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Tite revela insônia em véspera de convocação para a Copa do Mundo

Tite convoca a seleção brasileira para a Copa do Mundo na próxima segunda-feira (7) - Lucas Seixas/UOL
Tite convoca a seleção brasileira para a Copa do Mundo na próxima segunda-feira (7) Imagem: Lucas Seixas/UOL

Do UOL, em São Paulo

04/11/2022 22h47

Classificação e Jogos

Tite está a poucos dias fazer a convocação da seleção brasileira para a Copa do Mundo do Qatar, mas a lista com 26 nomes tem tirado o sono do comandante. Em entrevista ao "Esporte Espetacular", programa da Globo que irá ao ar neste domingo (6), o técnico revelou que os últimos dias foram de insônia e alguns chutes na esposa Rose.

"A única que está acostumada e sabe relatar isso tudo é a minha esposa. Começo a chutar ela de madrugada, a adrenalina sobe e ela fala: calma, te acalma. Daqui a pouco chega em determinado momento no meio da noite, nesses dias que antecedem [a lista]... Quatro horas da manhã acordei, olho e são quatro horas da manhã. Eventualmente tenho esses estalos, né? Você vai dormir um pouquinho antes, prolonga o sono, expectativa", afirmou Tite.

"Volto a dizer, eu sou humanista por excelência. Há o atleta, mas antes tem o homem, o caráter, o filho, o pai, o ser humano que deve ser respeitado. Faço questão de externar isso, essa gratidão a todos os atletas que fizeram parte desse conjunto. As escolhas vão acontecer, elas são técnicas, mas elas têm o respeito pessoal muito grande", completou.

E o "tormento" de Tite deve acabar na próxima segunda-feira (7), às 13h (de Brasília), quando ele finalmente lerá os 26 nomes que irão com ele para o Qatar na busca pelo hexacampeonato. O evento será na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro.

Vivendo seus últimos momentos como técnico da seleção — pois já anunciou que deixará o cargo após o Mundial — Tite contou que esteve próximo de entregar seu posto há quatro anos, quando o Brasil foi eliminado pela Bélgica na Copa da Rússia.

"Por que ia passar de novo? Eu pensei: são quatro anos. Quatro anos é tempo para caramba até a Copa do Mundo. Eu vou buscar sempre ter a capacidade de buscar o melhor, a busca é uma característica minha, a inquietude do saber, de ler, de buscar informações. São quatro anos, demorado, a cultura do futebol brasileiro será que vai me permitir ter essa paciência ou compreender esse processo todo para chegar em quatro anos. Andei do posto seis ao posto treze (na praia da Barra da Tijuca), ao posto oito umas 500 vezes. Falei com a minha esposa mais um monte, falei com os meus irmãos, com os meus filhos. E dessa exposição toda que traz, o prazer muito grande, uma realização, uma pressão. E aí decidi. Mas nesse momento eu balancei para poder aceitar", relatou o comandante.

"Um argumento que a minha filha me disse: pai, você é construtor de equipe, todos os trabalhos que você teve sucesso você teve começo, meio e fim. Agora está tendo a possibilidade e não vai querer. Você pegou antes que era mais difícil. Período de recuperação, equipe que era sexta colocada. Você jogou toda a sua carreira em risco, se não classifica para o Mundial você seria taxado como primeiro técnico que não classificou para o Mundial em toda a história. Não vou te encorajar para criar todo um processo? Fora isso, a condição de manter em tempo integral uma comissão técnica, com fisiologista, preparador físico, que hoje se integram e tem canal de comunicação com todos os clubes. Com técnico que fala com os técnicos adversários, que acompanha jogos, que acompanha in loco, que acompanha em tempo integral. Foi nos dada uma estrutura profissional para poder desenvolver...", completou.