Conversa com rival em jogo garantiu convocação de inglês para Copa; entenda
Classificação e Jogos
O duelo entre Port Vale e Wrexham, em 26 de abril de 2005, poderia ser um entre tantos outros que acabam esquecidos na história da League One —terceira divisão do futebol inglês. Mas naquele dia, uma segunda-feira fria em Stoke, o Vale Park viu nascer, aos 21 anos, um jogador de Copa do Mundo.
Christopher Birchall era um jovem inglês que sonhava em viver do futebol, como milhares de outros que se aventuram pelas divisões menores do país. Nascido em Stratford, ele fazia sua quarta temporada como profissional no clube que defendia nas categorias de base desde os 9 anos. Durante a partida, um rival se aproximou e fez a pergunta que mudaria a vida de Birchall.
"É verdade que você tem sangue de Trinidad?", indagou o zagueiro Dennis Lawrence, do Wrexham e da seleção de Trinidad e Tobago. Era verdade. A mãe de Birchall havia nascido em Port of Spain, filha de ingleses que foram a trabalho para a capital da ilha caribenha. Lawrence analisou o adversário naquela noite e, apesar de sua equipe derrotar a de Birchall por 2 a 0, gostou do que viu.
O zagueiro levou a informação à federação de Trinidad e Tobago. Menos de um mês depois, em 25 de maio, Birchall já estava no banco de reservas para um amistoso contra Bermuda, tornando-se o primeiro jogador branco em mais de 20 anos a defender os "Soca Warriors". Em 4 de junho, estreou como titular contra o Panamá, pelas Eliminatórias, e não saiu mais do time.
Nos meses seguintes, Birchall seria fundamental para a inédita classificação dos trinitinos para uma Copa do Mundo. Foi dele o gol de empate no 1 a 1 contra o Bahrein, no jogo de ida da repescagem mundial. No jogo de volta, em casa, Trinidad e Tobago venceu por 1 a 0, coroando o momento mais importante da história do futebol no país.
Na Alemanha, a seleção caribenha foi eliminada na primeira fase. Depois de empatar sem gols com a Suécia na estreia, perdeu por 2 a 0 para Inglaterra e Paraguai e acabou em último lugar no Grupo B. Birchall continuou na seleção até 2013, mas não conseguiu ajudar o país a chegar às Copas de 2010 e 2014.
Birchall encerrou a carreira por Trinidad e Tobago com 44 partidas disputadas e quatro gols marcados. Uma história que começou naquele 26 de abril, em uma noite fria em Stoke.
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