Sucesso em Guayaquil, troféu 'raiz' vira relíquia de torcedor do Flamengo
Poucos são os que têm a oportunidade de ver de perto e encostar na linda e valiosa taça da Copa Libertadores. Porém, quem foi a Guayaquil (EQU), foi brindado com uma versão mais "raiz", popular e de fácil acesso do belo troféu da competição. Nele, a prata e a madeira envernizada deram lugar ao papelão e ao papel machê. E na parte dos campeões do torneio, que fica na base, uma surpresa: somente escudos do Flamengo.
A obra foi feita pelo torcedor rubro-negro Valdney Lima, mais conhecido como "Ney de Angra", que já havia produzido modelos do tipo em outras competições que o time da Gávea disputou e conquistou.
"Rapaz, eu já faço desde 2019. Fiz uma taça dessa para Lima [onde o Fla foi campeão da Libertadores] e guardei depois do título. Aí fiz para 2021, que não conquistamos [vice para o Palmeiras], e agora estou com essa em 2022", disse Ney, em encontro com o UOL Esporte no saguão do aeroporto de Quito, na volta ao Brasil após a final de Guayaquil, quando estava sob posse de sua relíquia:
"Eu já tenho hábito de fazer as taças da Libertadores, Copa do Brasil, Supercopa...Sempre faço as taças de papel machê e papelão. Realmente a galera gosta muito e pede sempre para tirar fotos".
Embora a produção envolva materiais baratos, a elaboração do troféu leva tempo.
"Levo de dois a três dias, porque tem que passar papel machê, esperar secar e tal... Levo esse tempo até que seque e fique tudo direitinho", explicou o torcedor, que saiu de Guayaquil no domingo (30) e só chegaria no Brasil hoje (1º).
Quando o UOL Esporte o encontrou no aeroporto, o troféu estava cortado pela metade. A "agressão" à obra aconteceu por exigência da Polícia Federal da Colômbia, que negou que ele embarcasse com a taça inteira. A base dela, então, foi guardada dentro da mala, mas Ney, gentilmente, a montou novamente para as fotos da reportagem.
"No estádio foi tranquilo, não teve problema. Eu tive problema nos embarques. Tinham uns que permitiam, outros não. Até chegar em Guayaquil, foi inteira. Quando chegou aqui em Quito para Bogotá, na volta, exigiram que eu tinha que cortar. Então, cortei e coloquei metade na mala e a outra metade vou levar na mão", disse.
Com o título conquistado pelo Flamengo após a vitória por 1 a 0 sobre o Athletico-PR, o recado é claro: quem tirou foto, tirou. Agora a relíquia irá para seu museu particular.
"Essa eu guardo. Tem lá umas 15 guardadas. E ano que vem faço outra. Essa daí já está guardada e não uso mais. Vou fazer outra já para o ano que vem", disse o confiante rubro-negro.
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