Falta de mercado de Morata atrapalhou "projeto Suárez" para Matheus Cunha
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Quando Luisito Suárez deixou o Atlético de Madri, o clube espanhol chamou Matheus Cunha para uma conversa. Os colchoneros deram a camisa 9 do uruguaio para o brasileiro e explicaram o projeto: Morata seria vendido e Cunha assumiria a posição deixada pelo 'Pistolero'. O problema, porém, foi o primeiro item da lista.
O Atleti não conseguiu encontrar interessados pelo futebol de Álvaro Morata. O centroavante passou as últimas duas temporadas na Juventus (ITA) emprestado pelos espanhóis e foi titular na maior parte do tempo. Sem uma proposta na mesa, Morata seguiu com o time para a pré-temporada. E foi aí que tudo mudou.
Se havia entrado na intertemporada com desejo veemente de vendê-lo, o Atleti mudou de ideia durante os treinos que precederam a atual temporada. O atacante ganhou o técnico Diego Simeone com entrega tática e, com isso, os 'colchoneros' mudaram de posição: ao invés de vender de qualquer forma, agora ele só sairia diante de uma proposta boa. E essa nunca chegou.
Tal entrega do espanhol nos treinamentos foi suficiente para se tornar o preferido de Simeone, conhecido pelos times montados em cima de forte marcação e solidez defensiva. E se Morata caiu nas graças de Simeone, a recíproca é verdadeira: mesmo diante do momento difícil vivido pelo argentino no time da capital espanhola, o centroavante se tornou um dos principais defensores do técnico internamente.
E foi que Cunha viu o "projeto Suárez" adiado. Morata soma 13 jogos como titular contra apenas dois do brasileiro. Foram cinco gols e uma assistência do espanhol, enquanto Cunha tem dois passes para gol, mas ainda não marcou na temporada.
"Matheus é um jogador que vem mostrando mérito para ter mais minutos nos treinos e no pouco tempo que teve em campo. Demos oportunidade numa posição que é nova para ele, mais à esquerda, algo que ele já tinha feito em outras equipes", disse Diego Simeone no início do mês.
Campeão olímpico com a seleção brasileira, anotando gols decisivos na semifinal e também na final, Matheus Cunha ganhou moral com Tite, começou a fazer parte do grupo da seleção principal e chegou a ser titular em três partidas, além de entrar do banco em outras cinco. Em dado momento, parecia o maior candidato ao posto de titular da camisa 9 na Copa do Qatar.
Hoje, no entanto, parece mais distante de disputar o Mundial em meio ao posto de maior concorrência na seleção. Seus 361 minutos em campo na temporada parecem pouco diante dos concorrentes: 1198 para Pedro (de agosto para cá), 1102 para Gabriel Jesus, 1025 para Firmino e 694 para Richarlison.
A 22 dias da Copa do Mundo do Qatar, Matheus Cunha corre contra o tempo para sobrepujar Morata e ganhar a titularidade. Restam três jogos antes da convocação final para a Mundial, marcada para o dia 7 de novembro. O novo 'pistolero' do Atleti precisa acertar a mira.
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