Abel cita maiores desafios e diz que o Palmeiras 'só tem a perder' em 2023

Abel Ferreira mal conquistou o Campeonato Brasileiro e já pensa de forma pragmática no Palmeiras de 2023. O técnico português tem na ponta da língua o maior desafio do time: se manter no topo.

Abel não fala em voltar a ganhar Libertadores e buscar a Copa do Brasil ou o sonhado Mundial, mas frisa a necessidade de muita força emocional para se dedicar da mesma forma na próxima temporada. O treinador valoriza o seu elenco, mas teme por queda de rendimento.

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Abel Ferreira entende que o Palmeiras "chegou lá" e agora será ainda mais cobrado. Para isso, entende que qualquer novo jogador precisa ter caráter acima da qualidade técnica.

"Obrigatório [contratar quem tem caráter]. Não sei se vocês têm o melhor treinador ou melhor elenco, mas é o elenco que mais ganhou de forma consistente os títulos importantes. Não é o melhor em medalhões, mas, na minha opinião, o caráter é diferente. O bom profissional melhora sempre. A fome continua, a gente se desafia em todos os treinos. Celebramos o título, mas eles encararam o jogo de gala [contra o Fortaleza] com seriedade. É o caráter dessa equipe. Pedi a mesma coisa do jogo contra o Athletico [pela Libertadores]: calma, organização e muito trabalho. E acrescentei uma coisa: responsabilidade. Títulos trazem responsabilidade e sobem o sarrafo", disse Abel Ferreira, ao podcast oficial do Palmeiras.

"Há o lado ruim de ganhar: a cobrança, a exigência aumentam. A vitória tem lado negativo, as conquistas também. Com o aumento das expectativas, eu pergunto a mim mesmo: 'O que vou ganhar mais?'. Daqui para frente, só tenho a perder porque ganhamos tudo. O máximo é o igual. Brasileirão, Libertadores, Recopa... Eu e meus jogadores só temos a perder, no máximo igualar. E esse é o nosso maior desafio. Perceber o nível de compromisso e ambição para continuarmos ganhando. Vai ser nosso maior desafio para o próximo ano", completou.

Abel Ferreira crê que o Palmeiras já lidou com menor margem de erro neste ano depois do bicampeonato da Libertadores. E entende que seu time foi prejudicado pela arbitragem na Copa do Brasil e na Libertadores.

O técnico português afirma que o Palmeiras não mereceu ser eliminado pelo São Paulo nas oitavas de final da Copa do Brasil e nem para o Athletico na semifinal da Libertadores.

"O Palmeiras foi disparadamente melhor em todos os números, mostra consistência e regularidade. No Campeonato Brasileiro fomos muito fortes, nas duas outras ficou atravessada a forma como fomos eliminados. Não foi por mérito do adversário, mas é só a minha opinião. Outros fatores condicionaram nossa eliminação. São erros humanos que podem acontecer, mas com VAR não podem acontecer. São fatos, isso custa, mas seguimos em frente. Uma das valências dessa equipe é ter equilíbrio e seguir em frente nos momentos bons e ruins", comentou.

"Parece fácil, as duas equipes da final da Libertadores disputavam o Campeonato Brasileiro. Na semifinal nós estávamos. Parece fácil porque fizemos parecer fácil. Foi como o grupo do Palmeiras na Libertadores. O Brasileirão era um grupo fácil também [risos]. Fomos muito consistentes, não é opinião, os números dizem isso. Gosto de ouvir as opiniões, concordando ou não, mas de fatos e de números não há discussão. Melhor ataque, melhor defesa, o melhor mandante e o melhor visitante. Aceito opiniões, mas esses são fatos", concluiu.

Campeão brasileiro com quatro jogos de antecedência, o Palmeiras de Abel Ferreira voltará a campo para enfrentar o Cuiabá no domingo (6), às 18h30, na Arena Pantanal, pela 36ª rodada. E como de costume, o Verdão será cobrado pelo português para ganhar, independentemente do time escolhido: "Trabalhamos para ganhar de quem seja, onde esteja. E sempre será assim".