Confiança e relação de pai: jogadores explicam fascínio por Fernando Diniz
Fernando Diniz é quase como um furacão. Por onde passa, deixa algum tipo de marca. Nos clubes, além da filosofia de jogo diferente da maioria, ele também tem como legado a relação intensa com os jogadores. Às vezes de um jeito mais duro, mas em vários momentos de forma afetuosa. A campanha feita pelo elenco do Fluminense por seu retorno e as palavras de quem já trabalhou com ele confirmam.
O treinador descreve a relação com os atletas como algo de pai para filho. Psicólogo por formação, Diniz sempre chama um jogador para conversar ao final dos treinos, olha no olho, dá conselhos, tenta recuperá-los quando estão em baixa. Os xingamentos e cobranças mais ríspidas fazem parte da relação.
Se Diniz abraçou o Fluminense, clube com qual diz ter uma relação diferente, o time também abraçou o treinador. O projeto do Tricolor só deu certo porque a sintonia foi grande desde antes de o comandante assumir. Assim que Abel Braga disse que não ficaria, ninguém escondeu a vontade pela volta, já que Diniz havia sido demitido em 2019. Paulo Henrique Ganso foi um dos maiores entusiastas da ideia.
"O Diniz, além de ser um dos melhores treinadores, é uma pessoa extraordinária fora de campo também. Implantou filosofia rapidamente, em um ou dois meses nosso time já jogava em alto nível. Sabemos da dificuldade de começar ganhando, já com Brasileirão iniciado. Isso dificultou mais, não havia tempo de treinar. Isso dificultou, mas ele é um cara que sabe explicar muito bem e sabe o que quer. Além de conversar muito, fora de campo procura ajudar o jogador, olha muito para o jogador e todo o grupo", exaltou o volante André.
O clássico episódio em que chamou Tchê Tchê de "mascaradinho", ainda na época do São Paulo, é passado, garante o treinador em conversas nos bastidores. Nos corredores do CT Carlos Castilho, todos fazem questão de dizer que esse momento já foi superado e ambos se acertaram. Que Diniz cobra, mas também cuida e ajuda na retomada do foco e da confiança. Gabriel Sara, que trabalhou com ele no São Paulo, relembra a relação.
"Eu nem sei o que dizer do [Fernando] Diniz, ele foi um pai pra mim. O cara é especial em todos os sentidos: tática e pessoalmente. Ele não desiste de jogador, ele acredita na pessoa que o jogador é. Ele foi essencial para minha carreira, para o meu crescimento. Até quando vim para a Inglaterra, eu estava no aeroporto e ele me ligou para falar sobre isso. Me mostrou ensinamentos que vou levar para a minha vida toda. Se Deus quiser, quero trabalhar junto com ele de novo", disse o hoje jogador do Norwich (ING).
Diniz e o Fluminense
"Vitória, Fluminense", comemora Fernando Diniz toda vez que o Tricolor sai com os três pontos de alguma partida. Já virou a marca nas redes sociais do clube e entre os torcedores. A relação, muitas vezes de amor e ódio com a arquibancada, terminou com gosto de felicidade para os tricolores.
Não é comum ouvir a torcida cantar o nome de algum técnico, mas com Diniz isso aconteceu em mais de uma partida. A relação de confiança faz o clube querer mais. Com contrato apenas até dezembro, ele aguarda a definição da eleição para assinar o vínculo por pelo menos mais duas temporadas. Já está tudo encaminhado há semanas, mas o comandante prefere se resguardar, especialmente depois da experiência no São Paulo com a mudança de gestão.
Entre os jogadores, o desejo não se esconde: tem que ficar. O "Dinizismo" irá muito além do profissional, chegando nas categorias de base. No trabalho que vai muito além do jogo bonito, passando pela repetição, entendimento, cobrança e relação "olho no olho", o Fluminense quer manter o que vem dando certo onde forma seu ativo mais importante, em Xerém.
"Diniz é sensacional, muito trabalhador e acredita no nosso trabalho. Ele melhora todos com seu trabalho e desempenho no dia a dia, nunca nos deixa relaxar. Isso reflete em campo. Parabenizo ele pois faz parte disso", exaltou Germán Cano.
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