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Rescisão de Cristiano Ronaldo é pouco: Manchester United quer indenização

Cristiano Ronaldo tem contrato com o Manchester United até junho de 2023 - Phil Noble/Reuters
Cristiano Ronaldo tem contrato com o Manchester United até junho de 2023 Imagem: Phil Noble/Reuters
e Bruno Andrade

Colunista do UOL, em Doha (Qatar)

18/11/2022 13h04

Classificação e Jogos

Se dependesse única e exclusivamente do Manchester United, Cristiano Ronaldo iniciaria a Copa do Mundo de 2022 já como jogador livre no mercado da bola e, de quebra, com um processo na Justiça nas costas.

Os advogados do clubes inglês estão buscando desde o começo da semana vias legais para romper o vínculo (válido até junho de 2023) por justa causa e, segundo o UOL Esporte apurou, também avançar com um pedido de indenização.

Por questões legais, o primeiro passo dos Red Devils é comunicar e oficializar um castigo disciplinar interno. Daí em diante, pressionar automaticamente CR7 a aceitar nesta altura a saída de mãos vazias, com a seguinte compensação: o descarte da eventual ação judicial. No linguajar do futebol, o famoso "ficar elas por elas".

A queda de braço entre Ronaldo e United é antiga. Começou entre julho e agosto deste ano, quando o craque português tentou nos bastidores a rescisão, mas sem abdicar do salário que tinha direito até o último dia de contrato - na ocasião, pouco mais de 30 milhões de euros. Não houve qualquer acordo.

Agora no meio da temporada, o veterano atacante, a princípio, também não estaria disposto a facilitar nas conversas. Cogitaria, no máximo, negociar o valor que ainda lhe resta, aproximadamente 15 milhões de euros. A forte possibilidade de pedido de indenização por parte dos ingleses, no entanto, pode fazer o cenário mudar.

O Manchester United alega que a entrevista bombástica do português ao famoso jornalista britânico Piers Morgan, onde revelou que se sente traído e não tem respeito pelo treinador Erik ten Hag, feriu vários regulamentos da instituição.

Ao pedir para participar do polêmico bate-papo televisivo que tem marcado os últimos dias da imprensa internacional, Ronaldo sabia de boa parte das consequências. Foi, inclusive, avisado de antemão pelos seus assessores e representantes. Porém, quis falar na mesma.

A decisão de abrir a boca sobre os recentes casos no Manchester United faz parte de uma estratégia bem desenhada na própria cabeça do jogador de 37 anos. Mesmo eventualmente com o desemprego à vista, acredita que vai ter sucesso no Qatar com a seleção portuguesa e, consequentemente, ver novas portas abertas na Europa.

Na conversa com Piers Morgan, aliás, Cristiano Ronaldo fez uma revelação ainda mais forte sobre o futuro próximo. Admitiu que vai encerrar a vitoriosa carreira caso Portugal seja campeão mundial - já ergueu a Eurocopa (2016) e Liga das Nações (2019).