OPINIÃO
Raul Plassmann: Série A no Brasil hoje é o Flamengo e mais dois ou três
Do UOL, em São Paulo
27/10/2022 12h45
Ídolo do Flamengo e goleiro na conquista da Libertadores de 1981, Raul Plassmann considera que o clube rubro-negro é um dos poucos de primeiro nível no futebol brasileiro e critica o nível geral do que se joga no país, além do calendário, que ele considera influente na impossibilidade de o time treinado por Dorival Júnior levar também o título brasileiro deste ano, além da Copa do Brasil e de estar em mais uma final continental.
Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Raul não poupa de críticas o futebol praticado pela maioria dos clubes brasileiros, apontando que sua referência é o período em que atuou, enfrentando grandes equipes internacionais e craques do futebol brasileiro e mundial.
"Se você tem uma competição sul-americana, Libertadores, e um Campeonato Brasileiro, o Flamengo não estava nessa situação, estaria lá em cima brigando e, fatalmente, se desse a lógica, iria ganhar mais um Brasileiro, mas ele não está ganhando o Brasileiro porque tem um monte de competições".
"De vez em quando o negócio fica muito espremido e aí você coloca um time alternativo que muitas vezes é muito bom também, tem clubes que têm times que são poderosos, não muitos, tem dois ou três só depois do Flamengo, não tem mais do que isso, eu costumo brincar que a Série A do Brasil na verdade é uma Série B, só tem o Flamengo lá e um ou dois a mais, o resto é tudo B, e a B tem tudo C, os caras que acham que é B, não é, é C".
Veja o que mais falou o ex-goleiro Raul Plassmann no Dividida:
Raul Plassmann critica inchaço nas competições: 'A Libertadores piorou'
Um dos problemas para o nível do futebol praticado no Brasil e na América do Sul, na opinião de Raul, é o inchaço no número de participantes, assim como ele aponta a Copa Sul-Americana como um prêmio para quem vai mal nas competições nacionais.
"Eu acho que a Libertadores melhorou no sentido de causar um interesse maior, despertar aquela vontade de ser campeão da Libertadores, do torcedor, do jogador, do clube, todos, mas se você começar a olhar mesmo com um grau, com um nível de exigência maior do que aceitar muitas coisas que são empurradas para a sua garganta abaixo, você vai ver que a Libertadores piorou, ela não traz a qualidade que trazia antes".
Raul Plassmann: A Libertadores tem uma importância monumental
Quando faz críticas à forma como é realizada a Libertadores atualmente, Raul faz com o sentimento de quem jogou várias edições e tem uma relação de amor com a competição. Ele afirma que não seria quase nada se não tivesse conquistado os títulos pelo Cruzeiro em 1976 e pelo Flamengo em 1981.
"Para não dizer assim que a Libertadores é tudo, porque temos aí uma competição mundial, que é importantíssima, mas a Libertadores é muito especial, ela tem uma importância monumental. É a consagração total, uma realização. Eu tenho a impressão, é claro que tem exceções, mas de quem não tem Libertadores deve se sentir assim que não tem quase nada, porque a Libertadores é quase tudo".
Raul Plassmann: Imagina o que é ser campeão mundial pelo Flamengo
O primeiro título da Libertadores conquistado pelo ex-goleiro foi com o Cruzeiro, clube pelo qual atuou por mais de uma década, mas ele ressalta o sentimento especial que teve levantar a taça vestindo a camisa do Flamengo, especialmente porque nesta ocasião ele conseguiu o objetivo de vencer também o Mundial de Clubes.
"Chegamos lá em Tóquio, aí foi a grandeza total, você imagina você ser campeão mundial pelo Flamengo. Muita gente fala 'você fica puxando para o Flamengo'. Eu não estou puxando para o Flamengo, eu sou Flamengo".
O Dividida vai ao ar às quintas-feiras com entrevistas de Mauro Cezar Pereira
Quando: Quinta-feira, às 10h30
Onde assistir: Ao vivo na home do UOL, no UOL no Youtube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL