Coudet chega ao Atlético-MG com benção de Caetano após rusgas no Inter
A primeira vez que o nome de Eduardo Coudet ganhou força para ser técnico do Atlético-MG foi em 8 de novembro. Na noite anterior, o Galo perdeu para o Botafogo, por 2 a 0, no Mineirão. Resultado que custou a vaga na fase de grupos da Copa Libertadores e selou o destino de Cuca. Com a definição de que o treinador não permaneceria no clube para 2023, a diretoria alvinegra debateu alguns possíveis substitutos. Foi quando o nome do argentino surgiu, colocado na mesa por Rodrigo Caetano, diretor de futebol do Atlético. Pouco mais dez dias depois, Chacho Coudet foi oficializado como técnico do Galo para as próximas duas temporadas.
Os dois trabalharam juntos no Inter, em 2020, quando o Colorado efetivamente brigou para ser campeão brasileiro. O argentino deixou o clube gaúcho em novembro daquele ano, após proposta do Celta de Vigo, da Espanha, mesmo com o Inter na liderança do Brasileirão. Na época, um dos motivos citados para explicar a saída de Coudet seria a relação ruim com Rodrigo Caetano.
O que o agora dirigente do Atlético negou existir. Desde a definição de que Cuca não ficaria para 2023, Caetano tratou Coudet como o seu plano A. É verdade que o Galo até consultou Marcelo Gallardo e foi atrás de Juan Pablo Vojvoda, mas por determinação de outros dirigentes atleticanos.
"Aqui nenhuma decisão é tomada sem todos saberem. Os "R's" (Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador) e o presidente (Sérgio Coelho) são envolvidos em todas. Obviamente, eu tenho de fazer o departamento de futebol andar, por isso sou remunerado. Lógico que levo a eles todas as decisões relevantes. Nossa relação é a melhor possível. Debatemos tudo, mas não significa que concordamos em tudo. A decisão é de um todo, não é de uma parte", disse Rodrigo Caetano no começo da semana, ao explicar como funciona as decisões dentro do Atlético.
Com a permanência de Vojvoda no Fortaleza, o caminho ficou aberto para Rodrigo Caetano. Foi quando a sondagem se tornou uma negociação concreta, em 16 de novembro (quarta-feira). Na noite seguinte, as conversas esquentaram e Coudet se mostrou propenso em aceitar a oferta atleticana. Desde então as partes acertaram os detalhes finais, até que nesse sábado (19), Rodrigo Caetano partiu para Buenos Aires, em um jato executivo, acompanhado do ex-goleiro Victor, o gerente de futebol do Atlético.
A missão de Caetano era voltar ao Brasil com o contrato assinado. Após uma reunião entre os dirigentes atleticanos, o treinador e o agente Christian Bragarnik, o martelo foi batido e o contrato foi assinado: Eduardo Coudeto é o treinador do Atlético com vínculo até dezembro de 2024.
Na época do Inter
Um assunto que voltou à tona nos últimos dias foi a relação entre Coudet e Caetano. Na reta final da passagem do treinador pelo Beira-Rio, ambos trocaram farpas publicamente, via imprensa. Mas o que muitos apostavam ser uma briga, Rodrigo Caetano classifica como um "mal-entendido".
"Em relação ao Coudet, na verdade, foi uma questão de filosofia na época do Internacional. Quando nós contratamos o Eduardo Coudet, no final de 2019, ele assumiu em janeiro de 2020. Todos nós sabemos a catástrofe que aconteceu a partir de março de 2020 com a vinda da pandemia. Teve época de redução salarial de todos os funcionários e atletas, e a gente não teve condições de atender o Coudet naquilo que havia sido proposto no início", explicou Caetano, em coletiva concedida na Cidade do Galo, no começo da semana.
Coudet e Caetano mantiveram contato nesses últimos dois anos, após ambos deixarem o Beira-Rio. Inclusive, Chacho parabenizou o executivo em pelo menos duas oportunidades, a primeira quando se tornou diretor de futebol do Atlético em janeiro de 2021, e a segunda após a conquista do Brasileirão do ano passado, em dezembro de 2021.
Lá vem a fera
Os contatos que eram telefônicos, a partir de agora vão ser praticamente diários e sempre presencialmente. A sala de Rodrigo na Cidade do Galo fica próxima ao vestiário dos jogadores e da sala de trabalho da comissão técnica. As cobranças de Coudet são constantes e fortes. Seja pedindo reforços, melhoria do gramado ou logística melhor para viagens. Tudo o que possa impactar diretamente no desempenho do time e nos resultados dos jogos é cobrado por Coudet para que a diretoria possa fazer melhor. O técnico cobra muito de seus atletas, mas também pressiona bastante a diretoria.
O diretor é quem faz o elo entre técnico e direção. O diretor de futebol do Atlético já avisou aos demais membros da cúpula atleticana o que está por vir: um treinador que trabalha bastante, mas que sempre quer o melhor para o seu elenco. Algo que o Galo aprendeu bem nos meses em que teve Jorge Sampoli como treinador.
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