Vini Jr é titular da seleção? Veja por que às vezes ele sai e Raphinha, não
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Uma das principais discussões sobre a escalação da seleção brasileira nesses últimos dias antes do começo da Copa do Mundo é se Vini Jr pode ou não ser considerado titular. O assunto está em alta porque o atacante de 22 anos é o brasileiro com mais destaque no futebol internacional na atualidade, eleito como o oitavo melhor do mundo pela Bola de Ouro da revista France Football.
O problema é que nem Tite tem essa resposta. Nos últimos meses, duas formações agradaram em cheio ao técnico e se tornaram as principais alternativas de jogo da seleção. Numa delas, Vini Jr é o titular da ponta esquerda. Em outra, fica no banco.
No caso da segunda escalação, o volante Fred entra no time para aumentar o equilíbrio defensivo e o time ganhar mais opções de jogo no meio-campo, justifica o técnico. Tite já disse que a entrada de Fred não significa obrigatoriamente a saída de Vini Jr, porque o ajuste pode ser feito também pela direita e nesse caso Raphinha deixaria o time.
Só que na prática isso nunca aconteceu e o sacrificado é sempre o jogador do Real Madrid. Por quê? É o que o UOL Esporte apurou e agora vai explicar.
A primeira razão não tem muito rodeio: o meia Lucas Paquetá também joga aberto pela esquerda e compensa a ausência de Vini Jr no time. Pela direita ele sente mais dificuldades. Esse teste já foi feito, inclusive nos 4 a 0 contra o Paraguai no Mineirão, em fevereiro. Não é que Paquetá seja um peso morto jogando na direita, mas o melhor dele não é ali.
"A gente tem que ter um cuidado, senão a gente retira do atleta até a confiança", justifica Tite, sobre o uso de Paquetá.
O auxiliar de Tite Cleber Xavier é até mais enfático na opinião: "Se deixar o Paquetá lá [na direita], tu perde o jogador."
O jogador do West Ham é canhoto e quando está posicionado pela direita e recebe a bola, a tendência é fazer movimentos para o meio, e não abrir o campo ou chegar à linha de fundo. Como a seleção joga com dois laterais mais defensivos, não teria ninguém para chegar ao fundo para fazer jogadas. Já pela esquerda ele "abre o jogo", justifica a comissão. Foi assim contra o Uruguai, numa goleada por 4 a 1 em 2021 que é modelo dentro da seleção.
Raphinha não dá brecha no time
Raphinha tem 11 jogos pela seleção, com cinco gols marcados e quatro passes para gol. Já Vini Jr tem 16 partidas, fez um gol e ainda está zerado na lista de assistências. Os dois têm tempo em campo muito parecidos, com vantagem para o jogador do Real Madrid (740 a 737 minutos). A influência do atacante do Barcelona em participações em gols é relevante, mas não é o único motivo que o coloca na frente de Vini Jr na preferência de Tite. O próprio treinador dá o argumento.
"A outra [razão pela qual Vini Jr sai do time e Raphinha, não] é finalização de média distância. Contra uma equipe que baixa muito [a marcação], tu vai ter cruzamentos e daqui a pouco finalização dos homens por dentro. Mas tu tem que ter finalização de média distância. Se não tiver, fica confortável demais para o adversário."
Dos cinco gols de Raphinha, só um foi marcado na pequena área. Dos outros quatro, todos da região da grande área, um de cabeça e os outros três "tapas" de pé esquerdo. É a tal finalização de média distância que Tite tanto elogia e que tem sido notada na rotina de treinos da seleção na cidade italiana de Turim.
Elemento surpresa na bola parada
O terceiro, último e não menos importante argumento que justifica a titularidade de Raphinha e o fato de Vini Jr ser a primeira opção para sair do time quando Tite quer escalar Fred e aumentar o equilíbrio defensivo é a bola parada.
Raphinha é especialista em cobranças de escanteio. Suas batidas são fechadas, venenosas e rendem gol para a seleção numa jogada em que os homens de defesa também são especialistas, como Marquinhos e Casemiro. O zagueiro já fez dois gols de cabeça em bolas paradas de Raphinha, contra Venezuela e Gana, em batidas pelo lado esquerdo e direito.
Antes, a seleção só tinha Neymar para essas jogadas. Às vezes Philippe Coutinho, que nem convocado para o Mundial foi. Desta vez há uma opção diferente, o que agrada à comissão técnica, como explica o auxiliar Matheus Bachi: "A batida na bola é um acréscimo. Ter uma outra opção. Uma coisa é o adversário se preparar sabendo que tem o Neymar sempre. Mas agora, vai bater o Ney ou o Raphinha? Quando encostarem os dois na bola, abre ou fecha? Gera dúvidas e a qualidade da batida é muito forte."
Apesar das justificativas, Vini Jr também é um jogador que a seleção gosta muito, tanto é que é titular em uma das duas formações mais frequentes de Tite e só evolui com a Amarelinha. O Brasil estreia na Copa do Mundo no próximo dia 24, às 16h (de Brasília), contra a Sérvia. E aí, quem joga?
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