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STJD adia julgamento do Sport por invasão de campo em jogo com o Vasco

Jogadores do Vasco correm para os vestiários após invasão de campo por parte de torcedores do Sport - Reprodução/Premiere
Jogadores do Vasco correm para os vestiários após invasão de campo por parte de torcedores do Sport Imagem: Reprodução/Premiere

Luiza Sá

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/11/2022 15h23

O julgamento do Sport após a invasão de gramado na Ilha do Retiro no jogo contra o Vasco está adiado. O UOL Esporte apurou que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) escolheu não manter a apreciação do caso para amanhã (3) depois dos pedidos de adiamento.

O procurador do STJD, Ronaldo Piacente, entrou com um pedido de adiamento por entender que havia a necessidade de inclusão do Vasco e do goleiro Halls no caso. O clube no artigo 257 — que fala sobre participar de rixa, conflito ou tumulto durante uma partida —, podendo gerar multa de até R$ 20 mil, e o atleta no artigo 254-A, por agressão, que prevê suspensão por quatro a 12 jogos.

A decisão foi da auditora relatora da 4ª Comissão Disciplinar do STJD, Adriene Hassen, e saiu hoje (2). As informações sobre os pedidos e as novas denúncias foram dadas inicialmente pelo canal Atenção, Vascaínos e pelo ge, e confirmadas pelo UOL Esportes.

O adiamento já tinha sido pedido pelo próprio Sport na última segunda-feira (31). O Vasco ficou incomodado com as movimentações recentes e divulgou nota oficial ainda durante a tarde. O clube ainda não foi informado sobre a nova data de julgamento, que estava marcado para amanhã (3).

"A diretoria do Vasco recebeu com perplexidade e desapontamento o adiamento do julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), às vésperas do mesmo. O Vasco da Gama entende que nada pode ser mais prejudicial à competição do que os incidentes violentos e a falta de segurança que interromperam o jogo Sport x Vasco na Ilha do Retiro. A denúncia contra o Vasco no processo por "rixa, conflito ou tumulto durante a partida", apresentada após 15 dias da realização da partida, fruto de um pedido do Sport, é totalmente infundada. As imagens são absolutamente claras", diz um trecho da nota.

O Bahia e o Ituano também entraram como partes interessadas no julgamento, já que o Vasco pode confirmar o acesso caso ganhe os dois pontos do jogo. Os dois clubes seriam prejudicados neste sentido, já que o Ituano tem um confronto direto com o Cruz-Maltino no domingo (6) e o Bahia seria ultrapassado na classificação da Série B.

O Sport pode perder até dez mandos de campo, ser multado e perder o ponto da partida contra o Vasco, em 16 de outubro. Isso porque o clube foi denunciado pela Procuradoria do tribunal em três artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (artigos 205, 211 e 213) e também nos artigos 19 e 20 do Regulamento Geral de Competições (RGC) da CBF. O STJD interditou preventivamente a Ilha do Retiro e determinou que o Sport atue de portões fechados até o julgamento na Comissão Disciplinar. No caso de perda de pontos, o clube carioca chegaria a 61 pontos e estaria matematicamente classificado para a Série A de 2023.

Veja a nota do Vasco na íntegra:

"A diretoria do Vasco recebeu com perplexidade e desapontamento o adiamento do julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), às vésperas do mesmo. O Vasco da Gama entende que nada pode ser mais prejudicial à competição do que os incidentes violentos e a falta de segurança que interromperam o jogo Sport x Vasco na Ilha do Retiro.

A denúncia contra o Vasco no processo por "rixa, conflito ou tumulto durante a partida", apresentada após 15 dias da realização da partida, fruto de um pedido do Sport, é totalmente infundada. As imagens são absolutamente claras. A confusão foi promovida exclusivamente pela invasão da torcida Sport no campo, facilitada pela falta de segurança da Ilha do Retiro.

Deve preocupar a todos que prezam pelo respeito às regras e defendem o combate firme à violência no futebol a possibilidade de interferências em um julgamento que deverá ser estritamente técnico.

A nova era do futebol brasileiro não permite mais esse tipo de situação. O julgamento é consequência das barbaridades ocorridas no jogo.

O atleta Raniel foi ofendido moralmente antes, durante e depois da partida por torcedores e dirigentes do Sport. Funcionários do Vasco e bombeiros, que estavam lá para cuidar da integridade física de todos, foram covardemente agredidos. Os dois atletas do Vasco, inclusive, foram punidos sumariamente e sem um julgamento, ficando fora de duas rodadas decisivas do campeonato.

O Vasco, o Campeonato Brasileiro e o futebol são vítimas da invasão do campo e paralisação da partida. A diretoria do Vasco confia na Justiça e na lisura do Tribunal para cumprir os regulamentos, após gravíssimas ocorrências durante a partida, que foram, inclusive, reprovados de forma enfática pelos corretos pronunciamentos da CBF e do próprio STJD após a partida."

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