Após derrotar a Fifa para mudar de país, atacante fica fora da Copa
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A seleção de Marrocos anunciou na quinta-feira seus convocados para a Copa do Mundo do Qatar e uma ausência chamou a atenção: a do atacante Munir El Hadadi, que disputa a Liga Espanhola pelo Getafe.
A fase de Munir não é das melhores na temporada -ele marcou apenas um gol em oito partidas. Mas a ausência do jogador, nascido na Espanha, ganhou repercussão por outro motivo: o esforço da Federação Marroquina de Futebol para que ele pudesse defender o país. Uma disputa que durou três anos e fez a Fifa mudar uma regra para o futebol de seleções.
A história começou em 2014. Munir estreou como profissional no Barcelona, depois de se destacar no time B do clube catalão. Filho de pai marroquino e mãe espanhola, ele poderia ter escolhido qualquer uma das seleções. Mas, em setembro daquele ano, foi chamado pela seleção espanhola sub-21. Quando estava na concentração, o atacante Diego Costa, da seleção principal, sofreu uma lesão, e Vicente del Bosque pegou Munir "emprestado" da equipe sub-21.
Acontece que, no jogo seguinte, um duelo contra a Macedônia, pelas Eliminatórias da Eurocopa, Del Bosque colocou Munir aos 32 minutos do segundo tempo. Os 13 minutos em campo pela seleção espanhola, em um jogo oficial, atrelaram o atacante à equipe europeia para sempre, segundo as regras vigentes à época.
Nos anos seguintes, Munir passou de revelação do Barcelona a um jogador pouco usado no clube catalão, que vivia o auge do trio Messi-Neymar-Suárez. Sem espaço, ele foi emprestado ao Valencia e ao Alavés, e nunca mais brilhou, ficando distante de uma nova convocação para a Espanha.
Em Marrocos, no entanto, o nome de Munir era considerado como peça importante para a equipe nacional. Só que ele aqueles 13 minutos jogados pela Espanha impediam uma convocação. A Federação Marroquina de Futebol entrou com um pedido na Fifa em 2017 para ter Munir no Mundial de 2018. Não deu certo.
A batalha continuou nos anos seguintes. Em 2020, Marrocos voltou a insistir e chegou a convocar Munir, mas o pedido foi novamente negado. Em 2021, diante da insistência dos marroquinos e do aparecimento de outros casos semelhantes, a Fifa mudou a regra de elegibilidade para seleções, criando um limite de três partidas, entre outros pontos, para flexibilizar possíveis mudanças. Na época, a mudança foi chamada de "emenda Munir".
Desde março de 2021, o atacante hispano-marroquino disputou 11 partidas e marcou dois gols. Ele era dado como certo na lista final de 26 jogadores, mas o treinador Walid Regragui optou por outros nomes, entre eles dois com pouquíssima experiência na seleção: Abde Ezzalzouli, ex-Barcelona e atualmente no Osasuna, e Walid Cheddira, nascido na Itália, que defende o Bari.
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