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Fundamental para Athletico mudar de nível, Arena fica fora da final de novo

Vista geral da Arena da Baixada - Robson Mafra/Robson Mafra/AGIF
Vista geral da Arena da Baixada Imagem: Robson Mafra/Robson Mafra/AGIF

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

29/10/2022 12h00

A história do Athletico-PR é uma antes da construção da Arena da Baixada e outra totalmente diferente após a inauguração da versão moderna do Estádio Joaquim Américo. O pequeno campo localizado no bairro Água Verde, próximo ao centro de Curitiba, deu lugar a uma das mais modernas arenas do futebol brasileiro em 1999. Desde então, o Furacão deixou de ser um figurante nos torneios nacionais para assumir um lugar de protagonismo. Tanto que pela segunda vez em 17 anos o Athletico está na final da Libertadores. No entanto, mais uma vez não atuará na Arena da Baixada.

Para a decisão deste sábado, com o Flamengo, não existe nenhuma polêmica, afinal o regulamento do torneio determina que o título seja definido em final única. Em 2022, o Furacão vai enfrentar o Fla no estádio estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil (EQU). Mas em 2005, quando enfrentou o São Paulo na decisão, o Athletico não teve autorização para jogar na Arena da Baixada. A solução encontrada foi levar a primeira partida da final para o Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.

Algo que ainda incomoda torcedores e dirigentes do Athletico 17 anos depois. Em 2005, a Arena da Baixada ainda não estava completa, como se encontra agora, após a reforma feita para a Copa do Mundo de 2014. O estádio do Furacão tinha capacidade para 28 mil lugares, abaixo dos 40 mil exigidos pela Conmebol para que um estádio recebesse a final da Libertadores. Com a instalação arquibancadas tubulares, o clube paranaense conseguiria chegar ao mínimo exigido pela entidade que comanda o futebol sul-americano.

Tentativa em vão, já que a Conmebol não liberou que a Arena da Baixada fosse o palco da primeira partida decisiva da Libertadores de 2005. "Se não fossem as forças ocultas nós teríamos sido campeões da Libertadores. Porque nos tiraram na mão grande, de uma forma vil do nosso estádio para jogar a final. Nós tínhamos os 40 mil lugares, eu tenho todos certificados. Da polícia, do CREA, dos Bombeiros. Certificando a capacidade. Por força de 'instruciones superiores' fomos jogar no Beira-Rio. Não foi o estádio, foi a desmoralização que nos fez perder", disse o presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, em entrevista ao Programa Bola da Vez, da ESPN, em outubro de 2013.

Em janeiro 2021, o dirigente do Furacão voltou a lembrar do episódio. Antes do confronto com o São Paulo, pelo Brasileirão de 2020, Petraglia se manifestou através do Twitter. "Faz 15 anos que a politicagem no futebol nos tirou da Baixada o jogo da final da Libertadores de 2005 contra o mesmo SPFC de hoje! Os responsáveis, alguns já nos deixaram, outros presos, outros banidos e desmoralizados pela corrupção comprovada! O tempo é o senhor da razão!" (SIC).

O post de Mário Celso Petraglia claramente fez referência aos escândalos de corrupção que prenderam, afastaram e baniram do futebol alguns dirigentes da Conmebol e também da CBF na última década.

Antes e depois da Arena da Baixada

Então o mais moderno estádio da América Latina, a Arena da Baixada foi inaugurada em 1999 e marcou uma nova época para o Athletico, que ainda era Atlético Paranaense. Antes do novo estádio, os grandes feitos do Furacão a nível nacional eram o 3ª lugar no Brasileirão de 1993 e o título da Série B de 1995, conquistado diante do rival Coritiba.

A história começou a mudar em 1999, logo na primeira temporada na Arena da Baixada. O Athletico venceu a Seletiva para a Copa Libertadores, que dava uma vaga na edição de 2000 do torneio. Foi a primeira vez do Furacão numa competição internacional. Desde então, presenças nas Libertadores ou Sul-Americana se tornaram recorrentes.

Assim como as grandes conquistas. Em 2001 o clube foi campeão brasileiro, competição que quase venceu novamente em 2004, mas terminou como vice-campeão. Em 2018 e 2021 o Furacão venceu a Copa Sul-Americana. Em 2019 foi a vez de ganhar a Copa do Brasil. Mas ainda falta a Libertadores, que pode chegar neste sábado.

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