Gustavo Scarpa foi eleito o melhor jogador do Brasileirão que foi conquistado pelo Palmeiras, uma escolha justa na opinião de Walter Casagrande Jr, que considera o meio-campista o jogador que talvez tenha sido o melhor em comparação aos que se destacaram nas últimas edições do campeonato, 'o dono da bola', como definiu o colunista do UOL.
No Dois Toques, ao lado de Milly Lacombe, Casagrande afirma que Scarpa tem um estilo que poucos jogadores conseguem no futebol atual e isso foi um fator que fez toda a diferença a favor do Palmeiras, ainda que outros jogadores também tenham tido participação relevante na conquista.
"O Scarpa foi fantástico, talvez tenha sido o melhor dos melhores jogadores do campeonato dos últimos anos. O Scarpa é um jogador hiper criativo, que assim que o Palmeiras perdeu o Veiga, ele assumiu totalmente a liderança técnica daquele time, a liderança da criatividade daquele time, ele deu a dinâmica do meio para a frente. O ataque do Palmeiras praticamente começava e quem ditava as regras do jogo foi o Scarpa, é difícil você encontrar jogador que dita a regra do jogo", afirma.
"Eu lembro, por exemplo, lá em 2019, o Gerson ditava a regra no jogo, era um jogador que pegava a bola e ele ditava o ritmo, ditava a dinâmica, ele ditava a regra do jogo ali, ele é esse estilo, são poucos jogadores que têm esse estilo. Você encontra, por exemplo, o Veiga teve uma fase espetacular no Palmeiras até antes de ele se machucar, foi uma injustiça o Tite não ter dado uma chance para o Veiga, mas o Veiga não dita o ritmo do jogo e nem dita a regra e a dinâmica, o Scarpa tem essa característica", completa.
Veja o que mais rolou de interessante na opinião dos colunistas do UOL:
Casagrande: Scarpa se encaixaria perfeitamente na Democracia Corinthiana
Além de admirar a atuação em campo, Casagrande também destaca a personalidade de Gustavo Scarpa fora dos gramados e considera que o jogador que está se despedindo do Palmeiras se encaixaria perfeitamente na Democracia Corinthians se tivesse jogado futebol nos anos 1980.
"O Scarpa se fosse jogador nos anos 1980, ele só poderia jogar na Democracia Corinthiana, porque ele é um jogador de comportamento fora de padrão e naquela época quem era jogador fora de padrão, que não fosse da Democracia Corinthiana, tinha problemas nos outros clubes, os clubes eram todos padronizados de comportamento. O Scarpa iria se encaixar completamente na Democracia Corinthiana pelo futebol que ele tem, técnico, o time era muito técnico, e também por ter uma cultura acima da média do jogador de futebol e pelo comportamento fora de padrão.
Milly Lacombe: Eu faria uma camisa da seleção brasileira na cor preta
A CBF tenta despolitizar a camisa amarela da seleção brasileira depois do símbolo que ela se tornou na disputa política do país, inclusive sendo utilizada em atos antidemocráticos. Para Milly Lacombe, a camisa é irrecuperável e, assim como mudou a cor após a derrota na Copa do Mundo de 1950, o Brasil deveria jogar com uma camisa de outra cor.
"Eu acho irrecuperável. Em 1950 era branca a camisa, por que a gente tenta salvar a camisa amarela? Numa tentativa de refundar a seleção eu faria uma camisa preta, da cor da pele daquelas pessoas que sempre foram excluídas, fizeram o Brasil ser o que é. A seleção da Austrália não homenageia os aborígenes? Eu esqueceria a camisa amarela".
Casagrande se emociona e relata momento marcante com Gal Costa
A semana teve duas perdas importantes na cultura brasileira, com as mortes de Gal Costa e de Rolando Boldrin ontem (9). Os dois foram lembrados e homenageados por Milly e Casagrande, que lembrou um episódio que o marcou bastante em um momento importante de sua recuperação.
"Estava eu e a Gal no programa Altas Horas, contando os momentos que eu passei, a internação, falando como eu estava já bem, caminhando para um estágio que eu estou hoje, e depois ela começou a cantar e pegou na minha mão, ela cantou umas duas músicas segurando a minha mão. Eu senti aquilo como que ela quis transmitir a energia dela de acolhimento, de empatia, de força, de solidariedade. Ela estava passando essa energia, de paz, de tranquilidade, de solidariedade, de acolhimento, empatia e aquilo foi muito importante para mim".
O Dois Toques vai ao ar toda semana, com a análise de esporte e política com Casagrande e Milly Lacombe
Quando: Toda quinta-feira, às 19h
Onde assistir: Ao vivo na home do UOL, no UOL no Youtube e Facebook do UOL.
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