Poderes e time forte: as condições de Renato Gaúcho para renovar com Grêmio
Renato Gaúcho não cansa de repetir: não sabe se estará no Grêmio em 2023. Depois de ser contratado com objetivo claro de recolocar o time na Série A do Brasileirão, e atingir a meta, o treinador estabelece condições para renovar seu vínculo.
O clima é de pessimismo nos bastidores, segundo apurou o UOL Esporte. Ainda que os dois candidatos à presidência, Odorico Roman e Alberto Guerra, já tenham manifestado interesse na sequência de Portaluppi, e entrado em contato com o estafe dele, não há qualquer indicação de caminho para o acerto.
"Meu papel é motivar os jogadores. É a oportunidade deles. Não sei se vou estar aqui ou não. O próximo presidente terá um treinador. Os jogadores são profissionais e têm contrato. Esses jogos são importantes para que o próximo presidente e o próximo treinador possam até avaliar quem deve permanecer no grupo ou não", disse o treinador após o último jogo.
Para renovar seu contrato, Renato estabelece condições e ainda vai levar algum tempo para avaliar qualquer oferta.
Time competitivo
É imperativo para que Renato permaneça a formação de um time competitivo. O ex-atacante entende que o elenco gremista atual é bastante carente de opções e precisará de mudanças profundas para ter condições de brigar por títulos. A capacidade de buscar os melhores jogadores é um dos condicionantes para ele abrir conversa e ficar no clube gaúcho.
O problema é que o Grêmio não ostenta mais a imponência financeira de outros tempos. Depois de uma temporada na Série B, a natural redução de orçamento irá impedir que o clube concorra por jogadores mais badalados e isso poderá inviabilizar a montagem de um time mais potente.
Valorização salarial
Renato assumiu o Grêmio em situação de emergência na atual passagem. Fez, para isso, um contrato curto, de dez jogos, apenas com objetivo de guiar o time para a elite. Com a meta atingida, sua permanência precisará dar novos números ao vínculo. A base de uma negociação financeira está no passado recente e o trabalho anterior dele no Tricolor, no qual empilhou títulos e momentos de glória.
Estabilidade política
Renato não quer interferência de dirigentes em seu trabalho. Depois de ter alguns problemas em sua passagem anterior pelo clube da Arena, ele deixou claro que para 'falar com ele sobre futebol tem que entender'. Diversas vezes, ele mostrou claramente em coletivas que não aceita interferências.
"Se ele [dirigente] for competente, entra [no vestiário]. Se não for, não entra. O futebol é muito simples, eu quero pessoas competentes do meu lado para ajudar o clube. Se for incompetente, não. Não posso barrar um vice-presidente, só o presidente pode. Agora, para conversar sobre futebol comigo vai ter que entender", disparou.
Poderes absolutos
Não apenas a recusa a ser importunado por dirigentes, Portaluppi também quer poderes para definir questões que às vezes podem causar algum atrito. Como por exemplo a logística do elenco em viagens ou o cronograma de trabalhos e folgas.
Tais situações, em outros momentos, chegaram a causar polêmicas nos bastidores do Grêmio. Como quando Renato optou por não comandar o time em algumas partidas no interior do Estado durante o Gauchão ou pediu liberação para participar de um torneio de futevôlei.
Na passagem atual, houve quem criticasse a permanência no Rio de Janeiro entre os jogos contra Náutico e Tombense, ou o período de folga dado aos jogadores na reta final da busca pelo acesso.
"Onde eu estiver trabalhando, vou fazer a logística. A logística quem faz é o treinador. O treinador que se garante em qualquer clube, ele vai fazer a logística. Ele sabe dos horários, do que os jogadores precisam, do que não precisam, horários para chegar, alimentação e descanso. Quem cuida do grupo? É o treinador. Se ele não fizer a logística, começa a dar zebra", se defendeu.
Renato participa de detalhes em diversos setores do clube. Departamento médico, preparação, análise, tudo que possa ter influência no campo deve estar sob o guarda-chuva do treinador.
Participação na montagem do grupo
Dentro dos poderes dos quais o treinador não abre mão está a participação direta na formação do grupo. Renato costuma ligar para jogadores de sua confiança e ouvir indicações até de atletas mais próximos e experientes na hora de escolher alvos do time. Aconteceu diversas vezes no passado recente do próprio Grêmio e é uma peculiaridade também presente na discussão sobre permanecer ou não no clube. Quem estiver acima dele, se o técnico permanecer, precisará lidar com isso.
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