Bora Bahêa: Tricolor conquista acesso e terá o Grupo City para superar teto
O Bahia está de volta! Apenas uma temporada após o rebaixamento, o Tricolor retornou à Série A com a classificação apenas na última rodada em uma competição que contou com duas trocas de técnicos. A comemoração pelo acesso ocorreu ontem (6), após vitória por 2 a 1 diante do CRB, pela 38ª rodada da Série B, mas é diferente nesta temporada, afinal de contas, o futuro parece ser promissor.
Em vias de assinar a venda do futebol com o Grupo City, que é dono de vários clubes pelo mundo, tendo o Manchester City como o mais famoso e bem-sucedido entre eles, o Bahia pode receber o aporte financeiro de até R$ 1 bilhão nos próximos 15 anos.
A definição sobre a mudança para SAF (Sociedade Anônima do Futebol) ou não acontecerá nas próximas semanas e depende da aprovação dos sócios. Com a promessa de que o Bahia vai se tornar a segunda equipe mais importante do Grupo City, os tricolores estão esperançosos de que desta vez o acesso significará muito mais do que apenas a luta por um lugar no meio da tabela. Superar o teto que o orçamento provocou nas últimas temporadas é o grande desafio a partir de 2023.
Campeão brasileiro em 1959 e 1988, o Bahia era um dos integrantes do G13, o grupo formado pelos 13 maiores clubes do futebol nacional. Mas o protagonismo dentro de campo foi sumindo aos poucos, com um primeiro rebaixamento no fim dos anos 90 e depois uma série de quedas desde que o Brasileirão passou a ser disputado por pontos corridos. O Tricolor chegou a figurar na Série C e nas últimas duas décadas foram dez anos longe da elite. O G13 de 35 anos atrás virou apenas G12. Mas o Bahia está disposto a escrever uma nova história no futebol nacional a partir de 2023, e não vai faltar dinheiro e conhecimento técnico para o Tricolor brigar com as principais forças do Brasil.
Campanha segura, mas com três técnicos
O único clube da Série B que ficou no G4 da primeira até a última rodada é o Bahia. Nem mesmo o campeão Cruzeiro conseguiu tal feito. Aliás, o Tricolor abriu a campanha do acesso com o triunfo por 2 a 0 sobre a equipe comandada por Paulo Pezzolano. No entanto, a presença constante dentro da zona de acesso não foi o suficiente para Guto Ferreira e também para Enderson Moreira, que dirigiram o Bahia antes da chegada de Eduardo Barroca.
Guto Ferreira foi quem abriu a campanha do Esquadrão de Aço na Série B. Remanescente do rebaixamento no ano anterior, o treinador ficou 14 rodadas à frente da equipe tricolor. A 3ª colocação não foi suficiente para Guto seguir no cargo e o treinador caiu após a derrota para o Novorizontino, por 1 a 0, na Fonte Nova. Sob o comando de Guto foram 25 pontos conquistados, com 8 triunfos, um empate e cinco derrotas.
O substituto escolhido foi Enderson Moreira, que durou quatro jogos a mais, no entanto também caiu com o time na 3ª posição. A derrota para a Chapecoense, por 3 a 1, na 32ª rodada foi o fim da linha para Enderson, que no ano anterior levou o Botafogo ao título da Série B. Foram 27 pontos conquistados, com 7 triunfos, seis empates e cinco derrotas.
Desde a rodada 33 o comando técnico do Bahia está com Eduardo Barroca. Foram necessários apenas três triunfos e dois empates para conquistar o acesso.
O teto
Seguidas más administrações levaram o Bahia à Série C do Brasileiro, numa época em que ninguém tinha noção de como seria o futuro da agremiação. O grito de independência foi dado em 2013, dando início a um processo que tornou o Esquadrão de Aço um dos clubes mais democráticos do futebol nacional. Mas o Tricolor ainda esbarrava no seu maior adversário na elite brasileira: o orçamento.
Com faturamento menor do que os clubes do Sul e Sudeste, o Bahia jamais figurou entre os dez colocados do Brasileirão desde que a competição passou a ser disputada por pontos corridos. A 11ª posição de 2018 e 2019 é o teto que o Tricolor quer superar com o futebol entregue ao Grupo City.
Mas não será um processo rápido. Os dirigentes do Bahia estimam que serão necessárias entre três e quatro temporadas para que o clube se consolide no grupo que habitualmente disputa a Copa Libertadores.
Ao estilo Guardiola
Além do dinheiro, o conhecimento técnico do Grupo City encantou os dirigentes do Tricolor. Como é padrão em todos os clubes do grupo, o estilo de futebol praticado tem como inspiração o Manchester City de Pep Guardiola. A montagem do elenco e até mesmo a escolha dos profissionais que vão lidar com o futebol, incluindo o treinador, será feita pesando no modelo de jogo.
Caso os sócios aprovem a negociação da SAF, serão no mínimo R$ 500 milhões investidos na equipe masculina principal nos próximos 15 anos. Mas por contrato, o Grupo City não precisa colocar todo o dinheiro na primeira temporada, como também não pode deixar para gastar tudo no último dos 15 anos. A quantia será investida de acordo com a necessidade para a construção de um elenco forte.
Além dos R$ 500 milhões que serão usados apenas na compra de jogadores, o acordo entre Bahia e Grupo City ainda prevê o pagamento total da dívida do clube, que gira em torno e R$ 250 milhões, além de outros R$ 200 milhões que podem ser usados nas melhorias do Centro de Treinamento e da Fonte Nova. No entanto, a melhora na estrutura não é algo obrigatório.
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