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Aliciamento e falta de respeito motivam briga entre Santos e Athlético-PR

Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico - Reprodução
Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico Imagem: Reprodução

Do UOL, em Santos (SP)

27/10/2022 04h00

O Santos se juntou a Corinthians, Palmeiras e São Paulo numa tentativa de excluir o Athletico da Copa São Paulo de Futebol Júnior por causa do suposto aliciamento de jovens jogadores. O Peixe, porém, tem mais motivos para reprovar a postura do Furacão.

O Santos entende que o Athletico quer se aproveitar de informações de sua base para buscar outras contratações como a de Victor Roque, que saiu do Cruzeiro com 17 anos sob o pagamento da multa rescisória.

O presidente Andres Rueda e demais membros da diretoria santista acreditam que o Furacão levou ex-profissionais das categorias de base do Peixe para saber dos talentos e "importar" metodologias santistas de formação.

Recentemente, o Athletico levou do Santos três profissionais da base: Pablo Fernandez (técnico do sub-20), Thiago Macedo (técnico do sub-16) e Rodrigo Chipp (coordenador da base). Para piorar, o Furacão atravessou o Peixe para levar Wesley Carvalho. O treinador havia aceitado o convite para comandar o sub-20, mas recuou e hoje faz parte da comissão profissional do clube paranaense.

O Athletico nega a possível estratégia de trazer profissionais do Santos e alega que todos eles estavam desmotivados no Peixe. Pablo e Chipp pediram demissão, enquanto Thiago foi demitido após ser retirado do comando do sub-20 às vésperas da Copinha.

O Athletico ofereceu um plano de carreira para esses treinadores, enquanto no Santos a base enfrentava diversos problemas e apenas recentemente o departamento foi reformulado e evoluiu. Os salários também são maiores no novo clube.

Alexandre Mattos, CEO do Athletico-PR  - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Alexandre Mattos, CEO do Athletico-PR
Imagem: Reprodução/Instagram

Petraglia e Mattos

O Santos foi alvo de Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico, recentemente. O experiente mandatário de 78 anos fez críticas duras e "gratuitas" ao Peixe, em junho.

Na apresentação de Fernandinho, Petraglia questionou a grandeza do Santos: "O Athletico passou o Santos de trator. Não passou naquilo que vocês têm consciência que levam anos, décadas, que é a formação da torcida. Mas, no resto, o que o Santos significa perto do Athletico Paranaense? O Santos não tem teto. Baixou seu teto porque está quebrado".

As declarações pegaram muito mal no Santos, que encerrou qualquer relação cordial com o Athletico. Até essa entrevista, o presidente Andres Rueda mantinha contato frequente com Petraglia.

Outro ponto de discordância entre Santos e Athletico é Alexandre Mattos, CEO do Furacão. O profissional ex-Cruzeiro e Palmeiras têm condutas no mercado que a gestão de Rueda reprova.

Mattos é conhecido por "vencer" disputas por contratações sob pagamento de altas comissões para empresários. O Santos de Andres Rueda, em contrapartida, evita ressarcir agentes. No Peixe, por exemplo, empresário não ganha nada em renovações de contratos.

Em maio de 2021, Alexandre Mattos se ofereceu ao Santos em publicações nas redes sociais. O Peixe, contrário aos métodos do dirigente, não fez nenhuma proposta.

Athletico pode ficar fora da Copinha em 2023 - Marcello Zambrana/AGIF - Marcello Zambrana/AGIF
Athletico pode ficar fora da Copinha em 2023
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Aliciamento

Dirigentes das categorias de base do Santos, Corinthians, Palmeiras e São Paulo entendem que o Athletico desrespeita o código de ética desenvolvido no "Movimento dos Clubes Formadores do Futebol Brasileiro", criado em 2012.

Uma dessas ações do Athletico seria negociar com familiares de atletas com menos de 14 anos. Até os 14, os jogadores não podem assinar contratos oficiais com os clubes e são registrados como "iniciação desportiva". O contrato profissional só é válido a partir dos 16.

Diante dessa suposta atitude recorrente do Athletico, os clubes grandes de São Paulo pediram à Federação Paulista de Futebol (FPF) para excluir o Furacão da Copinha, a maior competição de base do país. A FPF analisa a denúncia e ainda não deu uma resposta.

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