jogo foi disputado no estádio Monumental de Lima (PER), que tem capacidade para 80 mil torcedores. Alguns meses depois da decisão, a entidade informou que foram 26.154 ingressos vendidos para brasileiros e 18.542 para argentinos.

Já no ano passado, o público foi de "quase 45 mil almas", como descreve o site da Conmebol. A final entre Palmeiras e Flamengo aconteceu no estádio Centenário, em Montevidéu (URU), que tem capacidade para mais de 60 mil pessoas.

Final de 2023 ainda sem local definido

O calendário do futebol continental para 2023 já foi divulgado pela Conmebol e mais uma vez a Copa Libertadores será decidida com final única. A grande decisão está prevista para acontecer em 11 de novembro, mas ainda sem local definido.

Algumas cidades já demonstraram interesse em receber a final da Libertadores do ano que vem. Entre elas estão São Paulo (Morumbi) e Porto Alegre (Beira-Rio). Além das cidades brasileiras, também estão na disputa Buenos Aires (Argentina), Lima (Peru), Medellín (Colômbia) e Barranquilla (Colômbia).