Quem é Bruno Lage, técnico desejado pelo Corinthians para 2023

Após a saída de Vítor Pereira, o Corinthians corre para encontrar um treinador para comandar o time no ano que vem. O técnico Bruno Lage, português como VP, foi oferecido ao Timão e agrada.

Ele está desempregado desde o mês passado, quando foi demitido do Wolverhampton, da Inglaterra. Um dos principais entraves na negociação com o Corinthians é a questão financeira: o Alvinegro não está disposto a ultrapassar o teto do clube. A comissão de Vítor Pereira recebia pouco menos de R$ 2 milhões/mês.

Com 46 anos, Lage é visto como um treinador promissor no cenário português. Depois de passar por todas as categorias de base do Benfica, de Portugal, foi alçado ao posto de comandante da equipe profissional em 2019. E não decepcionou. Foram 76 jogos à frente do Benfica, com 51 vitórias, 12 empates e 13 derrotas. Logo em sua primeira temporada, Lage levou os "encarnados" ao título nacional, depois de estar sete pontos atrás do Porto.

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Carreira curta no futebol

Nascido Bruno Miguel Silva do Nascimento, Bruno adotou o Lage em homenagem ao pai, Fernando Lage, que foi jogador de alguns times pequenos de Portugal. E também treinador. A carreira de atleta profissional do filho, porém, foi curta. Aos 21 anos, ele percebeu que não tinha qualidade técnica e resolveu apostar nos estudos e foi seguir a carreira de preparador físico.

Em 2004, foi indicado para trabalhar no Benfica e começou ali sua carreira. Trabalhou com os jogadores mais talentosos da base do clube português. Bernardo Silva, Gonçalo Guedes, Ederson (goleiro da seleção brasileira), André Gomes e João Cancelo são alguns dos jogadores que foram comandados por Lage.

No ano em que conquistou o Português, promoveu ao time principal um jovem promissor: João Félix. O atacante foi fundamental para levantar a taça e depois do campeonato foi vendido por 126 milhões de euros (R$ 543 milhões na época) —a quarta transferência mais cara da história do futebol.

Bruno Lage ficou um ano e meio no clube de Lisboa. Foi demitido em junho de 2020, após uma sequência de maus resultados.

Vida na Inglaterra

Após ficar quase um ano sem trabalhar, ele foi escolhido para ser o sucessor de Nuno Espírito Santo no Wolverhampton, da Inglaterra. Em sua primeira temporada, deixou o time à décima colocação.

Mas em 2022 os resultados foram decepcionantes: em oito jogos, os Wolves tiveram apenas uma vitória, com três empates e quatro derrotas e somente três gols marcados. Assim, em outubro deste ano, ele foi demitido da equipe inglesa e está sem trabalho.

Lage ficou famoso pela vitória que seu time teve sobre o Manchester United, na temporada passada, quando anulou as principais peças do adversário.

Ao todo, comandou o Wolverhampton em 51 jogos, com 19 vitórias, 10 empates e 22 derrotas. Em média, o clube inglês teve 51% de posse de bola durante a passagem do treinador.

Como joga

Futebol sem gols não é nada. É por isso que para mim é tão importante criar uma dinâmica com os jogadores. Não quero pedir que eles façam coisas que não podem fazer. Precisamos mostrar que é muito difícil jogar contra nós."
Bruno Lage, na chegada ao Wolverhampton

Lage gosta de intensidade nas suas equipes. E costuma exigir dos atacantes que pressionem a defesa rival, para recuperar a bola no campo de ataque, mais perto do gol adversário.

A ofensividade é uma marca do técnico. No título do Benfica em 2019, o time marcou 103 gols e igualou o recorde de tentos marcados pela equipe do ídolo Eusébio, que havia atingido a mesma marca na temporada 1963/64.

Além da marcação por pressão na saída de bola, o esquema mais usado por Lage é o 4-4-2, com dois atacantes móveis e goleadores. Assim, se o treinador vier mesmo para o Corinthians, Róger Guedes e Yuri Alberto podem ter ainda mais oportunidades de marcar.

O técnico também costuma ter sempre meias jogando aberto pelos lados do campo, para dar mais amplitude aos seus times. Outro ponto convergente com o atual elenco do Timão é que Lage, por toda sua experiência na base do Benfica, não vê problemas em subir jogadores das categorias inferiores dos times que comanda.