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Mano critica arbitragem polêmica no fim do Brasileiro: 'erro significativo'

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

27/10/2022 04h00

Mano Menezes não ficou fora da polêmica que tomou o futebol nesta rodada do Brasileirão. Depois da vitória do Internacional sobre o Ceará, ontem (26), o treinador foi questionado sobre as arbitragens na reta final do campeonato e o lance polêmico envolvendo Santos e Flamengo, em que não foi marcado pênalti para o time paulista e a jogada acabou no primeiro gol dos cariocas.

O treinador citou a conduta do árbitro Ramon Abatti Abel no duelo do Beira-Rio para explicar o que considera sobre os juízes. Durante o jogo, o técnico levou seu sétimo cartão amarelo ao longo deste Brasileirão, novamente por reclamação.

"As retas finais dos campeonatos sempre são intensas. Se joga por muita coisa importante. Classificação no nosso caso, que não é a coisa mais importante do campeonato, mas é muito importante por questões financeiras, de calendário e planejamento. Vale muito. Estamos no meio de grandes disputas na tabela. Às vezes, com uma pressão maior, a tranquilidade não é tão grande e o discernimento começa a se embaralhar um pouco. Hoje, vários lances foram interpretados equivocadamente, e falo isso em cima de uma vitória", disse Mano citando o confronto com o Ceará.

"Ontem [terça, no jogo Flamengo x Santos, terça] se fosse a favor de outra equipe, talvez a repercussão seria maior do que aconteceu no Maracanã. Foi um erro bem significativo que poderia ter mudado a história do jogo. Não tiro o mérito de ninguém, mas sair atrás cria outro jogo", acrescentou.

"À medida que a tensão aumenta, quem não está preparado começa a errar mais e tira a tranquilidade do jogo. Costumo cobrar critérios iguais para os dois lados. Se é rigoroso, tem que ser para os dois, daí aceitamos bem. Não pode é ter maneiras diferentes de se comportar. É assim. Prefiro continuar como eu sou e acredito no que acredito, no comportamento que tenho. Isso transmite também uma indignação ao time, que acho que é importante, que o time tem que ter. Não se pode ser de um jeito no vestiário e de outro no campo, fazer de conta aqui. Às vezes tenho que me controlar mais, mas é tudo normal", concluiu.

Outros pontos da entrevista coletiva de Mano:

Avaliações para 2023

"A avaliação vale para todos. Não é justo fazer com um ou dois jogos. Às vezes, é difícil quando o jogador entra poucos minutos, porque o jogo tem circunstâncias. Às vezes o jogador entra com uma vontade incrível, mas o time já não quer jogar tanto, tem que segurar o jogo. Tem que cuidar para não avaliar nessa hora, porque ela não é correta. Vamos seguir avaliando, como sempre fizemos até aqui."

Maturidade do time

"Se vê [maturidade] em jogos como este. Não é mata-mata, mas são jogos emblemáticos nos pontos corridos que vão mostrando que o time não se assusta mais, não se entrega com facilidade. E quando surgirem novos desafios pela frente, vamos aproveitar situações assim para estarmos mais maduros. Só vamos ver mesmo nas decisões que teremos pela frente, mas é uma forma de ir se preparando para situações mais difíceis e significativos com comportamentos parecidos com o de hoje."

Campanha no Brasileiro

"Não é o Inter do Mano, é o Inter com o Mano, com o elenco, com os aprendizados anteriores. O importante é que as coisas se encaixaram rapidamente e conseguimos ganhar confiança durante o Brasileirão. É uma campanha muito boa e significativa. Estamos entre os primeiros, já não se perde tantos pontos para os últimos como se falava antes... Depois veio o debate sobre jogar contra times fechados, e hoje encaramos um time fechado e conseguimos, com pressão, na força, martelando, às vezes nem se é tão organizado. É isso que estamos fazendo como evolução de equipe."

Planejamento para o ano que vem

"Não posso detalhar muito. É muito difícil falar sobre coisas que vão acontecer no futebol, a subjetividade é muito grande. Mesmo com boas intenções, às vezes não se consegue executar. O que eu posso dizer é que o clube tem trabalhado bastante para adiantar avaliações no contexto da nossa realidade, que não é a de contratações milionárias. Quem não tem essa condição, precisa de outras capacidades, estar à frente dos outros nas análises, planejamentos. O clube tem trabalhado em ser profissional para executar o que tem executado. E a primeira coisa que eu sempre falo é em não perder sua qualidade. Não adianta olhar para fora e daqui a pouco perder seus jogadores. Temos que fazer ficar a maioria dos nossos jogadores e depois, pontualmente, e isso não é força de expressão, fazer contratações aumentando nossa capacidade de concorrência. Assim, poderemos direcionar ainda melhor o que temos. E é isso que vamos fazer."

Fim do ano e recuperação de jogadores

"Vamos fazer o melhor até a última rodada. A medida que vamos alcançando objetivos, vamos ganhando tranquilidade para fazer mais. Isso significa recuperar todo mundo, fazer todo mundo terminar o ano bem. Já falamos sobre Edenilson, Taison, muita gente... E eu sempre disse que um dos papéis do treinador é recuperar jogadores. Eles têm muita qualidade e são muito profissionais. Os que entendem que o único caminho é trabalhar, treinar, produzir, vão receber oportunidades. Aqueles que desviarem do caminho, vão entender logo que não é por aí."

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